Os pilotos
da Air France, há oito dias em greve, rejeitaram
uma proposta da direção da companhia de suspender temporariamente o projeto da
sua filial baixo custo Transavia, que deu origem ao conflito. Nesta
segunda-feira (22) de manhã, o presidente do grupo AF-KLM, Alexandre de Juniac,
propôs aos sindicatos suspender até
dezembro o projeto para abrir a filial de baixo custo Transavia.
Em
declaração à imprensa, a Air France afirmou que esta é uma "proposta
final" para pôr fim à greve, que a empresa considera
"infundada". No entanto, o principal
sindicato de pilotos da Air France denunciou a proposta como uma "última
provocação", e "uma cortina de fumaça que não oferece mais garantias
do que os anúncios anteriores e que não resolve problema algum".
O sindicato SNPL acusou Juniac de ser um
"bombeiro piromaníaco", e de "ter apostado por uma diminuição da
mobilização depois dos oito primeiros dias". "A greve não enfraquece", e "ele (Juniac) tenta apagar o
incêndio soprando as brasas", acrescentou a organização sindical.
"Uma provocação como esta é inaceitável, depois de oito dias de greves e
de alertas sobre as ameaças que pesam sobre os empregos na França",
afirma.
Desde o
dia 15, mais da metade dos aviões da Air
France permanece em terra por causa da greve de pilotos, que é a mais longa na
França em quase 16 anos. De acordo com a direção da companhia, a paralisação
está causando perdas "que podem chegar a 20 milhões de euros por
dia".
A empresa
prevê uma pequena melhora da situação na terça-feira, com 48% dos voos em
operação, quando nesta segunda-feira foram apenas 42%. No sábado, o SNPL
anunciou a manutenção da greve até sexta-feira, dia 26, e não descartou ir
além, caso persista a "situação de bloqueio".
Considerado pelos pilotos como o caminho aberto
para a "transferência" os empregos franceses, a implantação da
Transavia na Europa deve ser objeto de uma negociação antes do fim do ano,
segundo a nova proposta da direção. A Air France-KLM quer aumentar a frota da
Transavia França de 14 para 37 aviões, e manifestou vontade de abrir novas
bases de sua filial de baixo custo na Europa a partir de 2015, empregando
pilotos com contratos de trabalho de outros países.
Haverá um
diálogo para "dar aos pilotos as garantias necessárias", prometeu
Juniac. O governo francês fez vários apelo pelo fim da greve nos últimos dias.
O primeiro-ministro, Manuel Valls, disse nesta segunda-feira que a direção da
Air France fez propostas "razoáveis" e pediu o fim da paralisação dos
pilotos "o mais rápido possível". "Hoje é necessário que o
trabalho seja retomado", afirmou horas antes o secretário de Estado de
Relações com o Parlamento, Jean-Marie Le Guen.
Seu
homólogo dos Transportes, Alain Vidalies, havia pedido na véspera "um
compromisso" entre direção e sindicatos. "É necessária uma atitude
positiva nesta situação. Caso contrário, creio que o futuro da empresa pode
estar em jogo", disse o ministro, lembrando que a Air France, como as
outras companhias aéreas tradicionais, enfrenta a concorrência de companhias de
baixo custo e é "financeiramente frágil". A Air France voltou a pedir
desculpas a seus clientes em uma carta na qual que afirmou que compartilha sua
"frustração" e seu "descontentamento".
Fonte: http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/economia/2014/09/22/internas_economia,531131/greve-da-air-france-e-a-mais-longa-em-mais-de-15-anos.shtml
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