“Quero
apenas frisar uma questão: promete-se
que com este paradigma, industrialização e urbanização, vai-se alcançar o estágio
de desenvolvimento. Portanto, devemos nos empenhar, embora não fique muito
claro como, já que todos os créditos são controlados, as instituições estão
também sob o domínio de grupos elitistas hegemônicos. Mas, evidências empíricas mostram que em nada adianta seguir a cartilha do Fundo
Monetário Internacional, ou da Escola de Chicago, ou outras espalhadas pelo
mundo ocidental. Por quê? Em 1960, a renda per capta de 15 a 20 por cento da população mundial, nos chamados
países desenvolvidos ou ricos, estava por volta de 11.500 dólares. Ao mesmo
tempo, a renda per capta dos 80 ou 85
por cento da população marginalizada e
pobre no resto do mundo era de apenas 211 dólares, uma diferença de pelo menos um
para cinquenta. Ora, quarenta anos depois, em 2002, a renda per capta da parte rica do mundo ficou
cada vez mais contraída e alcançou 32.000 dólares, um aumento de 183%. Nesse
mesmo período, a renda da população pobre, dos 80 por cento da população
mundial, tinha aumentado de 212 para 267 dólares per capta, ou um aumento de 26 por cento.”[1]
(Henrique Rattner)
[1] RIGOTTO, Raquel Maria. Desenvolvimento, Ambiente, Saúde: implicações da (des)localização
industrial. Prefácio:
Henrique Rattner. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2008. p. 12.
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