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sexta-feira, 18 de maio de 2012

ADUFC. Insatisfação política ameaça rachar sindicato de professores


Um grupo de docentes estaria disposto a pedir desfiliação em massa. Motivo seria exclusão dos campi do Interior em Assembleia. Adufc minimiza.
Grupos de professores dos campi da Universidade Federal do Ceará (UFC) no Interior têm manifestado insatisfação quanto à atuação do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará (Adufc). Mais de 50 professores do Cariri assinaram carta de repúdio contra a entidade, afirmando que foram impedidos de votar na assembleia geral, da última terça-feira (15), por já terem expressado anteriormente que seriam favoráveis à aprovação de um indicativo de greve. A reclamação é de que a Adufc teria posturas alinhadas ao Governo Federal.

Segundo o professor do curso de Filosofia do Campus do Cariri, Roberto Cunha, a Adufc afirmou que houve problemas técnicos que impediram a participação de todos os campi do Interior por meio de videoconferência, o que teria inviabilizado a contagem de votos de professores do Interior. No entanto, segundo Cunha, há um clima de insatisfação entre os professores, por acreditarem que, na verdade, a Adufc os impediu de participar da votação.
“Tivemos acesso a um email do presidente da Adufc, Marcelino Pequeno, que ele enviou a todos os professores dos Centros de Ciência e Computação em Fortaleza, onde ele se refere aos professores dos campi de Sobral e do Cariri como sendo radicais e que queriam deflagrar a greve antes do dia 31 de maio”, pontuou Cunha, citando que o email tem circulado nas redes sociais.
Na terça-feira, professores do Cariri decidiram manter uma assembleia própria, onde aprovaram por unanimidade a realização de um plebiscito no dia 24 de maio, para decidir se vai aderir ao movimento grevista nacional, independente de qualquer deliberação a ser tomada em Fortaleza. Além disso, foi aprovada também carta de repúdio contra a Adufc e os professores já começaram a se mobilizar para avaliar a possibilidade de se desfiliar da entidade e criar um novo sindicato.
Entre os setores insatisfeitos, há aqueles que defendem a desfiliação em massa. Para o professor de Comunicação Social da UFC no Cariri, José Celestino, o que se vê na Adufc é o esgotamento do sindicato como espaço de reflexão crítica independente, de transformação da sociedade e de representação legítima de uma categoria profissional. “Acredito num sindicato que garanta o dissenso produtivo, o confronto e a divergência de ideias. Quando se esgota essa possibilidade, não há algo mais a fazer a não ser se desfiliar”, defendeu.
Adufc
O vice-presidente da Adufc, Ricardo Thé, confirma que houve problemas técnicos com a videoconferência na última assembleia, que decidiu aguardar as negociações com o Governo Federal, convocando nova assembleia no dia 5 de junho. A possibilidade de votar uma greve na ocasião não está descartada. Ele nega que a Adufc tenha tomado a decidir de impedir os professores dos campi do Interior de votarem.
De acordo com Thé, desde a última terça-feira, apenas um professor se desfiliou. Ele reforçou ainda que a postura da Adufc tem sido de negociar à exaustão, com total independente de qualquer governo. Na avaliação dele, a queixa é pontual e não representa o sentimento da maioria da categoria. “Mas isso faz parte da democracia”, acrescentou.
Como
ENTENDA A NOTÍCIA
No campus do Cariri, grupos de professores têm expressado a insatisfação contra a Adufc. Eles pretendempautar o debate nos campi do Cariri, Sobral e em Quixadá, para realizar o plebiscito no dia 24 deste mês.

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