“[...] O capitalismo é estruturalmente antitético à
democracia não somente pela razão óbvia de que nunca houve uma sociedade
capitalista em que a riqueza não tivesse acesso privilegiado ao poder, mas
também, e principalmente, porque a
condição insuperável de existência do capitalismo é o fato de a mais básica das
condições de vida, as exigências mais básicas de reprodução social, ter de se
submeter aos ditames de acumulação de capital e às ‘leis’ do mercado. Isso
quer dizer que o capitalismo coloca
necessariamente mais e mais esferas da vida fora do alcance da responsabilidade
democrática. Isso significa que a democratização deve seguir pari passu com a ‘destransformação em
mercadoria’. Mas, tal destransformação significa o fim do capitalismo.”
(WOOD, Ellen Meiksins. Democracia contra Capitalismo: a renovação do materialismo histórico.
São Paulo: Boitempo, 2011 – livro publicado em 1995 – análise de artigos de
1981-1994. P. 08)
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