“São
milhões de trabalhadores jovens-adultos com alta escolaridade, desempregados ou
inseridos em contratos de trabalho precários que transitam de uma ocupação a
outra, quase sempre com baixos salários, sem projetos de vida e perspectiva de
futuro. É uma multidão de jovens proletários assalariados, vinculados a camadas
médias, com níveis elevados de qualificação profissional, entrando e saindo de
empregos precários, a viver em situação de insegurança econômica e social, sem
identidade ocupacional, sem garantia de direitos e tomados pelo sentimento de
ansiedade perante o futuro. É uma camada da classe trabalhadora em construção,
a vivenciar a precarização do trabalho e da própria vida, precisamente nesta
articulação contemporânea entre faixa geracional (jovens-adultos), grau
educacional (alta escolaridade) e forma de inserção no trabalho e no mundo
social (precarizada, instável e insegura)(ALVES, 2012; 2013). Logo, vivenciam
uma precarização laboral e uma precarização existencial, imersos na angústia,
na depressão, na restrição de sentidos da vida.
Assim, o
precariado configura-se em grupos de juventudes frustradas, e revoltadas que se
disseminam mundo afora, sobremodo nos países capitalistas globais, nos
circuitos da crise, e, hoje, com visibilidade no Brasil, unificados pela
insegurança, pelo medo, risco e desencantamento e pela indignação a
expressar-se de forma crescente. Segundo Guy Standing, este precariado encarna
o perigo de uma ‘Bolha Educacional Global’ (2013).”
Fonte:
http://vidaarteedireitonoticias.blogspot.com.br/2014/03/a-vida-social-em-tempos-contemporaneos.html
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