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quarta-feira, 19 de março de 2014

68% das áreas verdes de Fortaleza são usados incorretamente

É o que aponta o estudo "Fortaleza em Números", realizado pela Prefeitura de Fortaleza. Ele também estima que apenas 2,35% do território da Cidade estejam ocupados por parques, praças e áreas verdes ou livres. Inventário Arbóreo de Fortaleza vai atualizar números até o fim do semestre
Fortaleza tem 786,03 hectares (ha) de praças, áreas livres, áreas verdes e parques. Isso representa apenas 2,35% do território da Cidade. Os dados são do estudo “Fortaleza em Números”, o mais recente sobre o assunto realizado pela Prefeitura de Fortaleza em 2009, que aponta uma situação ainda mais preocupante.
Desse total, 335,88 ha são de áreas invadidas (42,73%), 119,55 ha são de áreas não implantadas (15,21%) e 90,47 ha são ocupados ou doados (10,56%). Assim, restam apenas 240,14 ha de praças, áreas livres, áreas verdes e parques devidamente implantados (30,55%).
“Isso mostra que os sistemas ambientais de Fortaleza estão fragmentados”, analisa o ambientalista e professor do mestrado e doutorado em Geografia da UFC Jeovah Meireles. Porém, ele considera que nem todas as áreas verdes devem estar incluídas no estudo, já que o manguezal ocupa 6% do território de Fortaleza.
A Cidade tem apenas duas unidades de conservação municipal de grande porte: a Área de Proteção Ambiental (APA) da Sabiaguaba e o Parque Municipal das Dunas da Sabiaguaba. Os demais espaços são compostos por praças e parques urbanos. Apesar de terem, primordialmente, uma função de lazer e não de conservação, são áreas importantíssimas para se pensar a arborização da Cidade.
Para atualizar os dados e as características das áreas verdes da Cidade, será realizado até setembro deste ano um Inventário Arbóreo de Fortaleza pela Secretaria do Meio Ambiente e Controle Urbano (Semam). O estudo servirá de base para política de arborização municipal.
A coordenadora do Inventário Arbóreo e integrante do laboratório de Geografia Física e Estudos Ambientais (Labgeo) da Uece, professora Lúcia Brito, explica que o levantamento será dividido por Regionais, que terão uma base de dados para que possam acompanhar as modificações que esses espaços sofram no futuro.
Dunas da Sabiaguaba
A maior unidade de proteção municipal é o Parque das Dunas da Sabiaguaba, com 467,6 hectares. O local tem uma beleza natural impressionante e margeia a foz de dois rios: o Cocó e Pacoti.
O local é o preferido pelos amigos Fernando Sá, 40, e Adriano da Silva, 42, para treinar capoeira. “A gente vem pra cá três ou quatro vezes por semana”, afirma Fernando. Porém, eles consideram que o local precisa de limpeza e segurança. “E tem que estabelecer regras; se não, isso vai acabar. As pessoas sobem de moto e quadriciclo”, reclama.
O professor Jeovah Meireles cita a criação do parque das Dunas da Sabiaguaba como uma das mais importantes conquistas do movimento ambientalista. Segundo o professor, podem ser criadas trilhas ecológicas para ecoturismo no local, mas com planejamento, pois “lá existem mais de 12 sítios arqueológicos e entre três a quatro mil objetos pré-tupi”.
Para o arquiteto José Sales, o parque não passa de uma “ficção”. Ele afirma que a proteção ambiental não se realiza porque “milhares de pessoas moram ali, tem ocupação hoteleira, favelização e mineração. E nada disso foi resolvido”, pondera. (Geimison Maia)


Fonte: O Povo (2012)

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