BRASÍLIA - Disposto a acabar com o movimento grevista de professores das universidades federais que já dura mais de dois meses, o governo apresentou nesta terça-feira uma nova proposta ampliando o reajuste na base e também para os professores com mestrado. Pela proposta, os reajustes vão variar de 25% a 40%, em vez de 12% a 40% como na proposta anterior. Os representantes de entidades dos docentes se dividiram em relação ao proposto, mas pretendem consultar as bases e apresentar, na próxima semana, a avaliação final. O governo avisou que não há margem para mais alterações.
- O governo chegou no limite tanto nos aspectos técnicos, a parte acadêmica, quanto aos valores e os possíveis ajustes na tabela. Se não caminharmos para o acordo vamos ficar numa situação bastante delicada. O governo precisa do acordo, quer o acordo. Hoje nenhuma categoria do Brasil está conseguindo arrancar acordo - disse o secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, Marco Antônio Oliveira.
Com a nova proposta, o impacto financeiro que seria de R$ 3,9 bilhões passou para R$ 4,2 bilhões. E a concessão do reajuste poderá ser antecipada para o primeiro semestre de 2013, em vez de valer só a partir de agosto, como estava na primeira proposta do governo. Pela nova proposta, um professor universitário que dá 40 horas semanais,com mestrado, no último nível da carreira, receberá R$ 5.832,66 (até 2015). Na proposta anterior, o salário chegaria até R$ 5.502,51. Hoje esse professor ganha R$ 4.572,16.
Os dois sindicatos que representam os professores das universidades federais estão divididos em relação à nova proposta: um aceita, outro não. Os novos termos serão submetidos aos professores em assembleia.
- Nossa avaliação é que a proposta é a mesma, na essência. O governo não mexeu na reestruturação da carreira, não avançou. Defendemos o mesmo percentual de reajuste de um nível para outro e não um percentual maior entre os níveis - disse a presidente do Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), Marinalva Oliveira.
O presidente da Federação de Sindicatos dos Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes), Eduardo Rolim de Oliveira, entendeu que houve avanços:
- A proposta é boa e o governo analisou os 15 itens que priorizamos.
O secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, reforçou os avanços propostos e está otimista com o fim da greve:
- Fizemos um movimento importante para que a greve termine e possamos começar o segundo semestre com tranquilidade. Estamos convictos de que essa é a proposta para fazer o acordo.
Indagado se o fato de o governo ampliar o aumento não poderia estimular a reivindicação de outras categorias do serviço público, Sampaio explicou que essa negociação tem um "componente especial" e faz parte do investimento estratégico do governo na educação. Os pedidos de reajuste de outras categorias, segundo ele, ainda estão sendo analisados pelo governo. Diante da reação diferente de entidades dos professores universitários à nova proposta ontem, Sampaio afirmou:
- Quem vai decidir se a proposta será aceita são as bases. Estamos otimistas que as base irão aceitar que a gente - disse.
Fonte do texto: O Globo
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