É o que aponta o estudo
"Fortaleza em Números", realizado pela Prefeitura de Fortaleza.
Ele também estima que apenas 2,35% do
território da Cidade estejam ocupados por parques, praças e áreas verdes ou
livres. Inventário Arbóreo de Fortaleza vai atualizar números até o fim do
semestre
Fortaleza tem 786,03
hectares (ha) de praças, áreas livres, áreas verdes e parques. Isso representa
apenas 2,35% do território da Cidade. Os dados são do
estudo “Fortaleza em Números”, o mais recente sobre o assunto realizado pela
Prefeitura de Fortaleza em 2009, que aponta uma situação ainda mais
preocupante.
Desse total, 335,88 ha são de áreas invadidas (42,73%),
119,55 ha são de áreas não implantadas (15,21%) e 90,47 ha são ocupados ou
doados (10,56%). Assim, restam apenas
240,14 ha de praças, áreas livres, áreas verdes e parques devidamente
implantados (30,55%).
“Isso mostra que os
sistemas ambientais de Fortaleza estão fragmentados”, analisa o
ambientalista e professor do mestrado e doutorado em Geografia da UFC Jeovah
Meireles. Porém, ele considera que nem
todas as áreas verdes devem estar incluídas no estudo, já que o manguezal ocupa
6% do território de Fortaleza.
A Cidade tem apenas
duas unidades de conservação municipal de grande porte: a Área de Proteção
Ambiental (APA) da Sabiaguaba e o Parque Municipal das Dunas da Sabiaguaba.
Os demais espaços são compostos por
praças e parques urbanos. Apesar de terem, primordialmente, uma função de
lazer e não de conservação, são áreas
importantíssimas para se pensar a arborização da Cidade.
Para atualizar os dados
e as características das áreas verdes da Cidade, será realizado até setembro
deste ano um Inventário Arbóreo de Fortaleza pela Secretaria do Meio Ambiente e
Controle Urbano (Semam). O estudo servirá de base para política de arborização
municipal.
A coordenadora do Inventário Arbóreo e integrante do
laboratório de Geografia Física e Estudos Ambientais (Labgeo) da Uece,
professora Lúcia Brito, explica que o levantamento será dividido por Regionais,
que terão uma base de dados para que possam acompanhar as modificações que
esses espaços sofram no futuro.
Dunas da Sabiaguaba
A maior unidade de
proteção municipal é o Parque das Dunas da Sabiaguaba, com 467,6 hectares.
O local tem uma beleza natural impressionante e margeia a foz de dois rios: o
Cocó e Pacoti.
O local é o preferido pelos amigos Fernando Sá, 40, e
Adriano da Silva, 42, para treinar capoeira. “A gente vem pra cá três ou quatro
vezes por semana”, afirma Fernando. Porém, eles consideram que o local precisa
de limpeza e segurança. “E tem que estabelecer regras; se não, isso vai acabar.
As pessoas sobem de moto e quadriciclo”, reclama.
O professor Jeovah Meireles cita a criação do parque das
Dunas da Sabiaguaba como uma das mais importantes conquistas do movimento
ambientalista. Segundo o professor, podem ser criadas trilhas ecológicas para
ecoturismo no local, mas com planejamento, pois “lá existem mais de 12 sítios
arqueológicos e entre três a quatro mil objetos pré-tupi”.
Para o arquiteto José Sales, o parque não passa de uma
“ficção”. Ele afirma que a proteção ambiental não se realiza porque “milhares
de pessoas moram ali, tem ocupação hoteleira, favelização e mineração. E nada
disso foi resolvido”, pondera. (Geimison Maia)
Fonte: O Povo (2012)
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