Comando de greve dos Servidores da
SEMACE realiza debate com a presença da Comissão de Direito Sindical OAB/CE
(Presidentes Thiago Pinheiro, Clovis Renato Costa Farias e Regina Sonia Costa
Farias), representante da Deputada Estadual Eliane Novais (Valderez de
Albuquerque) e Sindicato MOVA-SE.
O evento ocorreu no pátio da entrada da
SEMACE (Superintendência Estadual do Meio
Ambiente),
Rua Jaime Benévolo, Bairro de Fátima, com a presença de grande parte dos
servidores acomodados nas escadarias da Superintendência. Tudo em face de terem
os servidores por diversas vezes negada a utilização do auditório no local.
Assim, os discursos de solidariedade e apresentação dos problemas da categoria
tiveram de ser expostos no rol de entrada da entidade em funcionamento (com
prejuízos para os grevistas).
Na fala dos servidores, Felipe Monteiro,
destacou diversas irregularidades que tem ocorrido no órgão e tratou sobre o
movimento paredista instaurado desde o dia 01.10.202, primeira greve da
categoria, em seus vinte e cinco anos de existência.
O Presidente da COMSINDICAL/OAB Thiago
Pinheiro destacou o apoio da Ordem, como mediadora e observadora dos
movimentos. Destacou o desvirtuamento de tais movimentos sociais por parte dos meios
de comunicação de massa e do lobby da
SEMACE para desacreditar os trabalhadores.
Clovis Renato (COMSINDICAL/OAB) traçou
um breve histórico sobre a greve no mundo, suas finalidades e seu caráter como
movimento de luta pela melhoria das condições de trabalho e prestação de
serviços ou produção, conforme a área de atividade (pública ou privada).
Ressaltou a importância da congregação de movimentos laborais e da sociedade
civil organizada para a obtenção dos objetivos dos reivindicantes, demarcando o
caráter fundamental do Direito de Greve no Brasil.
Destacou sentir o desrespeito que sofrem
os servidores, como algo patente, demarcado, em especial, por ter observado a
falta de atenção que tem o Superintendente e os demais trabalhadores do órgão.
Após a segunda-feira em que a categoria deliberou pela greve, várias CIs
(Comunicações Internas) têm sido elaboradas como forma de fragilizar o
movimento, a última entregue durante a apresentação da Comissão de Direito
Sindical OAB/CE (16h45min do dia 02.10), tratando sobre direito de greve, a
qual impunha novo horário para a permanência dos grevistas e colaboradores no
órgão (até às 17h).
Asseverou que os servidores não
conseguem sequer permissão para reuniões em salas desocupadas, vagas no estacionamento
ou o espaço do auditório do órgão para palestras, mesmo quando sem utilização.
Sugeriu, para tanto, que fosse acionado o Poder Judiciário quanto às condutas
arbitrárias dos gestores, incluindo as condutas anti sindicais, partindo-se das
comprovações pelas CIs.
Ao final, explanou sobre as viabilidades
do movimento em âmbito do serviço público, assim como o papel das páginas Vida,
Arte e Direito (vidaarteedireitonoticias.blogspot.com) na utilização dos meios
de hegemônicos de comunicação, de forma
contra hegemônica, divulgando ações que são desvirtuadas na grande mídia.
Valderez de Albuquerque relembrou a
História do movimento de lutas dos servidores públicos do Estado do Ceará, as
dificuldades e as conquistas obtidas, em especial, pelo Sindicato MOVA-SE,
amparado por Centrais Sindicais. Relembrou o papel do Sindicalismo em conjunto
com cada trabalhador para a obtenção das melhorias pretendidas, fortalecendo a
resistência. Concluiu agradecendo a participação e sugerindo encaminhamentos
para a greve em curso, capazes de reabrirem o diálogo com o Governo do Estado
(criação de uma comissão de negociação, participação de outros órgãos como
mediadores, tais como a COMSINDICAL OAB e o Ministério Público do Trabalho).
