Um grupo de docentes estaria disposto a
pedir desfiliação em massa. Motivo seria exclusão dos campi do Interior em
Assembleia. Adufc minimiza.
Grupos de
professores dos campi da Universidade Federal do Ceará (UFC) no Interior têm
manifestado insatisfação quanto à atuação do Sindicato dos Docentes das
Universidades Federais do Estado do Ceará (Adufc). Mais de 50 professores do
Cariri assinaram carta de repúdio contra a entidade, afirmando que foram
impedidos de votar na assembleia geral, da última terça-feira (15), por já
terem expressado anteriormente que seriam favoráveis à aprovação de um
indicativo de greve. A reclamação é de que a Adufc teria posturas alinhadas ao
Governo Federal.
Segundo o
professor do curso de Filosofia do Campus do Cariri, Roberto Cunha, a Adufc
afirmou que houve problemas técnicos que impediram a participação de todos os
campi do Interior por meio de videoconferência, o que teria inviabilizado a
contagem de votos de professores do Interior. No entanto, segundo Cunha, há um
clima de insatisfação entre os professores, por acreditarem que, na verdade, a
Adufc os impediu de participar da votação.
“Tivemos acesso a
um email do presidente da Adufc, Marcelino Pequeno, que ele enviou a todos os
professores dos Centros de Ciência e Computação em Fortaleza, onde ele se
refere aos professores dos campi de Sobral e do Cariri como sendo radicais e
que queriam deflagrar a greve antes do dia 31 de maio”, pontuou Cunha, citando
que o email tem circulado nas redes sociais.
Na terça-feira,
professores do Cariri decidiram manter uma assembleia própria, onde aprovaram
por unanimidade a realização de um plebiscito no dia 24 de maio, para decidir
se vai aderir ao movimento grevista nacional, independente de qualquer
deliberação a ser tomada em Fortaleza. Além disso, foi aprovada também carta de
repúdio contra a Adufc e os professores já começaram a se mobilizar para
avaliar a possibilidade de se desfiliar da entidade e criar um novo sindicato.
Entre os setores
insatisfeitos, há aqueles que defendem a desfiliação em massa. Para o professor
de Comunicação Social da UFC no Cariri, José Celestino, o que se vê na Adufc é
o esgotamento do sindicato como espaço de reflexão crítica independente, de
transformação da sociedade e de representação legítima de uma categoria
profissional. “Acredito num sindicato que garanta o dissenso produtivo, o
confronto e a divergência de ideias. Quando se esgota essa possibilidade, não
há algo mais a fazer a não ser se desfiliar”, defendeu.
Adufc
O
vice-presidente da Adufc, Ricardo Thé, confirma que houve problemas técnicos
com a videoconferência na última assembleia, que decidiu aguardar as
negociações com o Governo Federal, convocando nova assembleia no dia 5 de
junho. A possibilidade de votar uma greve na ocasião não está descartada. Ele
nega que a Adufc tenha tomado a decidir de impedir os professores dos campi do
Interior de votarem.
De acordo com Thé,
desde a última terça-feira, apenas um professor se desfiliou. Ele reforçou
ainda que a postura da Adufc tem sido de negociar à exaustão, com total
independente de qualquer governo. Na avaliação dele, a queixa é pontual e não
representa o sentimento da maioria da categoria. “Mas isso faz parte da
democracia”, acrescentou.
Como
ENTENDA A NOTÍCIA
No campus do
Cariri, grupos de professores têm expressado a insatisfação contra a Adufc.
Eles pretendempautar o debate nos campi do Cariri, Sobral e em Quixadá, para realizar
o plebiscito no dia 24 deste mês.
Nenhum comentário:
Postar um comentário