Clara
Francisca Gonçalves Pinheiro, conhecida como Clara Nunes (Paraopeba (MG), 12 de agosto de 1942 — Rio de Janeiro, 2 de abril de 1983), foi uma cantora brasileira,
considerada uma das maiores intérpretes do país. Pesquisadora da música popular
brasileira, de seus ritmos e de seu folclore, Clara também viajou várias vezes
para a África, representando o Brasil. Conhecedora das danças e das tradições
afro-brasileiras, ela se converteu à umbanda. Clara Nunes seria uma das
cantoras que mais gravariam canções dos compositores da Portela, sua escola do coração. Também foi a primeira cantora brasileira a vender mais de 100 mil cópias, derrubando
um tabu segundo o qual mulheres não vendiam discos.
Caçula dos
sete filhos do casal Manuel Ferreira de Araújo e Amélia Gonçalves Nunes, Clara
Nunes nasceu no interior de Minas Gerais, no distrito de Cedro - à
época pertencente ao município de Paraopeba e depois esse distrito virou cidade
e foi emancipado com o nome de Caetanópolis,
onde viveu até os 16 anos.
Marceneiro
na fábrica de tecidos Cedro & Cachoeira, o pai de Clara era conhecido como Mané Serrador e também era violeiro e
participante das festas de Folia de Reis. Mas Manuel morreu em 1944 e,
pouco depois, Clara ficaria também órfã de mãe e acabaria sendo criada por sua
irmã Dindinha (Maria Gonçalves) e o irmão José (conhecido como Zé Chilau).
Naquela época, Clara participava de
aulas de catecismo na matriz da Cruzada Eucarística. Lá também cantava ladainhas
em latim no coro da igreja.
Segundo as
suas próprias palavras, cresceu ouvindo
Carmem Costa, Ângela Maria e, principalmente, Elizeth Cardoso e Dalva de
Oliveira, das quais sempre teve muita influência, mantendo, no entanto, estilo
próprio. Em 1952, ainda menina,
Clara venceu seu primeiro concurso de canto organizado em sua cidade,
interpretando "Recuerdos de Ypacaraí". Como prêmio, ganhou um vestido
azul. Aos 14 anos, Clara ingressou como tecelã na fábrica Cedro &
Cachoeira, a mesma para o qual seu pai trabalhou.
Teve que se mudar para Belo Horizonte, indo
morar com a irmã Vicentina e o irmão Joaquim, por causa do assassinato de um
namorado, cometido em 1957 por seu irmão Zé Chilau. Na capital mineira, Clara trabalhou como tecelã durante o dia e
fez o curso normal à noite. Aos finais
de semana, participava dos ensaios do Coral Renascença, na igreja do bairro
onde morava. Naquela época, conheceu
o violonista Jadir Ambrósio, conhecido por ter composto o hino do Cruzeiro.
Admirado com a voz da jovem de 16 anos, Jadir levou Clara a vários programas de
rádio, como "Degraus da Fama", no qual ela se apresentou com o nome
de Clara Francisca.
No início
da década de 1960, Clara conheceu também
Aurino Araújo (irmão de Eduardo Araújo), que a levou para conhecer muitos
artistas. Aurino também seria seu namorado durante dez anos. Por influência do produtor musical Cid
Carvalho, mudou o nome para Clara Nunes, usando o sobrenome da mãe. Quando
solteira se chamava Clara Francisca Gonçalves de Araújo, depois de casada que
adotou o sobrenome Pinheiro.
Em 1960, já com o nome de Clara Nunes e ainda
como tecelã, ela venceu a etapa mineira do concurso "A Voz de Ouro
ABC", com a música "Serenata do Adeus", composta por Vinicius de
Moraes e gravada anteriormente por Elizeth Cardoso. Na final nacional do concurso realizada em São Paulo, Clara Nunes obteve o
terceiro lugar com a canção "Só Adeus" (de Jair Amorim e Evaldo
Gouveia).
