“Quando sua Majestade rainha Elizabeth II perguntou
aos economistas da London School of Economics, em novembro de 2008, como não
tinham visto a atual crise chegar (pergunta que certamente estava em todos os
lábios, mas que apenas uma monarca feudal poderia tão simplesmente fazer e dela
esperar alguma resposta), eles não tinham nenhuma explicação pronta. Em
conjunto, sob e égide da British Academy, só puderam confessar numa carta
coletiva a Sua Majestade, após seis meses de estudo, ruminação e consulta a
importantes políticos, que haviam perdido de vista o que chamavam de ‘riscos
sistêmicos’, que, como todos, haviam se perdido em uma ‘política de negação’.
Mas o que estavam negando?
[...]
Se conseguirmos alcançar uma compreensão melhor das
perturbações e da destruição a que agora estamos expostos, poderemos começar a
saber o que fazer.”
(HARVEY, David. O enigma do capital: e as crises do capitalismo. Tradução de João Alexandre Peschanski. São Paulo: Boitempo, 2011. p. 7-8)
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