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quarta-feira, 6 de agosto de 2014

ES é o 2º estado com mais flagrantes de trabalho análogo ao escravo

Informação é do Ministério do Trabalho, que fiscalizou várias propriedades.
Apenas em Sooretama, 86 trabalhadores estavam em condições irregulares.
O Espírito Santo está em segundo lugar na lista de estados onde mais foram encontrados trabalhadores em situação análogas à escravidão em todo o Brasil, segundo dados do Ministério do Trabalho (MTE), ficando atrás apenas de Minas Gerais. Em todo o país, o órgão realizou 57 operações e os fiscais conseguiram liberar 421 pessoas que trabalhavam de maneira irregular. Desse número, 86 trabalhadores foram flagrados em apenas uma operação, em uma fazenda de Sooretama, no Norte do estado.

O flagrante aconteceu durante uma operação conjunta do Ministério e da Polícia Federal, no dia 4 de junho. Apenas em uma fazenda foram considerados 15 autos de infração. A multa e a regulamentação de pagamento dos trabalhadores podem custar até R$ 1 milhão ao dono da propriedade. Os fiscais encontraram esgoto aberto, passando por dentro de um dos abrigos e sendo despejado ao lado dos dormitórios. Segundo os relatos dos trabalhadores, eles dormiam e se alimentavam sentido mal cheiro. O depósito de lixo também ficava próximo à área de convívio dos trabalhadores. Os banheiros não tinham azulejos, fato que é exigido pelo Ministério do Trabalho. Não era oferecido papel higiênico, nem sabonete. Além disso, os abrigos não tinham janela. O gerente da fazenda informou que não sabia do problema.
Diante dessa situação, auditores do Ministério do Trabalho vão se reunir com produtores rurais para conversar sobre melhorias na assistência ao trabalhadores nas propriedades da região.
"Vamos orientá-los devidamente em relação a esse cuidados a se ter com os trabalhadores rurais, principalmente esses que migram durante a colheita do café e em outros períodos em que são exigidos um número maior de pessoas. Essas propriedades, às vezes, não se encontram em condições e com estrutura para que essas pessoas realmente possam atuar e ter condição de vivência", explicou o superintendente do MTE-ES, Alcimar Candelas.
De acordo com o Ministério do Trabalho, Sooretama possui pelos menos 300 propriedades rurais. A região é uma das referências na produção de café e recebe todos os anos trabalhadores informais da Bahia e de Minas Gerais.
Indenização
Os oitenta e seis trabalhadores que viviam em condições análogas a de escravidão na propriedade em Sooretama receberam indenizações de R$ 2 mil a R$ 5 mil cada um, por parte do dono da fazenda, segundo o Ministério do Trabalho. Após fiscalização, os homens que trabalhava na colheita de café voltaram para suas casas no estado da Bahia, no dia 7 de junho, com passagens pagas também pelo ex-patrão.
*Com colaboração de Kaio Henrique, da TV Gazeta Norte.

Fonte: http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2014/08/es-lidera-numero-de-casos-de-trabalho-analogo-ao-escravo.html

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