Ao som da
Primavera de Vivaldi e outras músicas executadas pelo violinista Daniel fizemos
a nossa singela, sincera e saudosa homenagem a Robert Kurz nos 4 anos do seu
falecimento, próximo à aroeira plantada na Praça da Gentilândia quando seu
corpo descia à terra em Nuremberg (Alemanha). Após a abertura, o companheiro
Jorge Paiva fez um comentário sobre a importância da vida e da obra de Kurz
que, num dos mais ousados voos do espírito humano, formulou na atualidade a
crítica radical ao capitalismo e sua crise. Lembramos nosso encontro e os laços
de amizade e bem querer que nos uniam na busca da construção da emancipação
humana.
Foi
lançado o caderno com o texto Razão Sangrenta: 20 teses sobre o assim chamado
Esclarecimento e os "valores ocidentais".
No final
reafirmamos nosso compromisso de dar prosseguimento à luta emancipatória e em
coro lembramos que Kurz permanecerá sempre presente no movimento pela
suplantação do moderno sistema fetichista patriarcal produtor de mercadorias e
pela construção da sociedade da emancipação humana!
KURZ,
PRESENTE! ONTEM, HOJE E SEMPRE!
_______________________
"Robert
Kurz, o teórico principal da “crítica do valor”, morreu em 18 de julho de 2012
em Nuremberg (Alemanha), como consequência de um erro médico. Ele tinha 68
anos. Essa morte prematura interrompe um trabalho imenso conduzido há 25 anos,
do qual o público francês apenas começou a ter consciência. Nascido em 1943 em
Nuremberg, onde passou toda a vida, Kurz participa da “revolta dos estudantes”
em 1968 na Alemanha e das intensas discussões no interior da “Nova esquerda”.
Depois de ter recusado o marxismo-leninismo, sem aderir aos “Verdes” que neste
momento passavam pela muda2 “realista” na Alemanha, funda em 1987 a revista
Marxistische Kritik, rebatizada como Krisis depois de alguns anos. A releitura
de Marx proposta por Kurz e por seus primeiros companheiros de luta (entre os
quais Roswitha Scholz, Peter Klein, Ernst Lohoff e Norbert Trenkle) não lhes
trouxe só amigos na esquerda radical.
Esta, via seus dogmas serem transtornados
um após o outro, tais como a “luta de classes” e o “trabalho”, em nome de um
questionamento dos fundamentos da sociedade capitalista: valor mercantil e
trabalho abstrato, dinheiro e mercadoria, Estado e nação. Kurz, autor prolífico
e dotado de uma bela pena vigorosa, amiúde polêmica, atingiu um público mais
vasto com seu livro O colapso da modernização (1991), que afirmava, no exato
momento do “triunfo ocidental” consecutivo ao fim da URSS, que os dias da
sociedade mercantil mundial estavam contados e que o fim do “socialismo real”
apenas representava uma etapa.
Articulista regular em jornais importantes,
notadamente no Brasil, conferencista notável, Kurz, mesmo assim, preferiu ficar
fora das universidades e das outras instituições do saber, conseguindo viver
graças a um trabalho proletário.
Os cerca de doze livros e as centenas de
artigos que publicou se situam, grosso modo, em dois níveis: de um lado, uma
elaboração teórica de fundo, conduzida por meio de longos ensaios publicados na
Krisis e na Exit! (fundada em 2004 depois da cisão com a Krisis).
De outro, um
comentário contínuo acerca do aprofundamento da crise do capitalismo e uma
investigação de seu passado – especialmente através de uma grande história do
capitalismo O livro negro do capitalismo (1999), que foi, mesmo com suas 850
páginas, um best-seller na Alemanha, mas também de A guerra do reordenamento
mundial (2003), O Capital-mundo (2005) e de seus artigos na imprensa."
“VIAGEM
AO CORAÇÃO DAS TREVAS” DO CAPITALISMO
Anselm
Jappe
(Extraído
da página Dinheiro Sem Valor e outros textos de Robert Kurz)
https://www.facebook.com/dinheirosemvalor/…
Fonte:
Rosa Fonseca – Coletivo Crítica Radical
Nenhum comentário:
Postar um comentário