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segunda-feira, 10 de março de 2014

Reflexão: Precariado (Alba de Carvalho)



“São milhões de trabalhadores jovens-adultos com alta escolaridade, desempregados ou inseridos em contratos de trabalho precários que transitam de uma ocupação a outra, quase sempre com baixos salários, sem projetos de vida e perspectiva de futuro. É uma multidão de jovens proletários assalariados, vinculados a camadas médias, com níveis elevados de qualificação profissional, entrando e saindo de empregos precários, a viver em situação de insegurança econômica e social, sem identidade ocupacional, sem garantia de direitos e tomados pelo sentimento de ansiedade perante o futuro. É uma camada da classe trabalhadora em construção, a vivenciar a precarização do trabalho e da própria vida, precisamente nesta articulação contemporânea entre faixa geracional (jovens-adultos), grau educacional (alta escolaridade) e forma de inserção no trabalho e no mundo social (precarizada, instável e insegura)(ALVES, 2012; 2013). Logo, vivenciam uma precarização laboral e uma precarização existencial, imersos na angústia, na depressão, na restrição de sentidos da vida.
Assim, o precariado configura-se em grupos de juventudes frustradas, e revoltadas que se disseminam mundo afora, sobremodo nos países capitalistas globais, nos circuitos da crise, e, hoje, com visibilidade no Brasil, unificados pela insegurança, pelo medo, risco e desencantamento e pela indignação a expressar-se de forma crescente. Segundo Guy Standing, este precariado encarna o perigo de uma ‘Bolha Educacional Global’ (2013).”

Fonte: http://vidaarteedireitonoticias.blogspot.com.br/2014/03/a-vida-social-em-tempos-contemporaneos.html

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