NOTA
DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DA INDÚSTRIA GRÁFICA, DA COMUNICAÇÃO GRÁFICA E
DOS SERVIÇOS GRÁFICOS DO ESTADO DO CEARÁ SOBRE O FATO OCORRIDO NO DIÁRIO DO
NORDESTE
QUANDO A
LIBERDADE SERVE APENAS PARA UM GRUPO SOCIAL, NÃO É LIBERDADE DE IMPRENSA E NEM LIBERDADE
PLENA.
Nos últimos, 23 dias de greve dos operários da construção
civil e 13 dias de greve dos trabalhadores gráficos, vimos claramente a quem
servem os donos da mídia, e não é a sociedade como um todo.
A mídia de uma sociedade democrática deve primar por
princípios éticos que garantam transparência e primem pela verdade dos
fatos. Boa parte da mídia no Ceará,
prima por seus próprios interesses econômicos e sociais. Repetindo uma velha
forma de reprodução do discurso hegemônico sobre os movimentos sociais: A total
exclusão ou a criminalização.
Em 13 dias de greve dos trabalhadores gráficos, a
sociedade só obteve informação desse processo de luta quando foi interessante
responsabilizar uma categoria inteira e sua direção sindical por um ato motivado
pela segurança da própria empresa. A
luta dos gráficos não existia, ao menos para os leitores cearenses, por que
para a categoria que enfrentou práticas ilegais como substituição de grevistas
e até o confinamento, ela existe e serve para que pais e mães de família lutem
por melhores condições de vida e de trabalho.
E em 23 dias de greve dos operários da construção civil,
vimos como é possível a criminalização de um movimento. Embora, a direção da
entidade repita constantemente que não incentiva violência, que não fornece
bebidas alcoólicas e que defende a liberdade de imprensa. O que vemos é a
constante reprodução de noticias que tratam os grevistas como baderneiros,
vândalos e bêbados. Chegou-se ao ponto, de se mostrar um trabalhador fumando
cigarro Maratá e insinuar que se tratava de um cigarro de maconha.
Imagens de antigos processos de luta são utilizadas para
insinuar quebradeira, imagens de funcionários do sindicato fechando um portão
são usadas com o mesmo intuito. Uso de câmeras ocultas. Alegações de agressão e vandalismo, sem
comprovação de imagem. E tantas outras formas de manipulação da informação que
já foram denunciadas em nota pela entidade sindical.
Generalizam-se as exceções. E o que as entidades
solicitam? Que mostrem o que está errado, mas não esqueçam a imparcialidade,
consultem os dois lados e não acusem sem provas.
Mas, ontem (29/05) a superação de como a imprensa pode
julgar fatos chegou ao seu ápice, buscaram declarações de personalidades do
Estado, que se pronunciaram sem ao menos ouvir os dois lados, e, diga-se de
passagem, pessoas que em tanto tempo de luta desses trabalhadores, jamais se
manifestaram em defesa dessas categorias.
Por que, nenhum desses entrevistados questionou as 28
mortes acontecidas nos canteiros de obra de 2011, até hoje? Por que nenhuma
delas questionou por que foram substituídos os grevistas gráficos com
contratação de outros trabalhadores? Por que em nenhum momento colocaram-se na
defesa da luta dos trabalhadores, ou pediram que os patrões mostram-se mais dispostos
em negociar?
Quanto ao dia de ontem, mais uma vez, vimos como uma
história pode ser construída. Através
desta nota, tentamos esclarecer a sociedade e aos jornalistas (trabalhadores),
sobre os fatos:
1- O trio elétrico da entidade, onde se encontravam a direção das
entidades, cruzava a rua lateral do jornal, quando teve inicio o confronto
entre a segurança contratada pelo Diário do Nordeste e alguns trabalhadores;
2- O confronto foi iniciado, pois segundo informações colhidas pela direção
do sindicato junto aos trabalhadores, um segurança do jornal teria tirado uma
pedra do jardim e chegou a ser orientado para trocar por uma maior;
3- A tentativa de segurar uma pedra, foi impedida por um trabalhador que
segurado pelo braço, foi sendo arrastado para o interior do jornal;
4- Foi quando a categoria enfrentou a segurança;
5- Mesmo assim, o presidente do Sindicato dos Gráficos pegou o microfone do
carro de som e gritando aos manifestantes pediu que as categorias recuassem e
não caíssem em qualquer tipo de provocação;
6- Membros da direção do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil
fizeram com seus corpos uma corrente de proteção ao Diário do Nordeste para
conter a situação, ironicamente a foto dos dirigentes fazendo a corrente foi
capa do próprio jornal;
7- O assessor político do Sindicato
dos Trabalhadores da Construção Civil, Valdir Pereira, nunca esteve no local,
ao contrário do que foi publicado.
Apesar desta cobertura fora dos códigos de ética da
profissão dos jornalistas. As duas entidades sindicais mais uma vez vêm a
público afirmar, que não incentivam violência contra jornalistas e são
defensores da liberdade de imprensa (o que é diferente de liberdade de mentira
ou de liberdade de empresa).
A revolução não
será televisionada...
Sindicato dos
Gráficos do Estado do Ceará
Sindicato dos
Trabalhadores na Construção Civil da Região Metropolitana de Fortaleza
2 comentários:
Essa midia, anti-povo. Tem postura fascista, quando é do interesse deles mentem, inventam "verdades". Essa que estão fazendo com os companheiros da construção e dos gráficos, é só para ajudar o patronato a manter no mesmo patamar os miseraveis salários que pagam, a quem constrói a riqueza da nação. Pois o salário que oferecem a servente da construção é igual ao de um trabalhador doméstico, que não produz riquezas, não gira a economia.
Primeiro quero parabenizar pela nota!, mas companheiros e companheiras, quem ja viu a mídia fazer uma matéria verdadeira que mostre a sociedade as barbaridades que que acontece no mundo do trabalho contra os trabalhadores do nosso pais? nada, so estao mostrando o caso do olhodgua, porque este ano e ano eleitoral, quantos trabalhadores estão sendo tratados como se nada esteve acontecendo, este pais tem crescido no aspecto de economia que nunca se viu a mais de quarenta anos, mais a mais de 40 anos os trabalhadores vem dando seu suor para o crescimento, os empresários nunca chegaram em uma mesa de negociação dizendo que iriam valorizar o trabalho dos trabalhadores, sempre contam que estão tomando prejuízo! pouca vergonha, nada disso sai na mídia, as mortes que acontece nos canteiros de obras diariamente nada disso a mídia leva a serio, porque a mídia e empresaria, ganha dinheiro com outros empresários de outros ramos de atividades! entao nao vamos deixar de ser-mos tolos!.
ESTAMOS JUNTOS E MISTURADOS, VIVA OS TRABALHADORES DO NOSSO PAIS.
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