O
presidente do conselho de administração da ESCOM, Hélder Bataglia, disse ontem
no Parlamento que o trabalho da empresa na assessoria ao contrato de
contrapartidas na compra dos submarinos foi "profundo" e
"profissional".
"Na
génese, acho que o nosso trabalho foi profundo, profissional, e se fosse
totalmente aproveitado teria servido talvez um pouco melhor os interesses a que
se propunha", declarou Bataglia na comissão de inquérito parlamentar à
aquisição de equipamento militar.
A ESCOM,
cuja actividade se centra em Angola, sobretudo no imobiliário e na exploração
de diamantes, entre outros ramos, foi consultora do German Submarine Consorcium
(GSC), ao qual o Estado português
adjudicou, em 2004, o concurso para dois navios submergíveis, cujo primeiro
viria a ser entregue em 2010, com custos superiores a 800 milhões de euros, mas
com contrapartidas previstas, pelo menos, de 100%.
O reinício
dos trabalho da comissão parlamentar de inquérito aos Programas de Aquisição de
Equipamentos Militares (EH-101, P-3 Orion, C-295, torpedos, F-16, submarinos,
Pandur II) na última semana de Agosto foi proposto pela maioria PSD/CDS-PP, o
que mereceu críticas do BE e do PCP, que acusaram sociais-democratas e
democratas-cristãos de "instrumentalização" e "vontade de
acelerar". O PS absteve-se na votação da proposta da maioria.
O
administrador da ESCOM, Luís Horta e Costa, também ouvido ontem considerou que
as contrapartidas não eram "um embuste" e assegurou que a sua empresa
nunca trabalhou para o Estado.
"Não
acho que as contrapartidas sejam um embuste", afirmou Luís Horta e Costa,
na comissão de inquérito parlamentar, reconhecendo, contudo, que o processo de
contrapartidas "foi mal organizado" e que havia uma "certa
desorientação".
Na
comissão parlamentar, Luís Horta e Costa recuou até meados dos anos 90, quando
a ESCOM, empresa que na altura pertencia ao Grupo Espírito Santo, contratou o
seu irmão Miguel Horta e Costa como consultor dedicado ao estudo das
necessidades da economia nacional.
Ainda
antes da interrupção para férias da comissão foi aprovada a prorrogação dos
trabalhos da comissão por 15 dias, ficando o prazo com a data indicativa de 20
de Setembro, para acautelar o tempo necessário para a conclusão dos testemunhos
necessários e posterior elaboração do relatório por parte da relatora, a
social-democrata Mónica Ferro.
Fonte: http://economico.sapo.pt/noticias/escom-diz-que-contrapartidas-nos-submarinos-foi-trabalho-profundo_200259.html
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