Com 10,5% dos domicílios com déficit habitacional, a Região
Metropolitana de Fortaleza ocupa segundo lugar entre RMs
Há 29 anos, a família Barbosa encontrou no bairro Manuel
Dias Branco o local ideal para ser. Com o tempo, as casas de taipa deram lugar
a paredes e pisos mais firmes. Hoje distribuída em 12 casas, a família nunca
viu água encanada, energia elétrica regularizada ou saneamento.
Os Barbosa fazem parte da estatística de déficit
habitacional da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), que chega a 120.108 domicílios (10,5% do
total). É o segundo maior índice
entre as capitais e o Distrito Federal, atrás apenas de Brasília.
Os números integram levantamento divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(Ipea). O estudo se baseia na Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2012, do IBGE, e revela que, enquanto
no País, de 2007 para 2012, o déficit absoluto caiu 6,2%, na RMF subiu 10,84% -
a segunda maior alta (ver quadro abaixo).
Para o Ipea, um domicílio
se enquadra no conceito de “déficit habitacional” se tiver precariedade,
famílias conviventes com intenção de se mudar ou residentes em cômodos, aluguel
que exceda 30% da renda e/ou que tenha mais de três habitantes usando o mesmo
cômodo. No Brasil, 5.244.525 foram identificados pelo instituto com esse
perfil, em 2012.
Presidente da Fundação de Desenvolvimento Habitacional de
Fortaleza (Habitafor), Eliana Gomes reconhece o problema, mas atribui o déficit à “baixa produção de
habitação” na gestão passada. Segundo ela, “de 2009 até 2012, apenas 856
unidades” do programa Minha Casa Minha Vida foram entregues em Fortaleza.
Eliana garante que, até 2016, 20 mil unidades habitacionais
serão construídas na Capital e feitas 40 mil melhorias habitacionais. Ela
afirma que 92 mil famílias estão inscritas desde 2009 no Município à espera de
uma casa, mas uma verificação dos registros em parceria com as Secretarias
Regionais deve começar no dia 15 de janeiro do próximo ano para garantir a
transparência na oferta de moradia. “A gente trabalha para dar resultado e,
daqui a dois, três anos, ser feita pesquisa e isso refletir nos resultados”,
diz.
Dia 26/11
Fonte: O Povo
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