Manifestantes
fecharam todas as faixas no sentido Congresso Nacional.
Categoria fez greve por falta de pagamento de
adiantamento salarial.
Passageiros do transporte público do Distrito Federal
fecharam o Eixo Monumental, no sentido Esplanada dos Ministérios, em Brasília, na tarde
desta segunda-feira (22), em protesto
contra a paralisação de rodoviários das companhias Pioneira e Marechal, que
cruzaram os braços por falta de pagamento de adiantamento salarial.
Segundo a
Polícia Militar, cerca de 400 pessoas
participaram do ato, que teve início pouco antes das 18h. Inicialmente, o grupo
fechou uma das saídas da plataforma inferior da Rodoviária do Plano Piloto e
disse que só iria permitir que os
veículos de outras companhias deixem o local depois que todas as linhas
voltarem a rodar.
O grupo
seguiu rumo ao Eixo Monumental e fechou as seis faixas da via, no sentido
Rodoviária - Congresso Nacional. O
bloqueio foi feito às 18h15, horário de maior fluxo no local.
O Batalhão
de Trânsito da PM montou um desvio cerca de 200 metros antes da manifestação,
na tentativa de evitar o engarrafamento e encaminhar os carros para o Eixão
Sul, em uma rota alternativa. Em menos de 15 minutos, os manifestantes caminharam
até o local do desvio e tornaram a impedir o fluxo de veículos.
Às 18h30,
o congestionamento no sentido Congresso Nacional chegava até a Torre de TV.
“Queremos ônibus”, diziam os manifestantes, que eram cercados por um cordão de
isolamento feito por policiais militares.
Ônibus
extras
A situação
começou a ser resolvida no início da noite. Pouco depois das 19h, o
tenente-coronel Rosenildo Lima, do 6º Batalhão da PM, disse aos manifestantes
que a empresa São José faria a linha para o Paranoá e São Sebastião. Às 19h20,
os manifestantes liberaram o Eixo Monumental. Até as 20h, policiais militares
continuavam no local para monitorar o embarque dos usuários de transporte.
Cinco
ônibus da São José se posicionavam para embarcar os passageiros às 19h30. Nos
boxes ao lado, micro-ônibus, ônibus convencionais e vans piratas disputavam
passageiros com destino às mesmas regiões.
O
movimento na rodoviária era intenso, em virtude do horário. O diretor do
DFTrans, Jair Tedeschi, afirmou ao G1 que os passageiros com destino a Santa
Maria e Gama seriam atendidos a partir das 20h por veículos da Cootarde, que já
opera nas regiões, e da Grande Brasília, que faria as linhas como um improviso.
A
expectativa do DFTrans é que a circulação de ônibus seja normal nesta terça-feira
(23). "Possivelmente, a Pioneira vai voltar a circular. Até o meio-dia, a
situação estará normalizada", afirmou.
Fechamento
No início
da manifestação, os veículos da empresa Piracicabana ficaram impedidos de
deixar a rodoviária. Pelo menos 20 ônibus faziam fila à espera da liberação do
acesso. A companhia atende passageiros da Asa Norte, Vila Planalto, Sobradinho
e Planaltina.
A saída
também é utilizada por veículos da TCB que fazem percurso da Esplanada dos
Ministérios e a integração com o metrô. Para furar o bloqueio, motoristas
subiam no gramado da Rodoviária voltado para o Congresso. Passageiros se
aglomeravam na porta dos ônibus para poder embarcar.
O técnico
de suporte Ricardo Carvalho, 36 anos, estava na primeira fila de carros
barrados pela manifestação. Morador da Cidade Ocidental, no Entorno do DF, ele
calculou que a paralisação poderia atrasar em até duas horas a volta pra casa.
"Mesmo assim, apoio o movimento deles. Se não for assim, as coisas não
melhoram. É pior para quem não está dentro do carro."
O
funcionário público Clebert Barbosa, 36 anos, morador de Ceilândia, estava
entre os manifestantes. Para ele, o alvo do protesto não são os rodoviários.
"Os funcionários têm direito de reclamar. O problema é o governo contratar
uma empresa que não consegue pagar seus empregados", disse.
"Se a gente não fizer isso, amanhã eles
param de novo. Todo mês tem greve", afirmou a assistente de clínica médica Irene
Aparecida Menezes, 38 anos. Ela é moradora de São Sebastião e depende de ônibus
da Viação Pioneira para voltar para casa.
Paralisação
Rodoviários das empresas Marechal e Pioneira,
que operam no sistema de transporte do Distrito Federal, suspenderam as
atividades desde as 12h desta segunda (22). Eles pedem o pagamento do
adiantamento salarial relativo a setembro, que deveria ter sido feito no último
dia 20. O valor corresponde a 40% do ordenado dos trabalhadores.
As empresas afirmam que negociam com o sindicato
para pôr fim à paralisação até o fim da tarde. O intuito é "assegurar a
volta para casa".
Juntas as
duas companhias atendem a moradores de 13 regiões administrativas do DF. A
Pioneira atua em São Sebastião, Paranoá, Itapoã, Jardim Botânico, Lago Sul e
Candangolândia. A empresa também atende as linhas do Expresso DF, que liga o
Gama, Santa Maria e Park Way ao Plano Piloto. A Marechal opera em Ceilândia,
Guará, Águas Claras e partes de Taguatinga e Park Way.
De acordo
com as duas empresas, mais de dez linhas foram afetadas pelas paralisação. Ao
todo, mil ônibus deixaram de circular durante o ato.
Segundo o Sindicato dos Rodoviários do DF, o
adiantamento salarial ocorre sempre nos dias 20 de cada mês. O restante é pago
no dia 5 do mês seguinte.
Em 6 de
setembro último, rodoviários da Viação Pioneira iniciaram paralisação para
cobrar o pagamento do auxílio refeição, e dos salários do mês de agosto, que
ainda não haviam sido depositados.
No fim de
julho, durante a Copa do Mundo, motoristas e cobradores das empresas Marechal,
São José e Pioneira cruzaram os braços para cobrar o pagamento do reajuste
salarial de 20% que havia sido acordado entre os empresários e o governo do
Distrito Federal no início de junho. Ao todo, as empresas são responsáveis por
três das cinco bacias do sistema de transporte coletivo e atendem diariamente
320 mil pessoas.
Bacias de
transporte público
O sistema
de transporte público do DF foi dividido em cinco bacias. A primeira delas é de
responsabilidade da Viação Piracicabana e atende o Plano Piloto, Sobradinho,
Planaltina, Cruzeiro, Sobradinho II, Lago Norte, Sudoeste/Octogonal, Varjão e
Fercal.
A bacia 2
conta com 640 ônibus e atende Gama, Paranoá, Santa Maria, São Sebastião,
Candangolândia, Lago Sul, Jardim Botânico, Itapoã e parte do Park Way. A bacia
3 tem uma frota de 483 ônibus e atende Núcleo Bandeirante, Samambaia, Recanto
das Emas, Riacho Fundo I e Riacho Fundo II.
A bacia 4 conta com 464 veículos, que atendem
parte de Taguatinga, Ceilândia, Guará, Águas Claras e parte do Park Way. A
bacia 5 é responsável por Brazlândia, Ceilândia, SIA, SCIA, Vicente Pires e
parte de Taguatinga e terá 576 coletivos.
Fonte: http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2014/09/grupo-fecha-eixo-monumental-em-protesto-contra-greve-de-rodoviarios.html
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