A diretora do MOVA-SE Rita Galvão,
sindicato representativo da categoria, apresentou os diversos problemas que os
legitimados para representar a categoria estão tendo com a diretoria do órgão,
principalmente, pela negativa do Superintendente não aceitar a presença do
sindicato em quaisquer negociações. Tudo em clara arbitrariedade e desrespeito
aos direitos fundamentais e legais.
O desprezo da Superintendência pelo
movimento pode ser sentido, ainda, na página da entidade que não menciona em qualquer
notícia a existência da paralisação dos servidores efetivos, mantém banner
específico dizendo que os atendimentos estão normalizados e podem ser
agendados. Outrossim, conforme informado no evento, o órgão está ampliando a
atuação dos terceirizados em atividade fim, irregularmente, para darem
andamento aos processos.
Uma das servidoras caiu em lágrimas,
levando os demais ouvintes ao choro, ao relatar os casos de assédio moral
recorrente na SEMACE, os contrassensos e descompassos dos órgãos que, não raro
age em favor dos infratores e contra o meio ambiente. Relembrou, inclusive, que
os servidores sofrem ameaças de morte e a Superintendência não toma atitudes,
como foi o caso ao notificar um posto nas imediações do órgão. Algo que
lastimava, especialmente, por nunca ter tido o aparato policial para suas
fiscalizações e, de outro modo, ter visto no dia anterior (01.10) a Polícia
Militar comparecer à Sede da SEMACE, chamada pela diretoria da entidade, contra
os manifestantes por estarem fazendo barulho. Pior, ser obrigada a multar os
pobres e ver os mais poderosos terem suas autuações aliviadas pela
Superintendência.
Ao final, os servidores entregaram
panfletos esclarecendo as principais reivindicações da categoria, bem como com
pedidos de apoio à causa, com fotos sobre as atividades da SEMACE, seguindo com
as falas dos obreiros quanto à importância do evento. Os conferencistas teceram
esclarecimentos pedidos, agradeceram a participação e foi encerrada a ação.
Clovis Renato Costa Farias
Advogado
Comissão
de Direito Sindical OAB/CE
Membro
da ATRACE
Doutorando
em Direito UFC
Sobre a SEMACE: http://www.semace.ce.gov.br/institucional/a-semace-2/historico/
A Superintendência Estadual do Meio Ambiente – SEMACE, foi
criada a partir da extinção da Superintendência do Desenvolvimento do Estado do
Ceará – SUDEC, onde a mesma mantinha dentro da estrutura do Governo do Estado,
uma posição de destaque no que se refere a sua atuação na área de pesquisa,
desenvolvimento regional, elaboração de projetos, cartografia, pedologia,
recursos naturais, etc. Mantinha a SUDEC, sua estrutura pautada em três
Departamentos: Departamento Sócio-Econômico, Departamento de Desenvolvimento
Microrregional e Departamento de Recursos Naturais, com atuação no Estado
durante 25 anos.
De acordo
com a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981 (D.O.U. de 2.9.1981), que institui
a Política Nacional do Meio Ambiente, coube aos órgãos estaduais de meio
ambiente (OEMA’s), uma parcela significativa de atribuições voltadas para a
gestão ambiental nos seus territórios, resultando consequentemente no acréscimo
das atribuições do Departamento de Recursos Naturais da SUDEC. O resultado foi
o surgimento da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (SEMACE) no ano de
1987.
A SEMACE foi criada através da Lei
Estadual 11.411 (DOE – 04/01/88), de 28 de dezembro. Foi alterada pela Lei nº
12.274 (DOE – 08/04/94), de 05 de abril de 1994. É uma instituição pública, vinculada
ao Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente (Conpam), que tem a
responsabilidade de executar a Política Ambiental do Estado do Ceará. Integra,
como órgão Seccional, o Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama).
A autarquia tem como missão “defender o
Meio Ambiente assegurando a melhoria da qualidade de vida das gerações
presentes e futuras”. O marco atual da gestão é “assegurar a integridade
ambiental necessária à sustentabilidade dos recursos naturais e à qualidade de
vida”, tendo como atribuição executar a política estadual de controle ambiental
do Ceará.
