Falta dinheiro para serviços terceirizados e
programas para estudantes.
Instituições
vão cobrar uma resposta do governo esta semana.
As universidades federais começaram o ano com um
corte de 30% no orçamento, e está faltando dinheiro para pagar serviços
terceirizados e para programas para os estudantes.
O Bom Dia
Brasil tem mostrado que a falta de recursos atinge a educação de várias formas.
Agora as instituições vão cobrar uma resposta do governo esta semana. Isso
porque a educação foi apontada como prioridade do governo.
A explicação do Ministério da Educação é que o
orçamento de 2015 ainda não foi aprovado pelo Congresso e, por isso, o governo
tem que segurar os gastos.
Esta semana,
reitores se preparam para ir a Brasília e cobrar providências do MEC. O
principal argumento de reitores é que a educação é um serviço essencial para os
brasileiros. Portanto, não deve receber cortes de verbas.
Mais um ano letivo, um novo orçamento - só que
desfalcado - e alunos preocupados. “Se começar assim sem verba é complicado”,
afirma um estudante.
“Tem
prejuízo, claro que tem”, diz outro estudante.
Não é só na
Universidade de Brasília, mas todas as universidades federais receberam neste
início de ano 30% a menos do que estava previsto. “Já tem afetado várias
universidades. Os serviços terceirizados, muitos não estão sendo pagos,
assistência estudantil, problema de bolsa que começam a afetar academicamente
as universidades”, afirma o presidente do Andes, Paulo Rizzo.
Na Federal
da Paraíba, estudantes fizeram protesto, como mostram imagens de celular, em
frente a reitoria para pedir o pagamento do auxílio alimentação.
Na
Universidade de Campina Grande, também na Paraíba, não estão em dia água, luz,
telefone, e falta dinheiro para pagar os alunos bolsistas. “Se nós estamos
devendo bolsa de janeiro, isso nos preocupa. Significa dizer que nós podemos
encerrar o segundo mês do ano sem pagar o primeiro”, afirma o reitor, José
Edilson Amorim.
A
Universidade Federal de São Paulo divulgou nota dizendo que com a redução dos
repasses do governo, ‘a situação financeira das universidades federais, que em
2014 foi sofrida, passa a ser ainda mais difícil’. Afirma ainda que: ‘a
reitoria e diretorias acadêmicas estão trabalhando para a manutenção dos
serviços essenciais enquanto a política de contingenciamento vigorar. Mas não
sabem ainda quais impactos isso produzirá sobre as atividades de ensino,
pesquisa e extensão, incluindo também o hospital universitário’.
Algumas já
vinham com contas atrasadas desde o ano passado. Caso da UFRJ: o Museu
Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, administrado pela universidade, chegou a
fechar por alguns dias porque as empresas que fazem serviço de limpeza e
conservação estavam sem receber há três meses.
Segundo a
Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino
Superior, o Andifes, os reitores já estão refazendo o planejamento. “Estamos
estudando cuidadosamente nosso orçamento para ver onde que seria possível ter
algum corte”, afirma o presidente da associação, Targino de Araújo.
Ninguém do
Ministério da Educação quis gravar entrevista. A assessoria informou que o MEC
está em diálogo constante com as universidades e que a redução de 30% nos
repasses é uma das medidas de ajuste fiscal. Segundo o governo, o corte será
mantido até a aprovação do orçamento da União, que depende do Congresso.
Reitores têm
uma reunião esta semana para discutir o problema e organizar uma vinda a
Brasília. “A primeira iniciativa será solicitar, pela segunda vez, uma reunião
com o novo ministro. Nossa ideia principal é que saúde e educação não pode
entrar no contingenciamento orçamentário do Governo Federal, porque são
atividades essenciais”, ressalta o reitor da UFPB.
O MEC
afirmou que a previsão de investimentos na educação neste ano será maior que no
ano passado, um aumento de R$ 900 milhões.
Fonte: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2015/02/universidades-federais-tem-um-terco-dos-recursos-bloqueados-pelo-mec.html
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