Paris /França |
Jacques de
Molay1 (em francês: Jacques de Molay; [Pronúncia: (ʒak də molɛ) Jak Demolé]; Molay
Haute-Saône, 1244 — Paris, 18 de março de 1314) foi um nobre e militar, nascido
em Molay Haute-Saône, à época um vilarejo do Condado da Borgonha, e hoje em dia
uma comuna francesa. Pertencia a uma família da pequena nobreza francesa, tendo
sido cavaleiro e o último grão-mestre da Ordem dos Cavaleiros Templários.2
Biografia
Nascido em
Molay, comuna francesa atualmente localizada no departamento de Haute-Saône,
França, embora à época o vilarejo pertencesse ao Condado da Borgonha. Jacques
de Molay nasceu no ano de 1244, em uma família da pequena nobreza francesa.
Muito pouco se sabe sobre sua infância e adolescência.
Aos seus
21 anos de idade, como muitos filhos da nobreza europeia, de Molay entrou para
a Ordem dos Cavaleiros Templários, organização sancionada pela Igreja Católica
Apostólica Romana para proteger e guardar as estradas entre Jerusalém e Acre,
sendo a última, à época, um importante porto no mar Mediterrâneo. A Ordem dos
Cavaleiros Templários participou das Cruzadas, e conquistou um nome de valor e
heroísmo.
Nobres de
toda a Europa enviavam seus filhos para serem cavaleiros templários, e isso fez
com que a Ordem passasse a ser muito rica e popular em todo o continente
europeu e Oriente Médio.
Em 1298,
Jacques de Molay foi nomeado grão-mestre dos Cavaleiros Templários, uma posição
de poder e prestígio. Assumiu o cargo após a morte de seu antecessor Teobaldo
Gaudin, no mesmo ano - 1298.
Como
Grão-Mestre, de Molay passou por uma difícil posição pois as cruzadas não
estavam atingindo seus objetivos. O anticristianismo sarraceno derrotou as
Cruzadas em batalhas, capturando algumas cidades e portos vitais dos cavaleiros
templários e dos hospitalários (outra ordem de cavalaria). Restaram apenas um
único grupo do confronto contra os sarracenos.
Os
templários resolveram, então, se reorganizar e readquirir sua força. Viajaram
para a ilha de Chipre, esperando que o público geral se levantasse em apoio à
outra Cruzada.
Em vez de
apoio público, como sempre, os cavaleiros atraíram a atenção dos poderosos
senhores feudais, muito deles seus parentes, pois para se entrar na ordem teria
de se pertencer à nobreza. Em 1305, Filipe IV, "o belo", rei de
França, resolveu obter o controle dos templários para impedir a ascensão da
ordem no poder da Igreja católica. O rei era amigo de Jacques de Molay, um de
seus filhos era afilhado do mesmo, o delfim Carlos, que mais tarde seria rei de
França como Carlos IV. Mesmo sendo seu amigo, o rei de França tentou juntar a
ordem dos Templários e a dos Hospitalários, pois sentiu que as duas ordens
formavam uma grande potência econômica. Filipe IV sabia que a Ordem dos
Templários possuía várias propriedades e outros tipos de riqueza.
Sem obter
o sucesso desejado, que era a de juntar as duas ordens e se transformar em um
líder absoluto, o então rei de França armou um plano para acabar com a Ordem
dos Templários, tendo chamado um nobre francês de nome Esquin de Floyran. O tal
nobre teria como missão denegrir a imagem dos templários e de seu Grão-Mestre
Jacques de Molay, e como recompensa receberia terras pertencentes aos
templários logo após derrubá-los.
O ano de
1307 viu o começo da perseguição aos cavaleiros. Apesar de possuir um exército
com cerca de 15 mil homens, Jacques de Molay havia ido a França para o funeral
de um membro feminino da Casa Real Francesa e havia levado consigo poucos
cavaleiros. Na madrugada de 13 de outubro, ele e seus homens foram capturados e
lançados nas masmorras por um homem de confiança do rei Filipe IV, Guilherme de
Nogaret.
Durante
sete anos, Jacques de Molay e os cavaleiros aprisionados sofreram torturas e
viveram em condições subumanas. Enquanto isso, Filipe IV gerenciava as forças
do papa Clemente V para condenar os templários. Suas riquezas e propriedades
foram confiscadas e dadas a proteção de Filipe.
Funcionamento, no Brasil, de Ordem de Molay (perpetuação da memória do Grão Mestre Templário) |
Após três
julgamentos, Jacques de Molay continuou sendo leal para com seus amigos e
cavaleiros. Ele se recusou a revelar o local das riquezas da Ordem, e recusou-se
a denunciar seus companheiros. Em 18 de março de 1314, foi levado à Corte
Especial. Como evidências, a Corte dependia de confissões forjadas,
supostamente assinadas por de Molay. Desmentiu, então, as mesmas confissões.
Sob as leis da época, a pena por desmentir uma confissão era a morte. Foi
julgado pelo Papa Clemente V, e assim como Jacques de Molay, outro cavaleiro,
Guy d'Auvergne, desmentiu sua confissão e ambos foram condenados. O rei Filipe
IV, o belo, ordenou que ambos fossem queimados naquele mesmo dia, e deste modo
a história de Jacques de Molay se tornou
um testemunho de lealdade e companheirismo. De Molay veio a falecer aos seus 70
anos de idade no dia 18 de março de 1314.