Foi vinculada desde a sua criação até 3
de novembro de 1999 à Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente –
SDU, quando passou a ser subordinada à Secretaria da Infraestrutura, criada
pela Lei nº 12.961. Através da Lei nº 13.093, de 08 de janeiro de 2001,
torna-se vinculada à Secretaria da Ouvidoria Geral e do Meio Ambiente – SOMA,
permanecendo até fevereiro de 2007. Através da Lei nº 13.875, de 07 de
fevereiro de 2007, na qual dispõe sobre o modelo de gestão do Poder Executivo,
passa a ser vinculada ao Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente –
CONPAM.
Em 2011, tem sua estrutura alterada
através do Decreto Estadual Nº 30522, de 29 de abril de 2011, publicado no
Diário Oficial do Estado de 3 de maio de 2011.
VINCULAÇÕES ADMINISTRATIVAS
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO E
MEIO AMBIENTE – SDU, criada através da Lei Nº. , de (DOE 01/04/1987) . Extinta
através da Lei Nº 12.961, de 03 de novembro de 1999 (DOE 03/11/1999)
SECRETARIA DA INFRA-ESTRUTURA –
SEINFRA, criada através da Lei Nº. 12.961, de 03 de novembro de 1999 (DOE
03/11/1999). ). A Semace deixa de ser subordinada a SEINFRA, passando a
subordinação a Secretaria da Ouvidora Geral e do Meio Ambiente.
SECRETARIA DA OUVIDORIA GERAL E DO MEIO
AMBIENTE – SOMA, criada através da Lei Nº 13.093, de 08 de janeiro de 2001 (DOE
09/01/2001). Extinta através da da Lei Nº. 13.875, de 07 de fevereiro de 2007
(DOE 07/02/2007).
CONSELHO DE POLÍTICAS E GESTÃO DO MEIO
AMBIENTE – CONPAM, criado através da Lei Nº. 13.875, de 07 de fevereiro de 2007
(DOE 07/02/2007). Extingue a Secretaria da Ouvidoria Geral e do Meio Ambiente,
através dessa Lei.
SUPERINTENDENTES
1988-1990 – Antônio Renato Lima Aragão
– Geógrafo
1991-1994 – Francisco Eduardo – Arquiteto
1994-1995 – Cândido – Engenheiro
Agrônomo
1995-2001 – Antônio Renato Lima Aragão
– Geógrafo
2001-2002 – Enílima da Cruz Moraes
Braid – Engenheira Agrônoma
2002-2003 – Michele Mourão Matos –
Advogada
2003-2006 – Romeu Aldigueri de Arruda
Coelho – Advogado
2006- 2009 – Herbert de Vasconcelos
Rocha – Arquiteto
2009 – 2011 – Maria Lúcia de Castro
Teixeira – Procuradora do Estado
2011 – … – José Ricardo de Araújo Lima
– Engenheiro Florestal
Um comentário:
Hoje foi um dia de muito aprendizado para nós.
Antes de mais nada, gostaria somente de esclarecer que, no caso específico que citei da ameaça, contamos com apoio policial no dia seguinte. Os policiais acomapanharam uma equipe que faria o descumprimento de embargo, todavia, o auto de infração foi anulado. O auto foi anulado embora o empreendimento estivesse irregular, embora a licença concedida estivesse em desacordo com a legislação, após as ameaças e sem sequer ouvir o fiscal que foi em campo, sem um relatório de fiscalização e sem uma foto.
Eu me pergunto: que fiscalização é essa? fiscalização para que e para quem?
Quando multamos pobres analfabetos o trâmite na superintendencia é rigoroso. Quando multamos grandes emreendedores os autos são anulados, os empreendimentos poluidores são desembargados em poucas horas... O nome disso é injustiça.
Estamos refeltindo, estamos observando, estamos nos educando e melhor tudo: estamos nos abraçando. Estamos juntos por um meio ambiente equilibrado, pelo servidor público valorizado!
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