Diante da
importância dos bancos privados na mesa de negociação da Fenaban, os bancários
deliberam durante assembleia realizada nesta quarta-feira, dia 2/10, fortalecer
a greve nos bancos privados, especialmente no Bradesco, onde a mobilização é
crescente, mas ainda pode ser melhorada.
“A greve é
heróica nos bancos privados, apesar das constantes ameaças, inclusive de
demissão. Devemos intensificar essa mobilização para mostrar nossa força”,
afirmou o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo
Bezerra. “A hora é de união. Um mais um é sempre mais que dois e só assim
construiremos nossa vitória”, completou o diretor do Sindicato e funcionário do
Bradesco, Gabriel Motta.
O diretor
do Sindicato e funcionário do BNB, Tomaz de Aquino, ressaltou que movimento
forte é aquele que traz prejuízo aos banqueiros e convocou os grevistas a
engrossarem fileiras nos piquetes, ajudando a fortalecer a greve nos bancos
privados.
“Convocamos
todos a praticar a solidariedade de classe nesta greve. Que os bancários de
bancos públicos ajudem os companheiros de bancos privados para construirmos uma
greve coesa. Banqueiro é igual feijão, só vai na pressão”, completa o
aposentado do BB e diretor do Sindicato, Plauto Macedo.
Os
bancários deliberaram ainda que os tesoureiros da Caixa Econômica Federal devem
se abster de abastecer os caixas eletrônicos como mais uma forma de pressionar
o banco a voltar a negociar com os trabalhadores.
Balanço do
dia – Neste 14º dia de greve, cerca de 400 agências das 507 existentes foram
fechadas em todo o Estado, o que corresponde a mais de 70% de paralisação.
Nacionalmente, esse número é de mais de 11 mil unidades paradas das 21 mil que
existem em todo o País. “Não há nenhuma negociação marcada, apesar de já
estarmos entrando amanhã, 3/10, no 15º dia de greve. A orientação é uma só:
fazer uma greve forte e consolidada, mas que sempre pode avançar mais. Só assim
pressionaremos os bancários a nos apresentar uma proposta digna”, analisa o
presidente do Sindicato, Carlos Eduardo.
“Nós
estamos em greve não só por salário, mas pelo que sofremos o ano inteiro nas
agências. Nós lutamos por mais bancários nas unidades, por mais saúde, por mais
condições de trabalho. O que nós queremos é respeito pela categoria”, afirma a
diretora Elvira Madeira, empregada da Caixa Econômica Federal.
Pautas da
classe trabalhadora – Durante a assembleia, os bancários abordaram ainda a
importância de não deixar de lado a pauta da classe trabalhadora, apresentada
pelas centrais sindicais. Os trabalhadores falaram da importância de continuar
a luta pela derrubada do PL 4330, da terceirização; o fim do fator
previdenciário; pela redução da jornada de trabalho; 10% do PIB para a educação
e 10% do orçamento da União para a saúde; transporte público de qualidade;
valorização das aposentadorias; reforma agrária e a suspensão dos leilões do
petróleo.
O
presidente do Sindicato informou no encontro que o plenário da Câmara dos
Deputados decidiu devolver para a Comissão de Conciliação e Justiça o PL 4330.
“Essa é uma importante vitória da classe trabalhadora, mas não devemos recuar
nossa mobilização até que este projeto imoral seja retirado definitivamente de
pauta”, disse.
Delegados
Sindicais – Os bancários deliberam por realizar na próxima segunda-feira, 7/10,
a partir das 16h, uma nova reunião entre dirigentes e delegados sindicais para
avaliar o movimento grevista. O evento acontece na sede do Sindicato.
Greve
solidária – Na próxima terça-feira, 8/10, a partir das 8h, na Praça do
Ferreira, bancários realizam um mutirão para doação de sangue. “Doamos nosso
sangue pelos bancos todos os dias do ano. Dessa vez, vamos doar nosso sangue em
prol da população, que é quem mais sofre com o silêncio e a intransigência dos
banqueiros”, disse Carlos Eduardo.
Próxima
assembleia – Os bancários realizam nova assembleia avaliativa na terça-feira,
8/10, a partir das 17h, na sede do Sindicato.
Fonte:
SEEB/CE
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