“Surge a Classe Operária
Podemos dizer que a classe operária surgiu por volta de
1800, quando o trabalho feito à mão (manufatura) passou a ser feito com
máquina.
A Inglaterra foi o país onde começou a industrialização.
Lá também surgiram os primeiros movimentos operários que
lutaram pela redução da jornada de trabalho por vários direitos sociais, como
escola gratuita para todos.
Muitas greves foram realizadas no século XIX, como em
1842, no Norte da Inglaterra, quando aconteceu a primeira greve geral da
História. A principal exigência era a redução da jornada de trabalho.
E qual era a jornada vigente?
Naquela época, de 12, 15 até 18 horas por dia!
Após essa greve foi aprovada na Inglaterra uma lei
estabelecendo o limite da jornada para o adulto em 10 horas diárias!
Mas, em outros países as jornadas continuavam mais
longas, em Nova York, no dia 8 de março de 1857, operárias têxteis entraram em
greve e ocuparam uma fábrica, reivindicando a redução da jornada de mais de 16
horas para 10 horas!
Além da jornada exorbitante, essas operárias recebiam
menos de um terço do salário dos homens. Durante a ocupação elas foram fechadas
na fábrica. Aconteceu um incêndio e cerca de 130 mulheres morreram queimadas.
Por isso, em homenagem àquelas operárias, comemora-se no dia
08 de março o Dia Internacional da Mulher!
Em 1864, em Londres, aconteceu a primeira reunião
internacional organizada por trabalhadores vindos de vários países
industrializados da Europa, como Inglaterra, França, Bélgica e Suíça.
Eram poucos ainda, mas era o começo da organização dos
trabalhadores. Surge assim a primeira associação internacional dos
trabalhadores!
A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) levou às
trincheiras milhões de trabalhadores, homens e mulheres, que lutaram lado a
lado com soldados de diversas classes sociais. Milhões de pessoas morreram na
Europa.
Os trabalhadores compreenderam, então, que se as pessoas
são iguais para lutar e morrer, também são iguais no direito de viver.
Como assim?
Homens e mulheres trabalhadores devem gozar dos mesmos
direitos de todos os cidadãos.
O primeiro pais a colocar em sua constituição normas de
proteção ao trabalhador foi o México em 1917. Foram 30 artigos dedicados aos
direitos sociais.
A Constituição alemã de Weimar, de 1919, modelo
social-democrática, também garantiu direitos básicos trabalhistas!
E é também no século XX que legislações nacionais
passaram a regular o contrato de trabalho, disciplinando os direitos e deveres
entre patrões e empregados!
A criação da OIT foi aprovada pela Conferência de Paz
após a Primeira Guerra Mundial. A sua Constituição corresponde à Parte XIII do
Tratado de Versalhes, 1919.
Nos Estados
Unidos, em Chicago, no dia 1º de maio de 1886, milhares de trabalhadores
organizaram uma greve geral e foram às ruas reivindicar melhores condições de
trabalho. A repressão policial resultou em prisão e morte de muitos
trabalhadores.
E, em memória
aos Mártires de Chicago, o dia 1º de maio tornou-se o Dia Internacional do Trabalho!
Sim, mas não foi só isso!
Esse e outros movimentos operários foram responsáveis por
conquistas como a jornada de 8 horas, as férias, o descanso aos domingos, a
previdência social, a indenização por acidente, a aposentadoria...”
(Cartilha do Direito Internacional do
Trabalho em quadrinhos. Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho –
ANAMATRA; Organização Internacional do Trabalho – OIT. p. 13-16)
Nenhum comentário:
Postar um comentário