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quarta-feira, 8 de maio de 2013

Dilma assina decreto que adia para 2016 o Acordo Ortográfico


Medida publicada na edição do "Diário Oficial da União" amplia em três anos o período de transição
Decisão abre brechas para que regras sejam alteradas; setores público e privado já adotam mudanças

FERNANDA ODILLA DE BRASÍLIA
O uso das novas regras ortográficas, que mudam 0,5% das palavras em português, só será obrigatório a partir de janeiro de 2016. Até lá, o emprego do acento circunflexo em duplos "e" e "o" (como em "voo") e do trema -ambos extintos no novo Acordo Ortográfico- continua sendo opcional.
Como a Folha antecipou na semana passada, o governo federal decidiu adiar para 2016 a obrigatoriedade do texto para sincronizar as mudanças com Portugal.
Decreto assinado pela presidente Dilma Rousseff e publicado ontem no "Diário Oficial da União" ampliou em mais três anos o prazo de transição, que venceria no dia 31.
BRECHAS
Apesar de ser encarada como um movimento diplomático, a decisão abre brechas para alterar as regras ou até suspendê-las. No Congresso, senadores já planejam audiências públicas para debater o Acordo e propor mudanças.
A maior pressão vem de professores de português, que reclamam terem sido excluídos do debate. Contrários ao acordo, eles querem mudanças alegando que as regras se baseiam principalmente em "decoreba" e não seguem uma lógica clara.
Previsto desde 1990 para padronizar textos escritos nos países de língua portuguesa, o Acordo Ortográfico foi modificado nos anos 2000. Hoje, é obrigatório só em Cabo Verde.
No Brasil, os setores público e privado já adotam as novas regras. A partir do próximo ano, por exemplo, todos os livros didáticos usados na rede pública terão a nova grafia.
Dos oito países de língua portuguesa, apenas Angola e Moçambique ainda não assinaram o texto. Portugal só o ratificou em 2008 e optou por um período maior para se adaptar às mudanças.
Entre as justificativas para alterar a grafia das palavras, está a necessidade de reduzir o custo econômico de produção e tradução de livros, de melhorar o intercâmbio cultural, de promover uma maior integração entre os países lusófonos e, ainda, de facilitar a difusão de novas tecnologias.

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