A partir daí, Clara Nunes começou a cantar na
Rádio Inconfidência de Belo Horizonte. Durante três anos seguidos foi considerada a melhor cantora de Minas Gerais.
Ela também passou a se apresentar como
crooner em clubes e boates na capital mineira e chegou a trabalhar com o então
baixista Milton Nascimento - àquela altura conhecido como Bituca.
Naquela
época, fez sua primeira apresentação na
televisão, no programa de Hebe Camargo em Belo Horizonte. Em 1963, Clara Nunes
ganhou um programa exclusivo na TV Itacolomi, chamado "Clara Nunes
Apresenta" e exibido por um ano e meio. No programa se apresentavam
artistas de reconhecimento nacional, entre os quais Altemar Dutra e Ângela
Maria.
Viveu em Belo Horizonte até 1965, quando se
mudou para a cidade do Rio de Janeiro, mais especificamente para Copacabana.
Já no Rio de Janeiro, Clara Nunes se
apresentava em vários programas de televisão, como José Messias, Chacrinha,
Almoço com as Estrelas e Programa de Jair do Taumaturgo. Antes de aderir ao
samba, Clara cantava especialmente boleros. Além de emissoras de rádios e televisão, ela também percorreu escolas
de samba, clubes e casas noturnas nos subúrbios cariocas.
Ainda em 1965, ela passou por um teste como cantora
na gravadora Odeon, onde registrou pela primeira vez a sua voz em um LP. O disco foi lançado pela Rádio Inconfidência
(onde Clara trabalhou quando morava em Belo Horizonte) e contava com a
participação de outros artistas, todos da Odeon.
No ano seguinte, Clara foi contratada por esta
gravadora, a primeira e a única em toda a sua vida. Naquele mesmo ano, foi lançado o primeiro LP oficial da cantora,
"A Voz Adorável de Clara Nunes". Por insistência da gravadora
para que ela interpretasse músicas
românticas, Clara apresentou neste álbum um repertório de boleros e
sambas-canções, mas o LP foi um fracasso comercial. Em 1968, Clara Nunes gravou "Você Passa e Eu Acho Graça", seu
segundo disco na carreira e o primeiro onde cantaria sambas. A faixa-título (de Ataulfo Alves e Carlos
Imperial) foi seu primeiro grande sucesso radiofônico.
No ano
seguinte, a Odeon lançou "A Beleza Que Canta", LP no qual a cantora
interpretou "Casinha Pequena", uma canção de domínio público. Ainda
em 1969, Clara Nunes ganhou o primeiro
lugar no "I Festival da Canção Jovem de Três Rios" com a música
"Pra Que Obedecer" (de Paulinho da Viola e Luís Sérgio Bilheri) e
ainda classificou a canção "Encontro" (de Elton Medeiros e Luís
Sérgio Bilheri) na terceira colocação. Ficou
em oitavo lugar no "IV Festival Internacional da Canção Popular" com
a música "Ave Maria do Retirante" (de Alcyvando Luz e Carlos
Coqueijo), que foi lançada naquele mesmo ano em disco homônino.
Em 1970, Clara Nunes se apresentou em Luanda,
capital angolana, em convite de Ivon Curi. No ano seguinte, a cantora gravou seu quarto LP, no qual interpretou
"É Baiana" (de Fabrício da Silva, Baianinho, Ênio Santos Ribeiro
e Miguel Pancrácio), música que obteve considerável sucesso no carnaval de 1971, e "Ilu Ayê",
samba-enredo da Portela (de autoria de Norival Reis e Silvestre Davi da Silva).
Na capa do álbum, a cantora mineira fez
um permanente nos cabelos pintados de vermelho e passou a partir daí a se
vestir com roupas que remetiam às religiões afro-brasileiras.