Durante
sua morte na fogueira intimou aos seus três algozes, a comparecer diante do
tribunal de Deus, amaldiçoando os descendentes do então rei de França, Filipe
IV, o belo. O primeiro a morrer foi o Papa Clemente V, logo em seguida o Chefe
da guarda e o conselheiro real Guilherme de Nogaret e no dia 27 de novembro de 1314
morreu o rei Filipe IV com seus 46 anos de idade.
Grão-Mestrado
Jacques de
Molay assume o grão-mestrado da ordem em 1298, não se sabendo no entanto a data
exata da sua eleição. Será eleito em detrimento de outra figura de peso dentro
da ordem, Hugues de Pairaud, sobrinho do visitador do templo em França.
No inicio
do seu grão-mestrado é conhecido pela sua ação a favor de uma nova cruzada,
desenvolvendo uma campanha diplomática na França, Catalunha, Inglaterra, nos
estados da península itálica e nos estados pontifícios. Esta campanha visou não
só resolver problemas internos que a ordem tinha, como também problemas locais,
sendo resolvidas diversas disputas entre a ordem e bispos e também no sentido
de pressionar as coroas e a Igreja a uma nova cruzada.
Organiza a
partir da ilha de Chipre ataques contra as costas egípcias e síria para
enfraquecer os mamelucos, providencia apoio logístico e armado ao Reino Arménio
da Cilícia, e chega a intentar uma aliança com o Canato da Pérsia, sem
resultados visíveis.
Outro
assunto que será discutido durante o seu mestrado na ordem será o da fusão
entre as duas maiores ordens militares, a do Templo e a do Hospital numa só. A
Ordem do Templo com a perda de Acre começava a ser questionada quanto à razão
da sua existência. As suas funções de proteger os peregrinos e de defender a
Terra Santa tinham cessado quando se retiraram para a ilha de Chipre. Jacques
de Molay, em maio de 1307, em Poitiers, junto do papa Clemente V conseguira
apresentar uma defesa contra esta fusão e ela não se realiza.
A prisão e
o processo
Na
sexta-feira de 13 de outubro de 1307, os templários no reino da França são
presos em massa por ordem de Filipe IV, o belo, então rei de França. O
grão-mestre Jacques de Molay é capturado em Paris.
Imediatamente
após a prisão, Guillaume de Nogaret proclama publicamente nos jardins do
palácio real em Paris as acusações contra a ordem.
Esta
manobra régia impedira o inquérito pontifício pedido pelo próprio grão-mestre,
o qual interno à Igreja, discreto e desenvolvido com base no direito canônico,
emendaria a ordem das suas faltas promovendo a sua reforma interna.
A prisão,
as torturas, as confissões do grão-mestre (DeMolay nunca confessou as acusações
como menciona anteriormente), criam um conflito diplomático com a Santa Sé,
sendo o papa o único com autoridade para efetuar esta ação. Depois de uma
guerra diplomática face ao processo instaurado contra a ordem entre Filipe, o
Belo e Clemente V, chegam a um impasse, pois estando o grão-mestre e o
preceptor da Normandia, Geoffroy de Charnay sob custódia dos agentes do rei,
estão no entanto protegidos pela imunidade sancionada pelo papa e absolvidos
não podendo ser considerados heréticos.
Em 1314 o
rei pressiona para uma decisão relativa à sorte dos prisioneiros. Já num estado
terminal da sua doença, com violentas hemorragias internas que o impedem de
sair do leito, Clemente V ordena que uma comissão de bispos trate da questão.
As suas ordens seriam a salvação dos prisioneiros ficando estes num regime de
prisão perpétua sob custódia apostólica e assegurando ao rei que a temida
recuperação da ordem não será efetuada. Perante a comissão Jacques de Molay e
Geoffroy de Charnay proclamam a inocência de toda a ordem face às acusações
dirigidas a ela, a comissão para o processo e decide consultar a vontade do
papa neste assunto.
Ao ver que
o processo estava ficando fora do seu controle e estando a absolvição da ordem
ainda pendente, Filipe IV, o belo, decide um golpe de mão para que a questão
templária fosse terminada. Ordena o rapto de Jacques de Molay e de Geoffroy de
Charnay, então sob a custódia da comissão de bispos, e ordena que sejam
queimados numa fogueira na Île de la Cité, pouco depois das vésperas, em 18 de
março de 1314.
Com isso
Jacques de Molay passou a ser conhecido como um símbolo de lealdade e
companheirismo, pois preferiu morrer a entregar seus companheiros ou faltar com
seu juramento.
Teatro e
cinema
No cinema
o ator francês Gerrad Depardieu interpretou De Molay no filme "Os Reis
Malditos"( 2005) e no Teatro o ator brasileiro John Vaz o interpreta no
espetáculo "Jacques de Molay O Fim da Ordem do Templo" em turnê pelo
Brasil.
Fontes
Barbara
Frale. Os Templários, Edições 70, Lisboa, 2005.
A história
de Jacques de Molay
The Catholic Encyclopedia's article about Jacques de
Molay
Grand Masters of Our Knights Templar Order
Quem foi
Jacques de Molay - Cap. Florianópolis
Ver também
Pont Neuf
- Ponte em Paris onde se encontra o marco do local de sua execução.
Referências
Ir para
cima ↑ Demurger 2002, p. 189
Ir para
cima ↑ Jacques de Molai.
Visitado em 18 de março de 2014.
Bibliografia
Demurger,
Alain. Os Cavaleiros de Cristo. [S.l.]: Zahar, 2002. ISBN 8571106789.
Fonte:
Wikipédia
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