São Paulo -
Com o minério de ferro registrando mínimas
históricas nos preços e um mercado doméstico fraco, a Companhia Siderúrgica
Nacional fechou o terceiro trimestre do ano com prejuízo de R$ 250,4 milhões,
revertendo lucro de R$ 503 milhões no mesmo período de 2013. O resultado veio
após as rivais Usiminas e Gerdau também divulgarem balanços fracos no trimestre
(leia mais abaixo).
O volume de
aço vendido pela CSN no período caiu 17% na comparação com os mesmos meses do
ano passado, pressionando a receita da empresa, que também registrou queda de
17%. Para o quarto trimestre, a siderúrgica espera um cenário de estabilidade
de preços de aço no Brasil. Mas, para o próximo ano, com a expectativa de que o
dólar passará a R$ 2,75, a empresa avalia que pode haver espaço para reajuste
de preços.
"Com o
dólar a R$ 2,40 a R$ 2,60, a importação de aço fica inviável. Como estamos
vendo o dólar a R$ 2,75 para o ano que vem, poderemos pensar num futuro próximo
sobre uma correção de preços", disse o diretor comercial da siderúrgica,
Luís Fernando Martinez, durante teleconferência com analistas.
A companhia
informou uma geração de caixa (Ebitda) de R$ 977 milhões, queda de 40% em
relação a 2013. Mas a divisão de mineração viu um tombo bem maior, de 77% no
Ebitda, a R$ 203 milhões. Com isso, a participação da área na geração de caixa
da CSN, que um ano atrás era de mais de 50%, caiu a menos de 20%. "Ao fim
do terceiro trimestre, o preço do minério de ferro no mercado (...) registrou o
menor valor dos últimos cinco anos, atingindo US$ 77,75 por tonelada. Comparado
aos US$ 134,50 por tonelada verificados no início de 2014, a queda de preço
atinge 42%", afirmou a CSN.
Dívida
Na
teleconferência com analistas, o diretor de relações com investidores da
Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), David Salama, revelou que a empresa está
preocupada com o tamanho da dívida e trabalha para reduzir a alavancagem.
"Podemos postergar alguns investimentos, pois estamos revendo para focar
nos que tem maior rentabilidade." A alavancagem da CSN, medida pela
relação dívida líquida e Ebitda ajustado, subiu de 2,7 vezes para 3,2 vezes do
segundo para o terceiro trimestre. A dívida líquida é de R$ 17,6 bilhões.
Além do
remanejamento dos investimentos, o executivo mencionou a redução de custos e a
revisão de contratos. "É em cenário desafiador e a CSN fará a sua parte,
seguindo os mercados, com melhoria de eficiência, redução de capital de giro e
adequação dos níveis exigidos."
Salama disse
ainda que uma comitiva de executivos dos sócios asiáticos da divisão de
mineração Namisa está em São Paulo para uma rodada de negociações sobre o plano
da CSN de fundir a mineradora com sua mina Casa de Pedra, em Minas Gerais. A
CSN tem 60% da Namisa e o grupo dono da participação restante é liderado pela
trader japonesa Itochu, ao lado das siderúrgicas japonesas JFE Steel, Kobe e
Nisshin Steel, além da sul-coreana Posco e a taiwanesa China Steel.
Fonte: http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/csn-tem-prejuizo-de-r-250-mi-no-3otrimestre
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