Em 1972, Clara se firmou como cantora de samba
com o lançamento do álbum "Clara Clarice Clara". Com arranjos e
orquestrações do maestro Lindolfo Gaya e com músicos como o violonista Jorge da
Portela e Carlinhos do Cavaco, o disco teve como grandes destaques as canções
"Seca do Nordeste" (um samba-enredo da escola de samba Tupi de Brás
de Pina), "Morena do Mar" (de Dorival Caymmi), "Vendedor de
Caranguejo" (de Gordurinha), "Tributo aos Orixás" (de Mauro
Duarte, Noca e Rubem Tavares) e a faixa-título "Clara Clarice Clara"
(de Caetano Veloso e Capinam). Ainda naquele
ano, Clara Nunes se apresentou no "Festival de Música de Juiz de
Fora" e gravou um compacto simples da música "Tristeza, Pé no
Chão" (de Armando Fernandes), que vendeu mais de 100 mil cópias.
A Odeon lançou em 1973 o disco "Clara
Nunes". Naquele mesmo ano, a cantora estreou com Vinicius de Moraes e
Toquinho o show "O poeta, a moça e o violão" no Teatro Castro Alves,
em Salvador. Também em 1973, Clara
foi convidada pela Radiotelevisão Portuguesa para fazer uma temporada em
Lisboa. Depois, percorreu alguns outros países da Europa, como a Suécia, onde
gravou um especial ao lado da Orquestra Sinfônica de Estocolmo para a TV local.
Clara
Nunes integrou a comissão que
representou o Brasil no "Festival do Midem", em Cannes, em 1974.
Por lá, a Odeon lançou somente para o
público europeu o disco "Brasília", que foi base para o LP
"Alvorecer". Este álbum emplacou grandes sucessos como "Contos
de Areia" (de Romildo S. Bastos e Toninho Nascimento), "Menino Deus" (de Mauro
Duarte e Paulo César Pinheiro) e "Meu
Sapato Já Furou" (de Mauro Duarte e Elton Medeiros). O LP bateu recorde de vendagem para cantoras
brasileiras, com mais de 300 mil cópias vendidas, um feito nunca antes
registrado no Brasil. Ainda em 1974,
a cantora atuou (ao lado de Paulo Gracindo), em "Brasileiro Profissão
Esperança", espetáculo de Paulo Pontes, referente à vida da cantora e
compositora Dolores Duran e do compositor e jornalista Antônio Maria. O
show ficou em cartaz no Canecão até 1975 e gerou o disco homônimo.
Também em 1975, a Odeon lançaria ainda o LP
"Claridade". Com grandes sucessos como "O Mar Serenou" (de
Candeia) e "Juízo Final" (de autoria de Nelson Cavaquinho e Élcio
Soares), este álbum se tornou o maior sucesso da carreira da cantora, batendo o
recorde de vendagem feminina e alavancando o samba-enredo da Portela na
avenida, "Macunaíma, Herói da Nossa Gente" (de autoria de Norival
Reis e Davi Antônio Correia), com o qual a escola classificou-se em 5º lugar no
Grupo 1. Ainda naquele ano, Clara se
casou com o poeta, compositor e produtor Paulo César Pinheiro e percorreu
vários países da Europa em turnê.
Clara
Nunes gravou o LP "Canto das Três
Raças" em 1976. Além da faixa-título (de Mauro Duarte e Paulo César
Pinheiro), grande sucesso na carreira da cantora, o disco contava ainda com
"Lama" (de Mauro Duarte), "Tenha Paciência" (de Nelson
Cavaquinho e Guilherme de Brito), "Riso e Lágrimas" (de Nelson
Cavaquinho, Rubens Brandão e José Ribeiro), "Fuzuê" (de Romildo e
Toninho) e "Retrato Falado" (de Eduardo Gudin e Paulo César
Pinheiro).
Em 1977, a Odeon lançou o disco "As
Forças da Natureza", um álbum mais dedicado ao partido alto. O LP teve
como principais destaques a faixa-título (de João Nogueira e Paulo César
Pinheiro), "Coração Leviano"
(de Paulinho da Viola) e "Coisa da
Antiga" (de Wilson Moreira e Nei Lopes). O disco ainda contou com a
participação de Clementina de Jesus na faixa "PCJ-Partido da Clementina de
Jesus" (de Candeia) e lançou "À
Flor da Pele", primeira composição de Clara (feita em parceria com
Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro).
