A contribuição previdenciária continua sendo, como
tributo isolado, o que mais arrecada no Brasil. Em relação à arrecadação
federal de 2014, corresponde a 30,09% do total, com crescimento em comparação a
2013, em que correspondia a 29,14%. O dado mostra que a contribuição previdenciária teve bom desempenho apesar da grande perda
com a desoneração da folha de pagamentos - mais de R$ 20 bilhões - e se manteve
na dianteira como principal fonte de recursos.
O total da arrecadação federal em 2014 foi de R$
1,187 trilhão, com crescimento nominal de 4,36% e queda real de 1,79%, com base
em dados fornecidos pela receita federal. O dado também confirma a defesa da Associação Nacional dos Auditores Fiscais
da Receita Federal (Anfip) e de diversas entidades dos movimentos sindicais
e sociais, de que não há déficit nas contas da Previdência Social.
Segundo
informação divulgada pela Anfip, excetuando-se
a contribuição previdenciária – com crescimento real de 1,40% e nominal de
7,81% -, os demais tributos que financiam a Seguridade Social tiveram queda
real - a Cofins teve variação de -3,69%, a Contribuição para o PIS/Pasep de
-2,64% e a CSL, de -2,26%. Mesmo assim, as contribuições destinadas ao
financiamento da Seguridade Social corresponderam a 56% - R$ 670 bilhões - de
toda a arrecadação federal, um crescimento nominal de 5,45% e queda real de
-0,80% em relação a 2013, apesar do aumento da contribuição previdenciária.
A associação
afirma que “a queda na arrecadação dos
tributos que financiam a Seguridade Social é reflexo direto do programa de
desoneração da folha de pagamentos lançado pelo governo - o chamado Plano
Brasil Maior, instituído pela Lei 12.546/2011 e ampliado depois por outros atos
normativos”. Desde o lançamento do Brasil Maior, a preocupação da Anfip tem
sido a de avaliar o impacto da desoneração sobre as contas da Seguridade
Social.
A nota divulgada pela Anfip ressalta ainda que foi
estabelecida a obrigatoriedade de o Tesouro Nacional compensar a Previdência
Social pelas perdas da arrecadação decorrentes do processo, mas as avaliações
até agora revelam que o compromisso não está sendo cumprido. O valor da
renúncia estimada para 2012 foi de R$ 7,06 bilhões e, para 2013, de R$ 19,04
bilhões. Apesar disso, o repasse do governo foi de apenas R$ 1,79 bilhão em
2012 e R$ 9,02 bilhões em 2013 - e, assim mesmo, de forma parcelada.
Registra-se uma perda de arrecadação, para a Previdência Social, superior a R$
15 bilhões somente nesses dois anos.
Publicação
Detalhes
sobre os efeitos das mudanças definidas pelo governo podem ser obtidos na
publicação Desoneração da Folha de Pagamentos - Oportunidade ou Ameaça? (acesse
aqui). O texto da Anfip faz uma análise completa do cenário a fim de subsidiar
o debate sobre a política de desoneração e para que ela efetivamente alcance os
resultados para os quais teria sido adotada, mas sem afetar o caixa da
Previdência Social.
Fonte:
ANDES-SN http://www.andes.org.br/andes/print-ultimas-noticias.andes?id=7301
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