[...] o conteúdo da produção é indiferente, como é indiferente a
utilização dada às coisas produzidas e as consequências sociais e naturais da
produção. Saber se se constroem casas ou se se produz armamento, se se imprimem
livros ou se se cultiva tomate transgénico, se em consequência as pessoas
adoecem, se a atmosfera é poluída ou se «apenas» é espezinhado o bom gosto -
nada disto interessa, desde que, de um modo ou de outro, a mercadoria possa ser
transformada em dinheiro e o dinheiro, de novo em trabalho. Que a mercadoria
exija um uso concreto, e que este eventualmente seja destrutivo, é coisa que
não tem o mínimo interesse para a racionalidade da economia empresarial, pois
para esta o produto não é mais do que o portador de um trabalho pretérito, de
«trabalho morto».
Fonte: Manifesto conta o Trabalho - Grupo Krisis
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