“[...]
Nossos atos, Mariana, são muito mais contagiosos que as nossas palavras.
[...] é
preciso saber calar antes de tudo.
[...]
Aconselhar é sempre útil, mas aconselhar excessivamente pode traduzir
esquecimentos de nossas obrigações.
[...] para
bem ensinar é necessário exemplificar melhor.”
O fracasso
de Mariana
“[...]
tive medo de tudo e de todos.
[...] O
chamamento ao serviço ressoou no tempo próprio, orientando-me o raciocínio a
melhores esclarecimentos; nossos instrutores me proporcionavam os mais santos
incentivos, mas desconfiei dos homens, dos desencarnados e até de mim mesma. Nos
estudos do plano físico, enxergava pessoas de má fé; nos irmãos invisíveis,
presumia encontrar apenas galhofeiros fantasiados de orientadores, e, em mim
mesma, receava as tendências nocivas. Muitos amigos tinham-me em conta de
virtuosa, pelo rigorismo das minhas exigências; todavia, no fundo, eu não
passava de enferma voluntária, carregada de aflições inúteis.
- Foi uma
grande infantilidade de sua parte – retrucou a outra -, você olvidou que, na
esfera carnal, o maior interesse da alma é a realização de algo útil para o bem
de todos, com vistas ao Infinito e à Eternidade. Nesse mister, é indispensável
contar com o assédio de todos os elementos contrários. Ironias da ignorância,
ataques da insensatez, sugestões inferiores da nossa própria animalidade
surgirão, com certeza, no caminho de todo trabalhador fiel. São circunstâncias
lógicas e fatais do serviço, porque não vamos ao mundo físico para descanso
injustificável, mas para lutar pela nossa melhoria, a despeito de todo
impedimento fortuito.
-
Compreendo, agora – disse a outra -; todavia, o receio das mistificações
prejudicou a minha bela oportunidade.
[...] o bom servo deve estar preparado para o
serviço do Senhor, em qualquer circunstância. Não aprendi a ciência da
conformação e nem me resignei a percorrer as estradas humanas.”
(André
Luiz ‘Os Mensageiros’. Psicografia:
Francisco Cândido Xavier. 20 ed. 1986. p. 53-56)
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