Em 1978, foram lançados os álbuns
"Guerreira", no qual Clara interpretou vários ritmos brasileiros além
do samba - sua marca registrada -, e "Esperança", com destaque
para a faixa "Feira de Mangaio" (de Sivuca e Glorinha Gadelha). Ainda
naquele ano, participou do LP "Vida
boêmia", de João Nogueira, no qual interpretou "Bela Cigana"
(de João Nogueira e Ivor Lancellotti), e esteve
- ao lado de Chico Buarque, Maria Bethânia e outros artistas - no show do
Riocentro, que marcaria a história política brasileira devido à explosão de uma
bomba.
Em 1979, Clara participou do LP "Clementina",
de Clementina de Jesus. Naquele mesmo ano, a cantora mineira se submetia a uma histerectomia (remoção do útero),
após sofrer três abortos espontâneos, por causa dos miomas que possuía no
útero. Também carregava problemas desse tipo desde a infância. Ela tentou
de todos os métodos e não obtinha respostas. Por nutrir obsessão pela maternidade, a impossibilidade de ser mãe a
fez sofrer muito, causando a Clara Nunes fortes abalos emocionais, superados
pela entrega absoluta à carreira artística, a fazendo compor músicas belíssimas
e de intensa carga emocional.
Em 1980, Clara Nunes gravou o álbum
"Brasil Mestiço", que fez sucesso nas emissoras de rádio de todo o
país com "Morena de Angola" (composta por Chico Buarque),
"Brasil Mestiço, Santuário da Fé" (de Mauro Duarte e Paulo César
Pinheiro), "Peixe com Coco" (de Alberto Lonato, Josias e Maceió do
Cavaco), "Última Morada" (de Noca da Portela e Natal) e "Viola
de Penedo" (de Luiz Bandeira). Ainda naquele ano, a cantora participou dos
LPs "Cabelo de Milho" (de Sivuca) e "Fala Meu Povo" (de
Roberto Ribeiro), e viajou para Angola
representando o Brasil ao lado de Elba Ramalho, Djavan, Dorival Caymmi e Chico
Buarque, entre outros.
Gravou em 1981 o LP "Clara", com grande
sucesso para a música "Portela na Avenida" (de Mauro Duarte e
Paulo César Pinheiro), com a participação especial da Velha Guarda da Portela
nesta faixa, e estreou o show "Clara Mestiça" (dirigido por Bibi
Ferreira). Ainda naquele ano, a Odeon
lançou uma coletânea intitulada "Sucesso de Ouro".
Em 1982, a Odeon lançaria "Nação", o
último álbum de estúdio da cantora. O LP teve como destaques a faixa-título
(de João Bosco, Aldir Blanc e Paulo Emílio), "Menino Velho" (de
Romildo e Toninho), "Ijexá"
(de Edil Pacheco), "Serrinha" (de Mauro Duarte e Paulo César
Pinheiro) - uma homenagem dos
compositores à escola de samba Império Serrano e ao Morro da Serrinha, reduto
do jongo, situadas em Madureira, subúrbio carioca. Ainda naquele ano, Clara se
apresentou na Alemanha ao lado de Sivuca e Elba Ramalho e participou do LP
"Kasshoku", lançado no Japão pela gravadora Toshiba/EMI, gravando um
especial para a emissora de TV NHK.
Em 5 de março de 1983, Clara Nunes se submeteu
a uma aparentemente simples cirurgia de varizes, mas a cantora acabou tendo uma reação alérgica a um
componente do anestésico. Clara sofreu
uma parada cardíaca e permaneceu durante 28 dias internada na UTI da Clínica
São Vicente, no Rio de Janeiro. Neste ínterim, a cantora foi vítima de uma série de especulações que circulavam na
mídia sobre sua internação, entre elas "inseminação artificial, aborto,
tentativa de suicídio, surra de seu marido Paulo César Pinheiro", porem ha
quem diga que Clara Nunes teria sido vitima de trabalhos espirituais realizados
pelo bruxo Tio Chico, em episódio semelhante ao ocorrido na morte de Elis
Regina, no ano anterior.
