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terça-feira, 19 de julho de 2016

"HOMENAGEM A ROBERT KURZ" na Praça da Gentilândia

Ao som da Primavera de Vivaldi e outras músicas executadas pelo violinista Daniel fizemos a nossa singela, sincera e saudosa homenagem a Robert Kurz nos 4 anos do seu falecimento, próximo à aroeira plantada na Praça da Gentilândia quando seu corpo descia à terra em Nuremberg (Alemanha). Após a abertura, o companheiro Jorge Paiva fez um comentário sobre a importância da vida e da obra de Kurz que, num dos mais ousados voos do espírito humano, formulou na atualidade a crítica radical ao capitalismo e sua crise. Lembramos nosso encontro e os laços de amizade e bem querer que nos uniam na busca da construção da emancipação humana.
Foi lançado o caderno com o texto Razão Sangrenta: 20 teses sobre o assim chamado Esclarecimento e os "valores ocidentais".
No final reafirmamos nosso compromisso de dar prosseguimento à luta emancipatória e em coro lembramos que Kurz permanecerá sempre presente no movimento pela suplantação do moderno sistema fetichista patriarcal produtor de mercadorias e pela construção da sociedade da emancipação humana!
KURZ, PRESENTE! ONTEM, HOJE E SEMPRE!
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"Robert Kurz, o teórico principal da “crítica do valor”, morreu em 18 de julho de 2012 em Nuremberg (Alemanha), como consequência de um erro médico. Ele tinha 68 anos. Essa morte prematura interrompe um trabalho imenso conduzido há 25 anos, do qual o público francês apenas começou a ter consciência. Nascido em 1943 em Nuremberg, onde passou toda a vida, Kurz participa da “revolta dos estudantes” em 1968 na Alemanha e das intensas discussões no interior da “Nova esquerda”. Depois de ter recusado o marxismo-leninismo, sem aderir aos “Verdes” que neste momento passavam pela muda2 “realista” na Alemanha, funda em 1987 a revista Marxistische Kritik, rebatizada como Krisis depois de alguns anos. A releitura de Marx proposta por Kurz e por seus primeiros companheiros de luta (entre os quais Roswitha Scholz, Peter Klein, Ernst Lohoff e Norbert Trenkle) não lhes trouxe só amigos na esquerda radical. 
Esta, via seus dogmas serem transtornados um após o outro, tais como a “luta de classes” e o “trabalho”, em nome de um questionamento dos fundamentos da sociedade capitalista: valor mercantil e trabalho abstrato, dinheiro e mercadoria, Estado e nação. Kurz, autor prolífico e dotado de uma bela pena vigorosa, amiúde polêmica, atingiu um público mais vasto com seu livro O colapso da modernização (1991), que afirmava, no exato momento do “triunfo ocidental” consecutivo ao fim da URSS, que os dias da sociedade mercantil mundial estavam contados e que o fim do “socialismo real” apenas representava uma etapa. 
Articulista regular em jornais importantes, notadamente no Brasil, conferencista notável, Kurz, mesmo assim, preferiu ficar fora das universidades e das outras instituições do saber, conseguindo viver graças a um trabalho proletário. 
Os cerca de doze livros e as centenas de artigos que publicou se situam, grosso modo, em dois níveis: de um lado, uma elaboração teórica de fundo, conduzida por meio de longos ensaios publicados na Krisis e na Exit! (fundada em 2004 depois da cisão com a Krisis). 
De outro, um comentário contínuo acerca do aprofundamento da crise do capitalismo e uma investigação de seu passado – especialmente através de uma grande história do capitalismo O livro negro do capitalismo (1999), que foi, mesmo com suas 850 páginas, um best-seller na Alemanha, mas também de A guerra do reordenamento mundial (2003), O Capital-mundo (2005) e de seus artigos na imprensa."
“VIAGEM AO CORAÇÃO DAS TREVAS” DO CAPITALISMO
Anselm Jappe
(Extraído da página Dinheiro Sem Valor e outros textos de Robert Kurz)
https://www.facebook.com/dinheirosemvalor/…

Fonte: Rosa Fonseca – Coletivo Crítica Radical

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