Funcionários dos COTs da UFMT e da Barra do Pari entraram em
greve.
Categoria protesta
contra corte do percentual de produção e atraso de salário
Operários das obras do Centro Oficial de Treinamento (COT)
da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá, e da Barra do Pari,
em Várzea Grande, região metropolitana da capital, entraram em greve por tempo
indeterminado nesta quarta-feira. De acordo com José Antônio Jacinto,
encarregado de carpintaria do COT da UFMT, a empresa reduziu o percentual pago
por produção dos trabalhadores e ainda atrasou o pagamento de salário referente
ao mês passado e, por isso, houve a paralisação.
A reportagem tentou entrar em contato com a Engeglobal,
empresa responsável pela obra, porém até o fechamento desta reportagem o
representante não atendeu as ligações.
O encarregado da obra informou que pelo menos 40 operários
aderiram à paralisação e se encontram reunidos na UFMT para protestar.
- Já tentamos contato com a empresa, mas eles não falam com
a gente, não conversam - afirmou.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores na Construção
Civil de Cuiabá e Municípios (Sintraicccm), os operários alegam que a empresa
encarregada pela obra não estaria cumprindo os acordos trabalhistas.
- Chegou um engenheiro
da empresa e fixou um cartaz dizendo que a empresa não pagaria extras e nem a
produção. Com isso, tem operário que vai ter redução de 80% no salário. Como
vamos viver com isso? - reclamou José Jacinto.
Conforme o sindicato,
os trabalhadores protestam contra a decisão do consórcio responsável pela obra
de deixar de pagar o percentual pela produção a partir do salário de agosto,
repassando apenas o piso salarial. Essa redução implicaria na redução salarial,
no caso dos carpinteiros, de R$ 2.300,00, incluindo o percentual pago pela produção,
para R$ 1.108,00.
Outra denúncia dos operários é em relação ao recolhimento do
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), que não estaria sendo
depositado. Conforme o sindicato, a categoria também denunciou casos de desvio
de função e descontos indevidos no holerite.
- Assinamos o nosso holerite na segunda-feira [7] e até
agora o salário não caiu na conta - afirma o encarregado da obra.
Em março deste ano, cerca de 190 funcionários da COT da UFMT
haviam paralisado as atividades para reivindicar o pagamento de salários
atrasados e melhores condições de trabalho. Além de atraso no salário, os
operários reclamavam das condições precárias de trabalho, como falta de água,
banheiros entupidos, alimentação inadequada, horas extras não contabilizadas e
ponto batido por terceiros. No final do mês de fevereiro, o Sindicato dos
Trabalhadores na Construção Civil de Cuiabá denunciou as más condições de
trabalho nas obras do COT da UFMT aos órgãos trabalhistas.
À época, o presidente da empresa Engeglobal, Robério Garcia,
admitiu que o canteiro de obras precisava de adequação, já que o número de
funcionários havia aumentado nos últimos meses. Quanto aos outros itens
reclamados pelos trabalhadores, ele negou a existência e garantiu que iria
checar, principalmente a questão do ponto.
Mais de 200 operários do COT da Barra do Pari também
paralisaram as atividades no início de maio deste ano, para reivindicar contra
a redução salarial e corte nas horas de produção, até mesmo denunciam casos de
desvio de função de trabalho. Nessa época, a empresa responsável pela obra
pediu o prazo de três dias para regularizar a situação.
COTs
Os dois centros de treinamento foram construídos para
receber as seleções que vieram jogar a Copa do Mundo em Cuiabá. Ambos ainda não
ficaram prontos, mesmo com prazo estipulado para o fim do ano passado. O COT da
UFMT custou cerca de R$ 17 milhões, enquanto o da Barra do Pari saiu por R$ 26
milhões.
Durante o Mundial, apenas o COT da UFMT foi utilizado por
duas seleções (Coreia do Sul e Nigéria), mesmo inacabado. Após a Copa, ele será
um centro de referência olímpica, já que uma pista oficial de atletismo está
sendo construída. Já o COT Barra do Pari será um mini-estádio com capacidade
para três mil torcedores. O Operário, inclusive, já marcou o primeiro jogo do
local para o dia 10 de agosto, contra o Luiziânia, pela Série D do Campeonato
Brasileiro.
Fonte:
http://globoesporte.globo.com/mt/copa-do-mundo/noticia/2014/07/operarios-de-obras-de-dois-cots-em-mt-fazem-greve-por-atraso-de-salario.html
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