O que é a CUT
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) é uma organização
sindical brasileira de massas, em nível máximo, de caráter classista, autônomo
e democrático, cujo compromisso é a defesa dos interesses imediatos e
históricos da classe trabalhadora.
Baseada em princípios de igualdade e solidariedade, seus
objetivos são organizar, representar sindicalmente e dirigir a luta dos
trabalhadores e trabalhadoras da cidade e do campo, do setor público e privado,
ativos e inativos, por melhores condições de vida e de trabalho e por uma
sociedade justa e democrática.
Presente em todos os ramos de atividade econômica do país, a
CUT se consolida como a maior central
sindical do Brasil, da América Latina e a 5ª maior do mundo, com 3. 806
entidades filiadas, 7.847.077 trabalhadoras e trabalhadores associados e
23.981.044 trabalhadoras e trabalhadores na base.
Desde sua fundação, a CUT tem atuação fundamental na disputa
da hegemonia e nas transformações ocorridas no cenário político, econômico e
social ao longo da história brasileira, latino-americana e mundial. Os avanços
obtidos na proposta de um Sistema Democrático de Relações de Trabalho e a
eleição de um operário à presidência da República em 2002, são fortes exemplos
dessas mudanças e resultados diretos das ações da CUT em sua luta incansável
pela garantia e ampliação de direitos da classe trabalhadora.
Princípios
A CUT defende a liberdade
e autonomia sindical com o compromisso e o entendimento de que os trabalhadores têm o direito de decidir
livremente sobre suas formas de organização, filiação e sustentação financeira,
com total independência frente ao Estado, governos, patronato, partidos e
agrupamentos políticos, credos e instituições religiosas e a quaisquer
organismos de caráter programático ou institucional.
Para a Central, as lutas da classe trabalhadora são
sustentadas pela unidade a partir da vontade e da consciência política dos
trabalhadores.
Estrutura
A CUT se organiza em dois níveis:
Organização Horizontal:
Além da estrutura nacional, a CUT está organizada em todos
os 26 estados e no Distrito Federal: CUTs estaduais.
Organização Vertical:
Organizações sindicais de base e entidades sindicais por
ramo de atividade econômica: sindicatos, federações e confederações.
A Central também conta com organismos para o desenvolvimento
de políticas específicas e assessoria: Agência de Desenvolvimento Solidário
(ADS), Instituto Observatório Social (IOS), Instituto Nacional de Saúde no
Trabalho (INST), além de sete Escolas Sindicais e uma Escola de Turismo e
Hotelaria.
Histórico
A CUT - Central Única dos Trabalhadores – foi fundada em 28 de agosto de 1983, na cidade
de São Bernardo do Campo, em São Paulo, durante o 1º Congresso Nacional da
Classe Trabalhadora (CONCLAT). Naquele momento, mais de cinco mil homens e mulheres, vindos de todas as regiões do
país, lotavam o galpão da extinta companhia cinematográfica Vera Cruz e
imprimiam um capítulo importante da história.
Tempos Difíceis
De 1964 a 1985 perdurava no Brasil o regime militar,
caracterizado pela falta de democracia, supressão dos direitos constitucionais,
perseguição política, repressão, censura e tortura. Porém, no final da década
de 1970 e meados dos anos 1980 inicia-se no país um amplo processo de
reestruturação da sociedade. Este período registra, ao mesmo tempo, o
enfraquecimento da ditadura e a reorganização de inúmeros setores da sociedade
civil, que voltam aos poucos a se expressar e a se manifestar publicamente,
dando início ao processo de redemocratização.
Surge a CUT
Neste cenário de profundas transformações políticas,
econômicas e culturais, protagonizadas essencialmente pelos movimentos sociais,
surge o chamado “novo sindicalismo”, a partir da retomada do processo de
mobilização da classe trabalhadora. Estas lutas, lideradas pelas direções
sindicais contrárias ao sindicalismo oficial corporativo, há muito estagnado,
deram origem à Central Única dos Trabalhadores, resultado da luta de décadas de
trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade pela criação de uma entidade
única que os representasse.
O nascimento da CUT como organização sindical brasileira
representa mais do que um instrumento de luta e de representação real da classe
trabalhadora, um desafio de dar um caráter permanente à presença organizada de
trabalhadores e trabalhadoras na política nacional.
Compromissos
O fortalecimento da democracia, o desenvolvimento com
distribuição de renda e valorização do trabalho são marcos estratégicos da CUT.
A luta pela universalização dos direitos, bandeira histórica, é cotidianamente
reafirmada com a participação ativa da Central na construção de políticas
públicas e afirmativas de vários setores e segmentos da sociedade, com destaque
para mulheres, juventude, pessoas com deficiência física, saúde, combate à
discriminação racial, idosos, entre outras. Estas ações têm garantido e
ampliado a participação da CUT em conselhos, mesas de negociação e fóruns
públicos, espaços que tem ocupado com contribuições decisivas.
No campo da solidariedade internacional, a CUT tem trabalhado
no desenvolvimento de estratégias conjuntas para o enfrentamento de políticas
neoliberais - de privatização, de concentração de capital e altos lucros - que
ferem a soberania nacional e proliferam práticas especulativas, resultando na
precarização das condições e relações de trabalho.
Na área do desenvolvimento solidário, as ações da CUT visam
promover a inclusão social, por meio de novos referenciais de geração de
trabalho e renda, e de alternativas de desenvolvimento.
Esses processos são articulados à formação e capacitação a
partir da concepção de Educação Integral e seu papel emancipador, conceito
defendido pela Central.
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