Na
madrugada do sábado de Aleluia de 2 de
abril de 1983, a poucos meses de completar 40 anos, Clara Nunes entrou
oficialmente em óbito, vítima de um choque anafilático. A sindicância
aberta pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro na época foi arquivada,
o que geraria por muitos anos suspeitas sobre as causas da morte da cantora. O corpo da cantora foi velado por mais de 50
mil pessoas na quadra da escola de samba Portela. O sepultamento no Cemitério São João Batista foi acompanhado
por uma multidão de fãs e amigos. Em sua homenagem, a rua em Oswaldo Cruz onde fica a sede da Portela, sua escola de coração,
recebeu seu nome (antiga Rua Arruda Câmara).
Em 1986, a
Velha Guarda da Portela interpretou "Flor do Interior" (de Manacéa),
uma das muitas músicas feitas em homenagem à Clara Nunes, no disco "Doce
Recordação" - produzido por Katsunori Tanaka e lançado no Japão. Outro
compositor, Aluízio Machado (da Império Serrano), também compôs a música
"Clara" em homenagem à cantora. Em 1988, Maria Gonçalves (irmã mais
velha de Clara Nunes, que passou a criar a cantora quando esta tinha apenas
quatro anos) reuniu várias peças do vestuário, adereços e objetos pessoais da
cantora, e criou uma sala que abriga o acervo de sua obra em um espaço físico
com cerca de 120 metros, anexado à creche que leva o seu nome em Caetanópolis.
Em 1989, a gravadora EMI-Odeon produziu a
coletânea "Clara Nunes, O Canto da Guerreira". Também naquele
ano, o selo WEA lançou para o mercado estadunidense o álbum "O Samba:
Brazil Classics 2", com vários artistas e incluindo Clara Nunes.
Três anos
depois, a EMI-Odeon lançou "Série 2 em 1", compilação em CD de dois
LPs: "Brasil Mestiço" e "Nação", e a gravadora
norte-americana World Pacific lançou "Best of Clara Nunes" no mercado
dos Estados Unidos. Em 1993, o selo Som Livre lançou "Clara Nunes - 10
anos" - em lembrança ao décimo aniversário de morte da cantora - e a
EMI-Odeon lançou pela "Série 2 em 1" os discos "Adoniran
Barbosa" e "Adoniram Barbosa e Convidados", este último também
contou com a participação de Clara Nunes. Esta mesma gravadora lançaria em 1994
as coletâneas "O Canto da Guerreira", "O Canto da Guerreira
Volume 2" e "Meus Momentos". Também naquele ano, a gravadora
Saci lançou o álbum "Homenagem a Mauro Duarte", que contou com a voz
de Clara Nunes, uma de suas maiores amigas e a sua principal intérprete.
Em 1995, a
Odeon lançou "Clara Nunes com Vida", álbum produzido por Paulo César
Pinheiro e José Milton, no qual foram acrescidas as vozes de outros artistas -
Emílio Santiago, Martinho da Vila, Chico Buarque, Nana Caymmi, Roberto Ribeiro,
João Bosco, Elba Ramalho, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Alcione, Marisa Gata
Mansa, Paulinho da Viola, Ângela Maria e João Nogueira - fazendo duetos com
Clara Nunes, e "O Talento de Clara Nunes", outra coletânea.
Em No ano
seguinte, a EMI-Odeon reeditou a obra completa de Clara Nunes, que incluíam 16
discos com as capas reproduzidas do original, remasterizados no Estúdio Abbey
Road, em Londres, considerado o melhor do mundo. Três anos depois, a cantora
Alcione gravou "Claridade", uma álbum com os maiores sucessos da
carreira da amiga. Em 2001, foi apresentado no teatro do Centro Cultural Banco
do Brasil, no Rio de Janeiro, o musical "Clara Nunes Brasil Mestiço",
e no ano seguinte foi lançado o livro "Velhas Histórias, Memórias
Futuras" de Eduardo Granja Coutinho, no qual o autor faz várias
referências à cantora.
