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terça-feira, 23 de setembro de 2014

Grupo fecha Eixo Monumental em protesto contra greve de rodoviários

Manifestantes fecharam todas as faixas no sentido Congresso Nacional.
Categoria fez greve por falta de pagamento de adiantamento salarial.
Passageiros do transporte público do Distrito Federal fecharam o Eixo Monumental, no sentido Esplanada dos Ministérios, em Brasília, na tarde desta segunda-feira (22), em protesto contra a paralisação de rodoviários das companhias Pioneira e Marechal, que cruzaram os braços por falta de pagamento de adiantamento salarial.
Segundo a Polícia Militar, cerca de 400 pessoas participaram do ato, que teve início pouco antes das 18h. Inicialmente, o grupo fechou uma das saídas da plataforma inferior da Rodoviária do Plano Piloto e disse que só iria  permitir que os veículos de outras companhias deixem o local depois que todas as linhas voltarem a rodar.
O grupo seguiu rumo ao Eixo Monumental e fechou as seis faixas da via, no sentido Rodoviária - Congresso Nacional. O bloqueio foi feito às 18h15, horário de maior fluxo no local.
O Batalhão de Trânsito da PM montou um desvio cerca de 200 metros antes da manifestação, na tentativa de evitar o engarrafamento e encaminhar os carros para o Eixão Sul, em uma rota alternativa. Em menos de 15 minutos, os manifestantes caminharam até o local do desvio e tornaram a impedir o fluxo de veículos.
Às 18h30, o congestionamento no sentido Congresso Nacional chegava até a Torre de TV. “Queremos ônibus”, diziam os manifestantes, que eram cercados por um cordão de isolamento feito por policiais militares.

Ônibus extras
A situação começou a ser resolvida no início da noite. Pouco depois das 19h, o tenente-coronel Rosenildo Lima, do 6º Batalhão da PM, disse aos manifestantes que a empresa São José faria a linha para o Paranoá e São Sebastião. Às 19h20, os manifestantes liberaram o Eixo Monumental. Até as 20h, policiais militares continuavam no local para monitorar o embarque dos usuários de transporte.
Cinco ônibus da São José se posicionavam para embarcar os passageiros às 19h30. Nos boxes ao lado, micro-ônibus, ônibus convencionais e vans piratas disputavam passageiros com destino às mesmas regiões.
O movimento na rodoviária era intenso, em virtude do horário. O diretor do DFTrans, Jair Tedeschi, afirmou ao G1 que os passageiros com destino a Santa Maria e Gama seriam atendidos a partir das 20h por veículos da Cootarde, que já opera nas regiões, e da Grande Brasília, que faria as linhas como um improviso.
A expectativa do DFTrans é que a circulação de ônibus seja normal nesta terça-feira (23). "Possivelmente, a Pioneira vai voltar a circular. Até o meio-dia, a situação estará normalizada", afirmou.
Fechamento
No início da manifestação, os veículos da empresa Piracicabana ficaram impedidos de deixar a rodoviária. Pelo menos 20 ônibus faziam fila à espera da liberação do acesso. A companhia atende passageiros da Asa Norte, Vila Planalto, Sobradinho e Planaltina.
A saída também é utilizada por veículos da TCB que fazem percurso da Esplanada dos Ministérios e a integração com o metrô. Para furar o bloqueio, motoristas subiam no gramado da Rodoviária voltado para o Congresso. Passageiros se aglomeravam na porta dos ônibus para poder embarcar.
O técnico de suporte Ricardo Carvalho, 36 anos, estava na primeira fila de carros barrados pela manifestação. Morador da Cidade Ocidental, no Entorno do DF, ele calculou que a paralisação poderia atrasar em até duas horas a volta pra casa. "Mesmo assim, apoio o movimento deles. Se não for assim, as coisas não melhoram. É pior para quem não está dentro do carro."
O funcionário público Clebert Barbosa, 36 anos, morador de Ceilândia, estava entre os manifestantes. Para ele, o alvo do protesto não são os rodoviários. "Os funcionários têm direito de reclamar. O problema é o governo contratar uma empresa que não consegue pagar seus empregados", disse.
"Se a gente não fizer isso, amanhã eles param de novo. Todo mês tem greve", afirmou a assistente de clínica médica Irene Aparecida Menezes, 38 anos. Ela é moradora de São Sebastião e depende de ônibus da Viação Pioneira para voltar para casa.
Paralisação
Rodoviários das empresas Marechal e Pioneira, que operam no sistema de transporte do Distrito Federal, suspenderam as atividades desde as 12h desta segunda (22). Eles pedem o pagamento do adiantamento salarial relativo a setembro, que deveria ter sido feito no último dia 20. O valor corresponde a 40% do ordenado dos trabalhadores.
As empresas afirmam que negociam com o sindicato para pôr fim à paralisação até o fim da tarde. O intuito é "assegurar a volta para casa".
Juntas as duas companhias atendem a moradores de 13 regiões administrativas do DF. A Pioneira atua em São Sebastião, Paranoá, Itapoã, Jardim Botânico, Lago Sul e Candangolândia. A empresa também atende as linhas do Expresso DF, que liga o Gama, Santa Maria e Park Way ao Plano Piloto. A Marechal opera em Ceilândia, Guará, Águas Claras e partes de Taguatinga e Park Way.
De acordo com as duas empresas, mais de dez linhas foram afetadas pelas paralisação. Ao todo, mil ônibus deixaram de circular durante o ato.
Segundo o Sindicato dos Rodoviários do DF, o adiantamento salarial ocorre sempre nos dias 20 de cada mês. O restante é pago no dia 5 do mês seguinte.
Em 6 de setembro último, rodoviários da Viação Pioneira iniciaram paralisação para cobrar o pagamento do auxílio refeição, e dos salários do mês de agosto, que ainda não haviam sido depositados.
No fim de julho, durante a Copa do Mundo, motoristas e cobradores das empresas Marechal, São José e Pioneira cruzaram os braços para cobrar o pagamento do reajuste salarial de 20% que havia sido acordado entre os empresários e o governo do Distrito Federal no início de junho. Ao todo, as empresas são responsáveis por três das cinco bacias do sistema de transporte coletivo e atendem diariamente 320 mil pessoas.
Bacias de transporte público
O sistema de transporte público do DF foi dividido em cinco bacias. A primeira delas é de responsabilidade da Viação Piracicabana e atende o Plano Piloto, Sobradinho, Planaltina, Cruzeiro, Sobradinho II, Lago Norte, Sudoeste/Octogonal, Varjão e Fercal.
A bacia 2 conta com 640 ônibus e atende Gama, Paranoá, Santa Maria, São Sebastião, Candangolândia, Lago Sul, Jardim Botânico, Itapoã e parte do Park Way. A bacia 3 tem uma frota de 483 ônibus e atende Núcleo Bandeirante, Samambaia, Recanto das Emas, Riacho Fundo I e Riacho Fundo II.
A  bacia 4 conta com 464 veículos, que atendem parte de Taguatinga, Ceilândia, Guará, Águas Claras e parte do Park Way. A bacia 5 é responsável por Brazlândia, Ceilândia, SIA, SCIA, Vicente Pires e parte de Taguatinga e terá 576 coletivos.

Fonte: http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2014/09/grupo-fecha-eixo-monumental-em-protesto-contra-greve-de-rodoviarios.html

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