“Isso leva as pessoas imbuídas de uma visão
humanista a aprofundar o questionamento sobre o que é desenvolvimento: seria possível realizar uma profunda transformação
na estrutura social, ou seja, distribuindo renda e acesso à educação e saúde,
mantendo-se o regime, dentro das regras do jogo fixadas pelo mercado? Onde isso
ocorreu? E a essa pergunta acrescentaria outra: é possível fazer reformas nas políticas
econômicas, sociais, nas diversas áreas técnicas, da saúde e da educação, numa sociedade
dependente de crédito e de investimentos externos? Quer dizer que nosso destino
está nas mãos do setor financeiro, que hoje controla os fluxos dos capitais e
dita as regras do jogo, inclusive nos regimes
ditos democráticos? Então, vivemos numa democracia fictícia, uma democracia
formal, que não chega realmente a evolver, a consultar, a ouvir e a fazer
participar a sociedade civil, sobretudo as camadas mais carentes, nas decisões
que afetam seu destino?”[1]
(Henrique Rattner)
[1] RIGOTTO, Raquel Maria. Desenvolvimento, Ambiente, Saúde: implicações da (des)localização
industrial. Prefácio: Henrique Rattner. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz,
2008. p. 9-10.
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