Tobias
esclarece André Luiz:
“- Você
não ponderou, todavia, meu caro André, que essa preparação não constitui, ainda, a realização propriamente dita.
Saem milhares de mensageiros aptos para o serviço, mas são muito raros os que triunfam. Alguns conseguem
execução parcial da tarefa, outros muitos fracassam de todo. O serviço legítimo não é fantasia. É
esforço sem o qual a obra não pode aparecer nem prevalecer. Longas fileiras
de médiuns e doutrinadores para o mundo carnal partem daqui, com as necessárias
instruções, porque os benfeitores da Espiritualidade Superior, para
intensificarem a redenção humana, precisam
de renúncia e de altruísmo. Quando os mensageiros se esquecem do espírito
missionário e da dedicação aos semelhantes, costumam transformar-se em
instrumentos inúteis. Há médiuns e
mediunidade, doutrinadores e doutrina, como existem a enxada e os
trabalhadores. Pode a enxada ser excelente, mas, se falta espírito de serviço
no cultivador, o ganho da enxada será inevitavelmente a ferrugem. Assim
acontece com as faculdades psíquicas e com os grandes conhecimentos. A expressão mediúnica pode ser riquíssima;
entretanto, se o dono não consegue olhar além dos interesses próprios,
fracassará fatalmente na tarefa que lhe foi conferida. Acredite, meu caro, que
todo trabalho construtivo tem as
batalhas que lhe dizem respeito. São muito escassos os servidores que toleram as dificuldades e reveses das linhas
de frente. Esmagadora percentagem permanece a distância do fogo forte.
Trabalhadores sem conta recuam quando a tarefa abre oportunidade.
[...]
[...]
Nossa visão, na Terra, costuma viciar-se no círculo dos cultos externos, na
atividade religiosa. Cremos, por lá, resolver todos os problemas pela atitude
suplicante. Entretanto, a genuflexão não
soluciona questões fundamentais do espírito, nem a mera adoração à Divindade
constitui a máxima edificação. Em verdade, todo ato de humildade e amor é respeitável e santo, e, incontestavelmente,
o Senhor nos concederá suas bênçãos; no entanto, é imprescindível
considerar que a manutenção e limpeza do
vaso, para recolhê-las, é dever que nos assiste. Não preparamos, pois, neste Centro, simples postalistas, mas espíritos
que se transformam em cartas vivas de Jesus para a Humanidade encarnada.
Pelo menos, este é o programa de nossa administração espiritual...
[...]
- Raros
triunfam, porque quase todos estamos ainda ligados a extenso pretérito de erros
criminosos, que nos deformaram a personalidade. Em cada novo ciclo de empreendimentos carnais, acreditamos muito
mais em nossas tendências inferiores do passado, que nas possibilidades divinas
do presente, complicando sempre o futuro. É desse modo que prosseguimos, por lá, agarrados ao mal e esquecidos do
bem, chegando, por vezes, ao disparate de interpretar dificuldades como
punições, quando todo obstáculo traduz oportunidade verdadeiramente preciosa
aos que já tenham ‘olhos de ver’.”
(André
Luiz ‘Os Mensageiros’. Psicografia:
Francisco Cândido Xavier. 20 ed. 1986. p. 22-24)
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