Usuários
validarão bilhetes em máquinas no veículo, já que não haverá estações fechadas.
Modelo é inédito no país
RIO — O
modelo de cobrança das passagens no veículo leve sobre trilhos (VLT), previsto
para entrar em circulação no Centro em 2016, será baseado nos sistemas adotados
em Genebra, na Suíça, e Istambul, na Turquia. O esquema de validação
voluntária, inédito no país e que depende da boa-fé dos passageiros, terá que
ser adotado porque não será possível construir estações fechadas ao longo de
todo o trajeto do novo meio de transporte. Serão apenas quatro: Rodoviária,
Central do Brasil, Barcas e Aeroporto Santos Dumont. Nas outras 30 paradas, não
haverá venda de bilhete, e a validação do tíquete terá que ser feita
voluntariamente em equipamentos dentro do VLT, que não contará com roleta nem
cobrador.
Ao anunciar
a novidade, a prefeitura informou que, em caso de evasão, poderá acionar a PM
ou a Guarda Municipal. Questionada se a segurança do sistema não deveria ser
uma obrigação da concessionária, a Companhia de Desenvolvimento Urbano da
Região do Porto, através de nota, disse que a empresa responsável pela operação deverá disponibilizar fiscais e que
agentes públicos só serão acionados caso “o passageiro se recuse a pagar”.
Em países europeus, “espertinhos” tentam burlar o
sistema de validação. Na Suíça, quem for apanhado sem o bilhete está sujeito a
multa.
Gustavo Guerrante, subsecretário de Projetos Estruturais da Secretaria Especial
de Concessões e Parcerias Público-Privadas, explicou que as leis brasileiras impedem que a concessionária tenha poder de
punição. Para o monitoramento, serão instalados sistemas de contagem de
passageiros nas portas e câmeras.
— Poderemos
usar mais de um meio de controle. Estamos estudando as tecnologias disponíveis.
No local onde for detectada evasão,
intensificaremos a fiscalização — informou Guerrante.
O
subsecretário, no entanto, acredita que a taxa de evasão será baixa:
— É uma
mudança de paradigma no modo como é feita a cobrança no transporte público no
Brasil. A gente espera que a maior parte das pessoas use o bilhete único,
porque a vantagem é grande na integração com outros meios de transporte.
OPERAÇÃO
PREVISTA PARA 2016
A previsão é
que o VLT entre em operação no primeiro semestre de 2016. Fabricado pela
francesa Alstom, o primeiro trem deve chegar ao Rio em 24 de abril. O valor da
passagem será o mesmo da tarifa dos ônibus municipais. Poderão ser usados os
bilhetes únicos estadual e municipal, além da passagem do próprio VLT.
Para elaborar
o sistema de cobrança, técnicos do Rio foram a Istambul avaliar o modelo usado
na capital da Turquia.
— Em
Istambul, o VLT trasporta cerca de um milhão de pessoas por dia, e a cidade tem
um grau de caos como no Rio. Vi carros e motos invadirem a área do VLT, como
fazem aqui no BRT. Também tem malandragem. Mas, para minha surpresa, quando
conversei com o presidente da empresa de VLT, ele disse que as fraudes não
chegam a 8% do total — disse Guerrante.
O engenheiro
de áudio Pedro Montana, carioca de 32 anos, morou na Europa e foi multado no
metrô de Londres.
— Em
Londres, a Zona 1 (Centro) é a mais cara. Comprei o bilhete da Zona 2, mais
barata, e tentei ir para a Zona 1. Acabei sendo parado por um fiscal e tive que
pagar uma multa.
Fonte: http://oglobo.globo.com/rio/sem-roleta-nem-cobrador-pagamento-no-vlt-dependera-da-boa-fe-dos-passageiros-15453313#ixzz3SyMRmXwa
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