“Dialogar não é um
ato de força bruta, em que um sujeito atropela o outro e o ajoelha perante si.
Dialogar requer, necessariamente, que o Cordeiro tenha a proteção necessária
para negociar com o robusto Leão ou a astuta raposa”, com esta declaração,
o procurador regional do trabalho, Francisco Gérson Marques de Lima iniciou na
noite desta quarta-feira (2/4), o II Congresso Internacional de Direito
Sindical.
O evento acontece até esta sexta-feira (4/4) e reúne cerca
de 1300 pessoas no Hotel Oásis Atlântico, em Fortaleza. A presente edição do
Congresso possui características que o distinguem do anterior, apesar de manter
a mesma feição de participação ativa do sindicalismo. São 20h distribuídas em
14h para palestras, 4,25h para debates e quase 2h para as moderações e outras
intervenções. Dentre os inscritos, aumentou consideravelmente a participação de
sindicalistas, agora com presença de quase 80%, o que legitima ainda mais as
discussões. Além dos representantes das entidades sindicais participam do
Congresso estudantes, procuradores do trabalho, magistrados e representantes do
poder Público.
“Permanece o propósito de discutir os aspectos gerais da
luta trabalhista, incansável e mal compreendida, mas resistida pelos
sindicalistas e por todos quantos compreendem a grandeza e a importância em
defender os direitos sociais”, comentou o também coordenador do evento Gérson
Marques.
O presidente de honra do Congresso e procurador Geral do
Trabalho, Luís Carmargo, ressaltou a importância do evento. “O evento tomou tal
importância que queremos levá-lo a outro ponto do país, nossa intenção é que a
terceira edição do Congresso seja realizada em São Paulo”, comentou. Ele
lembrou ainda os 50 anos do Golpe Militar de 1964 ressaltando que “a luta dos
trabalhadores foi fundamental para a implantação do processo democrático no
Brasil.”
“Soa estranho que, passados 30 anos do retorno à democracia,
sobrevindo a maior de todas as conquistas do ser humano, a liberdade, ressurjam
no horizonte indícios do mesmo chicote estalando no ar. Antes, o tolhimento da
liberdade de expressão, a força que aprisionara intelectuais, artistas,
políticos e sindicalistas, partiu de um golpe antidemocrático, pelo uso das
armas. Agora, encarnado em Projetos de Lei, o mesmo espírito maligno da
arbitrariedade provém de poderes constituídos, almejando tipificar como
terrorismo as manifestações sociais, sobretudo para satisfazer interesses do
grande capital em eventos transitórios de duvidosa vantagem para a sociedade”,
comentou o procurador Gérson Marques.
O coordenador também aproveitou o seu discurso para
agradecer todos os parceiros que colaboraram para a realização do evento.
Fonte: http://www.prt7.mpt.gov.br/congresso/index.php?option=com_content&view=article&id=110:dialogar-nao-e-um-ato-de-forca-bruta&catid=78&Itemid=435
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