Cinco
operários se acidentaram em obra na tarde desta segunda-feira.
Consórcio diz
ter enviado técnicos para fazer avaliação no local.
O
vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção e do Mercado
Imobiliário, Raimundo Salvador Braz, disse nesta terça-feira (7) que já foram
registrados 29 acidentes nas obras do Estádio Nacional de Brasília desde o
início do trabalho – três em 2010, 16 em 2011 e dez neste ano. O local vai
sediar jogos da Copa das Confederações, em 2013, e da Copa do Mundo, em 2014.
Por meio da
assessoria, o Consórcio Brasília 2014 confirmou o dado e disse que os casos
variam dos acidentes leves, "desde uma martelada no dedo", aos mais
graves, "como o de ontem".
Segundo os
responsáveis pela obra, a construção possui 35 técnicos de segurança do
trabalho, dois médicos e quatro engenheiros de segurança. Além disso, o
consórcio diz ter recebido um certificado internacional que avalia a higiene, a
segurança, os direitos trabalhistas e o respeito à comunidada próxima às obras.
Nesta segunda
(6), cinco operários sofreram acidente na construção e foram internados no
Hospital de Base – dois já foram liberados. José Amilton Silva Sousa, de 33
anos, e Antônio José Alves, de 27, receberam alta. Francisco Gusmão, de 62, e
Silvano Santos Silva, de 36 anos, ainda não haviam recebido alta até às 12h15.
Jeferson Neres foi submetido a cirurgia na perna esquerda (veja vídeo).
"Não sei
se a palavra certa para definir a ação do consórcio é negligência, mas, diante
da quantidade de acidentes, diante da possível falha de algum procedimento,
pode, sim, ter havido negligência", disse o vice-presidente do sindicato.
Por meio da
assessoria, o consórcio responsável pelas obras informou ao G1 que aguarda o
laudo da perícia, realizado pelo Instituto de Criminalística da Polícia Civil,
para saber se houve negligência na condução dos trabalhos. O Brasília 2014
informou ainda ter encaminhado ao local técnicos para fazer uma ‘avaliação de
engenharia’ para saber as causas do acidente.
"A gente
espera que o número de acidentes seja zero, apesar das características da obra,
como a altura. Mas são números que a gente não considera normais. Vinte e nove
acidentes, a gente pode dizer, é algo fora dos padrões. A pressa em terminar a
obra pode ter contribuído com o número de acidentes. Os prazos para a entrega
são pequenos, até mesmo pela proximidade dos eventos. Temos também as jornadas,
que são extenuantes, cansativas", disse Raimundo Salvador Braz.
Em relação ao
acidente desta segunda, o vice-presidente do sindicato disse que "pode ter
ocorrido um erro de procedimento".
"Nós
estivemos com a direção do consórcio e eles nos disseram que estão dando toda a
assistência às famílias dos operários, disponibilizaram psicólogos e
assistentes. Acompanhamos a perícia da Polícia Civil e terá a [perícia] dos
fiscais do trabalho", disse.
Morte
O acidente
mais grave ocorreu em 11 de junho, quando um operário de 21 anos morreu após
cair de altura de aproximadamente 30 metros.
Fonte: G1/DF
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