Em
comemoração aos seus 60 anos, que seriam completados em 2003, a gravadora
DeckDisc lançou "Um Ser de Luz - Saudação à Clara Nunes", álbum
produzido por Paulão Sete Cordas e que contou a participação de diversos
artistas interpretando parte de seu repertório, como Mônica Salmaso
("Alvorecer"), Élton Medeiros ("Lama"), Rita Ribeiro
("Morena de Angola"), Mar'tnália ("Ijexá"), Fafá de Belém
("Sem Compromisso"), Renato Braz ("Menino Deus" e
"Nação"), Falamansa ("Feira de Mangaio"), Monarco e Velha
Guarda da Portela ("Peixe com Coco"), Cristina Buarque
("Derramando Lágrimas"), Dona Ivone Lara ("Juízo Final"),
Nilze Carvalho ("A Deusa dos Orixás"), Teresa Cristina ("As
Forças da Natureza"), Pedro Miranda ("Candongueiro"), Alfredo
Del Penho ("Coisa da antiga"), Wilson Moreira ("O Mar
Serenou"), Helen Calaça ("Basta um Dia") e ainda participações
de Seu Jorge, Walter Alfaiate e Elza Soares, entre outros.
No ano
seguinte, a mesma gravadora lançou "Clara Nunes canta Tom e Chico",
coletânea na qual compilou algumas gravações de discos anteriores da cantora,
entre elas "Apesar de Você", "Umas e Outras",
"Desencontro", "Morena de Angola" e "Novo Amor"
(todas de Chico Buarque), "Insensatez" e "A Felicidade" (de
Tom Jobim e Vinícius de Moraes), além de "Sabiá" (da dupla Tom e
Chico).
Em 2006
foi encontrada mais uma interpretação inédita de Clara Nunes. A composição
"Quem Me Dera" (de Maurício Tapajós e Hermínio Bello de Carvalho) foi
incluída no álbum póstumo de Maurício Tapajós, "Sobras Repletas", que
também trouxe uma outra composição, também em sua homenagem, desta vez feita em
sua homenagem, "Surdina" (de Maurício Tapajós e Cacaso). Em 2007, o
jornalista Vagner Fernandes lançou a biografia "Clara Nunes - Guerreira da
Utopia", que trouxe entrevistas com vários compositores e intérpretes,
entre os quais Chico Buarque, Paulinho da Viola, Alcione, Hermínio Bello de
Carvalho, Hélio Delmiro, Milton Nascimento, Monarco e Paulo César Pinheiro,
além de familiares e amigos.5 6 9 10
Festival
Cultural Clara Nunes - Em agosto de 2006 a Prefeitura Municipal de
Caetanópolis-MG lançou o 1º Festival Cultural Clara Nunes, com o objetivo de
desenvolver a cultura no município e região, e também resgatar a obra da
cantora. O Festival Cultural Clara Nunes faz parte dos eventos culturais da
cidade e todo ano é realizado no mês de agosto, mês de nascimento de Clara
Nunes. Em 4 de agosto de 2007, na abertura do 2º Festival, a Prefeitura
Municipal de Caetanópolis inaugurou a Casa de Cultura Clara Nunes, onde havia
sido o cinema da cidade e onde a Clara se apresentou pela primeira vez. A Casa
de Cultura Clara Nunes, administrada pela Secretaria Municipal de Cultura, é
local onde se realizam oficinas de dança, música, pintura e teatro, oferecidas
gratuitamente à população. Instituto Cultural Clara Nunes - O Instituto Clara
Nunes foi fundado em 19 de maio de 2005 pela irmã de Clara, Maria Gonçalves (a
Dindinha), conhecida na cidade como Mariquita, e está instalado no mesmo prédio
onde funciona a Creche Clara Nunes e o Artesanato Ponto de Luz, que produz
tapetes cuja venda ajuda na manutenção da Creche. O Instituto foi criado para
administrar e zelar pelo acervo da cantora. Em agosto de 2012 será inaugurado o
Memorial Clara Nunes, com a exposição do acervo.
