São Tomé e
Príncipe, oficialmente República
Democrática de São Tomé e Príncipe, é um estado insular localizado no Golfo da Guiné, composto por duas ilhas principais
(Ilha de São Tomé e Ilha do Príncipe) e várias ilhotas, num total de 1001 km²,
com cerca de 160 mil habitantes.
Estado insular, não tem fronteiras
terrestres, mas situa-se relativamente próximo das costas do Gabão, Guiné
Equatorial, Camarões e Nigéria.
As ilhas de São Tomé e Príncipe estiveram
desabitadas até 1470, quando os navegadores portugueses João de Santarém e
Pedro Escobar as descobriram. Foi então, uma colónia de Portugal desde o
século XV até sua independência em 12 de julho de 1975. É um dos membros da
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
História
As ilhas
de São Tomé e Príncipe estiveram desabitadas até 1470, quando os navegadores
portugueses João de Santarém, Pêro Escobar e João de Paiva as descobriram na
zona do Golfo da Guiné. A cana-de-açúcar
e o cacau foram introduzidos nas ilhas e escravos africanos foram importados,
mas a concorrência brasileira e as constantes rebeliões locais levaram a
cultura agrícola ao declínio no século XVI. Assim sendo, a decadência açucareira tornou as ilhas
entrepostos de escravos.
Numa das várias revoltas internas nas ilhas, um
escravo chamado Amador, considerado herói nacional, controlou cerca de dois
terços da ilha de São Tomé. A agricultura só foi estimulada no arquipélago no
século XIX, com o cultivo de cacau e café.
Durante
estes dois séculos do Ciclo do Cacau, criaram-se estruturas administrativas
complexas. Elas compunham-se de vários serviços públicos, tendo a sua frente um
chefe de serviço. As decisões tomadas por este tinham de ser sancionadas pelo
Governador da Colónia, que para legislar, auxiliava-se de um Conselho de
Governo e de uma Assembleia Legislativa.
Durante
muito tempo o governador foi o comandante-chefe das forças armadas, até que com
a luta armada nos outros territórios sob o seu domínio, se criou um Comando
Independente. Fora da sua alçada encontrava-se a Direção-Geral de Segurança
(DGS).
O Governador deslocava-se periodicamente a
Lisboa, para informar o governo colonial e dele trazer instruções.
Na Ilha do
Príncipe, em representação do Governo havia o administrador do Concelho com
largas atribuições. A colônia achava-se dividida em dois concelhos, o de São
Tomé e o do Príncipe, e em várias freguesias.
Em 1960, surge um grupo nacionalista opositor ao domínio português. Em
1972, o grupo dá origem ao Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe
(MLSTP), de orientação marxista. Assim, em 1975, após cerca
de 500 anos de controlo de Portugal, o arquipélago é descolonizado.
Após a independência, foi implantado um regime
socialista de partido único e as plantações são nacionalizadas sob a alçada do
MLSTP. Dez anos após a independência (1985), inicia-se a
abertura económica do país. Em 1990, adota-se uma nova constituição, que
institui o pluripartidarismo.
No ano
seguinte, as eleições legislativas apresentam o Partido de Convergência
Democrática - Grupo de Reflexão (PCD-GR) como grande vencedor, ao conquistar a
maioria das cadeiras. A eleição para presidente contou com a participação de
Miguel Trovoada, ex-primeiro-ministro do país que estava exilado desde 1978.
Sem adversários, Trovoada foi eleito para o cargo. Em 1995 foi instituído um
governo local na ilha do Príncipe, com a participação de cinco membros. Nas
eleições parlamentares de 1998, o MLSTP incorpora no seu nome PSD (Partido Social Democrata) e conquista
a maioria no Parlamento, o que tornou possível ao partido indicar o
primeiro-ministro.
Em 2001, Fradique de Menezes tornou-se
presidente e prometeu mais colaboração com o parlamento. Em 2003 resistiu a uma
tentativa de golpe.
Geografia
As ilhas de São Tomé e do Príncipe ficam
situadas junto à linha do Equador (atravessa o Ilhéu das Rolas) e a cerca de
300 km da costa Ocidental de África. Todo
o arquipélago está inserido no rifte da linha vulcânica dos Camarões.
Demografia
Do total da população de São Tomé e Príncipe,
cerca de 131 mil vivem em São Tomé e seis mil no Príncipe. Todos eles descendem
de vários grupos étnicos que emigraram para as ilhas desde 69.
As ilhas
são uma antiga colónia portuguesa. Na década de 1970 houve dois fluxos
populacionais significativos — o êxodo da maior parte dos 4.000 residentes
portugueses e o influxo de várias centenas de refugiados são-tomenses vindos de
Angola. Os ilhéus foram na sua maior
parte absorvidos por uma cultura comum luso-africana. Quase todos pertencem às igrejas Católica Romana, Evangélica, Nazarena,
Congregação Cristã ou Adventista do Sétimo Dia, que, por sua vez, mantém laços
estreitos com as igrejas em Portugal.
A grande maioria do povo são-tomense fala
português (95%), mas também fala três crioulos de base portuguesa diferentes.
População
urbana - 61%7
População
rural - 69%
Religião
As
manifestações religiosas são imensamente complexas. Elas têm origem nos mais
variados credos, pois se atendermos a gama de indivíduos de várias origens,
vindos para São Tomé e Príncipe, facilmente se encontra a explicação deste
facto.
De acordo
com o CIA- The World Factbook a população de São Tomé e Príncipe dividia-se,
aquando dos censos de 2001, de acordo com as suas filiações religiosas da
seguinte forma: 77,5% de Cristãos, (na sua maioria católicos - 70,3%), 3,1%
seguem outras religiões e 19,4% são não religiosos.
Política
A política
de São Tomé e Príncipe é uma república
semi-presidencialista democracia representativa, o presidente é o chefe de
estado e o primeiro-ministro é o chefe de governo.
A Constituição de 2003 é a principal lei do país, tendo sido
adoptada pela Lei n.º1/03, de 29 de Janeiro de 2003. Outras normas
jurídicas importantes do país são a Lei nº 8/1991 (Lei Base do Sistema
Judiciário), a Lei nº 10/1991 (Estatuto dos Magistrados Judiciais), a Lei nº.
5/1997 (Estatuto da Função Pública).
Economia
São Tomé e
Príncipe tem apostado no turismo
para o seu desenvolvimento, mas a recente descoberta de jazidas de
petróleo nas suas águas abriu novas, embora ainda mal definidas perspectivas
para o futuro. A actividade pesqueira
continua a ser uma das principais actividades económicas do país. O país
continua também a manter estreitas relações bilaterais com Portugal.
Fonte:
Wikipédia
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