O comitê
do Prêmio Nobel anunciou, na manhã desta sexta-feira (10), os nomes do ativista indiano Kailash Satyarthi e da
paquistanesa Malala Yousafzai como os vencedores do Nobel da Paz de 2014,
"pela luta contra a opressão das crianças e dos jovens e pelo direito de
todas as crianças à educação". Para o ministro Lelio Bentes Correia,
coordenador da Comissão de Erradicação do Trabalho Infantil e de Proteção ao
Trabalho Decente do Adolescente do Tribunal Superior do Trabalho e do Conselho
Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), a
premiação deste ano reconhece a devida importância do tema, "para o
desenvolvimento de oportunidades justas para que crianças e adolescentes
desenvolvam plenamente suas potencialidades".
Para o
ministro Lelio Bentes, a premiação faz justiça à trajetória de Kailash de mais de 30 anos de dedicação à promoção do
direito à educação das crianças de todo o mundo. O indiano já liderou o resgate
de mais de 78 mil crianças e desenvolveu um modelo eficiente para sua educação
e reabilitação. Ele é também um dos fundadores da Marcha Global contra o
Trabalho Infantil, coalização mundial de organizações não governamentais
(ONGs), associações de professores e sindicatos voltada para a causa da
infância digna e protegida.
"O prêmio chama a atenção dos chefes de Estado
e da sociedade para a necessidade de empenho e de vontade política para
priorizar a infância e a adolescência na formulação de políticas
públicas", afirma Lelio Bentes. "Lugar
de criança é no orçamento – e no topo dele". Para o ministro do TST, o princípio da primazia do interesse da
criança e do adolescente "não pode ser mera declaração de intenções, tem
que ser concretizado por meio de ações".
A paquistanesa Malala Yousafzai, de 17 anos,
é a mais jovem ganhadora do Nobel, nos 114 anos de história da premiação.
Apesar da pouca idade, ela vem lutanto há anos pelo direito das meninas à
educação e, segundo o comitê do Prêmio Nobel, "mostrou, com seu exemplo,
que crianças e jovens também podem contribuir para melhorar sua própria
situação". E isso, lembra o comitê, "ela fez nas circunstâncias mais
perigosas": Malala protestou contra a campanha do Talibã, que rejeita a
educação feminina em seu país, e foi baleada na cabeça por extremistas,
tornando-se, por meio de sua luta, uma liderança mundial.
Fazendo
coro ao comitê, o ministro Lelio Bentes afirma que o exemplo de vida de Malala é inspirador para todos os militantes da
causa e para a sociedade em geral. "Enquanto houver pessoas dispostas a
lutar contra a opressão, podemos ter esperanças de um mundo melhor",
afirma.
Experiência
Em 2012, Kailash fez a palestra de abertura do
Seminário Trabalho Infantil, Aprendizagem e Justiça do Trabalho, promovido pelo
TST, onde falou sobre sua experiência, seus contatos com autoridades mundiais e
sobre a gravidade do problema. "Não é a pobreza que perpetua o trabalho infantil,
mas o trabalho infantil que perpetua a pobreza", afirmou. "Se a criança trabalhar, ela não vai
se desenvolver, e o ciclo da pobreza vai se perpetuar".
Seu
pronunciamento de 2012 destacava a importância da mobilização da mobilização
social e da convergência de esforços e revelava seu caráter visionário em
relação ao tema. "É o momento de
assumirmos a liderança, para construirmos um novo mundo, e espero que vocês
assumam essa liderança, para que o mais rapidamente possível possamos ver o fim
do trabalho infantil", disse.
Durante o
seminário, Kailash deu entrevista ao TV TST, programa veiculado pela TV Justiça
e pelo canal do TST no Youtube. Confira abaixo a entrevista.
Fonte: http://www.tst.jus.br/mais-lidas/-/asset_publisher/P4mL/content/nobel-da-paz-a-ativista-indiano-e-jovem-paquistanesa-reforca-importancia-do-combate-ao-trabalho-infantil?redirect=http%3A%2F%2Fwww.tst.jus.br%2Fmais-lidas%3Fp_p_id%3D101_INSTANCE_P4mL%26p_p_lifecycle%3D0%26p_p_state%3Dnormal%26p_p_mode%3Dview%26p_p_col_id%3D_118_INSTANCE_rnS5__column-2%26p_p_col_count%3D1
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