Documento confidencial do Centro de Informações
do Exército, datado de 1971, menciona Clara Nunes em uma lista de artistas que
colaboravam com a ditadura militar de 1964 (mais precisamente, segundo o documento,
artistas que "se uniram à Revolução
de 1964 no combate à subversão" ou "estão sempre dispostos a uma
efetiva cooperação com o Governo"). O documento tratava de suposta campanha difamatória realizada por
veículos da imprensa contra esses artistas. A informação foi considerada surpreendente por Vagner Fernandes, biógrafo
da cantora; segundo ele, Clara não era muito envolvida com política. Ela chegara a gravar versão de "Apesar de
você", canção de Chico Buarque com letra crítica à ditadura, mas — também
segundo seu biógrafo — o fizera sem dar-se conta dessa temática implícita.
Obra
1966 - A
Voz Adorável de Clara Nunes
1968 -
Você Passa, Eu Acho Graça
1969 - A
Beleza Que Canta
1971 -
Clara Nunes (Odeon) 158.710 cópias vendidas
1972 -
Clara Clarice Clara (Odeon) 164.542 cópias vendidas
1973 -
Clara Nunes (Odeon) 250.120 cópias vendidas
1974 -
Brasileiro Profissão Esperança (Odeon) 219.010 cópias vendidas
1974 -
Alvorecer (Odeon) 784.028 cópias vendidas
1975 -
Claridade (Odeon) 1.125.410 cópias vendidas
1976 -
Canto das Três Raças (EMI-Odeon) 1.285.058 cópias vendidas
1977 - As
Forças da Natureza (EMI-Odeon) 809.047 cópias vendidas
1978 -
Guerreira (EMI-Odeon) 1.011.005 cópias vendidas
1979 -
Esperança (EMI-Odeon) 900.485 cópias vendidas
1980 -
Brasil Mestiço (EMI-Odeon) 2.002.450 cópias vendidas
1981 -
Clara (EMI-Odeon) 811.587 cópias vendidas
1982 -
Nação (EMI-Odeon) 1.254.998 cópias vendidas
Ao
Vivo[editar]
2008 -
Poeta, Moça e Violão (com Vinícius de Moraes e Toquinho) (Biscoito Fino) CD
Coletâneas
1979 -
Sucessos de Ouro (EMI-Odeon) 573.568 cópias vendidas
1983 -
Clara Morena (EMI-Odeon) 489.656 cópias vendidas
1984 -
Alvorecer (Som Livre) 501.254 cópias vendidas
1984 - A
Deusa dos Orixás (Som Livre) 415.074 cópias vendidas
1985 -
Clara (EMI-Odeon) 480.081 cópias vendidas
1989 - O
Canto da Guerreira (EMI) 400.456 cópias vendidas
1990 - O
Canto da Guerreira Vol.2 (EMI) 500.125 cópias vendidas
1993 - 10
Anos (Som Livre) 200.425 cópias vendidas
2003 -
Para Sempre Clara
2005 -
Clara Nunes Canta Tom e Chico
2007 -
Mestiça (EMI)
2008 -
Sempre (Som Livre)
Tributos
1995 -
Clara Nunes Com Vida (EMI) - Vários Artistas 205.855 cópias vendidas
1999 -
Claridade (Globo/Universal) - Alcione
2003 - Um
Ser de Luz - Uma Saudação a Clara Nunes - Vários Artistas
DVD
2008 -
Clara Nunes (EMI - Globo Marcas) - Coletânea com alguns dos videoclipes da
cantora exibidos no programa Fantástico - Rede Globo
Fonte: Wikipédia
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