Informação
é do Ministério do Trabalho, que fiscalizou várias propriedades.
Apenas em
Sooretama, 86 trabalhadores estavam em condições irregulares.
O Espírito
Santo está em segundo lugar na lista de estados onde mais foram encontrados
trabalhadores em situação análogas à escravidão em todo o Brasil, segundo dados
do Ministério do Trabalho (MTE), ficando atrás apenas de Minas Gerais. Em todo
o país, o órgão realizou 57 operações e os fiscais conseguiram liberar 421
pessoas que trabalhavam de maneira irregular. Desse número, 86 trabalhadores
foram flagrados em apenas uma operação, em uma fazenda de Sooretama, no Norte
do estado.
O
flagrante aconteceu durante uma operação conjunta do Ministério e da Polícia
Federal, no dia 4 de junho. Apenas em uma fazenda foram considerados 15 autos
de infração. A multa e a regulamentação de pagamento dos trabalhadores podem
custar até R$ 1 milhão ao dono da propriedade. Os fiscais encontraram esgoto
aberto, passando por dentro de um dos abrigos e sendo despejado ao lado dos
dormitórios. Segundo os relatos dos trabalhadores, eles dormiam e se
alimentavam sentido mal cheiro. O depósito de lixo também ficava próximo à área
de convívio dos trabalhadores. Os banheiros não tinham azulejos, fato que é
exigido pelo Ministério do Trabalho. Não era oferecido papel higiênico, nem
sabonete. Além disso, os abrigos não tinham janela. O gerente da fazenda
informou que não sabia do problema.
Diante
dessa situação, auditores do Ministério do Trabalho vão se reunir com
produtores rurais para conversar sobre melhorias na assistência ao
trabalhadores nas propriedades da região.
"Vamos
orientá-los devidamente em relação a esse cuidados a se ter com os
trabalhadores rurais, principalmente esses que migram durante a colheita do
café e em outros períodos em que são exigidos um número maior de pessoas. Essas
propriedades, às vezes, não se encontram em condições e com estrutura para que
essas pessoas realmente possam atuar e ter condição de vivência", explicou
o superintendente do MTE-ES, Alcimar Candelas.
De acordo
com o Ministério do Trabalho, Sooretama possui pelos menos 300 propriedades
rurais. A região é uma das referências na produção de café e recebe todos os
anos trabalhadores informais da Bahia e de Minas Gerais.
Indenização
Os oitenta
e seis trabalhadores que viviam em condições análogas a de escravidão na
propriedade em Sooretama receberam indenizações de R$ 2 mil a R$ 5 mil cada um,
por parte do dono da fazenda, segundo o Ministério do Trabalho. Após
fiscalização, os homens que trabalhava na colheita de café voltaram para suas
casas no estado da Bahia, no dia 7 de junho, com passagens pagas também pelo
ex-patrão.
*Com
colaboração de Kaio Henrique, da TV Gazeta Norte.
Fonte:
http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2014/08/es-lidera-numero-de-casos-de-trabalho-analogo-ao-escravo.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário