O uso do
crack pode prejudicar as habilidades
cognitivas (inteligência) envolvidas especialmente com a função executiva e com
a atenção. Este comprometimento altera
a capacidade de solução de problemas, a flexibilidade mental e a velocidade de
processamento de informações.
A literatura
científica sobre os efeitos neurológicos e psicológicos do crack demonstra que
a droga pode causar danos às funções
mentais, com prejuízos à memória, atenção e concentração. Segundo o
pesquisador Felix Kessler, do Centro de Pesquisa em Álcool e Drogas da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), é muito comum o desenvolvimento e agravamento da
impulsividade, o que leva os indivíduos a fazerem escolhas mais imediatistas,
sem avaliar as conseqüências para o futuro. "Em muitos casos, dependendo da predisposição genética, os indivíduos
desenvolvem sintomas psiquiátricos, psicóticos e ansiosos, como depressão,
delírios e ataques de pânico", diz o especialista.
O psiquiatra afirma, ainda, que o uso da
droga pode provocar transtorno bipolar, resultado do mecanismo de rápida e
intensa euforia, logo após o uso da droga, que logo é substituída pela
depressão, quando o usuário está em abstinência. “Os danos causados tendem a persistir por meses e até anos depois que o
individuo deixou a droga. Já os
sintomas psiquiátricos podem desaparecer com mais facilidade, exceto para os
indivíduos que tenham predisposição para esse tipo de doença.”
http://www2.brasil.gov.br/crackepossivelvencer/efeitos-e-consequencias/neurologicos-e-psicologicos
CUIDADO - TRATAMENTO
Existem
diversas abordagens para quem deseja se recuperar da dependência do crack. Não há um tratamento único, que seja
apropriado para todos os casos. Técnicas
e sistemas podem ser combinados sempre que necessário, de acordo com tipo de
ambiente, intervenção e serviço mais adequado para cada problema ou necessidade
do paciente. Buscar a modalidade que melhor se encaixa em cada caso
contribui para o sucesso na recuperação e para o retorno a uma vida produtiva
na família, no trabalho e na sociedade.
Confira abaixo
uma explicação detalhada sobre os sistemas e as técnicas de tratamento mais
comuns no Brasil: http://www2.brasil.gov.br/crackepossivelvencer/cuidado/tratamento_1
A DROGA
CRACK: COMO SURGIU?
O crack surgiu nos Estados Unidos na década
de 1980 em bairros pobres de Nova Iorque, Los Angeles e Miami. O baixo preço da droga e a possibilidade de
fabricação caseira atraíram consumidores que não podiam comprar cocaína
refinada, mais cara e, por isso, de difícil acesso. Aos jovens atraídos
pelo custo da droga juntaram-se usuários de cocaína injetável, que viram no crack
uma opção com efeitos igualmente intensos, porém sem risco de contaminação pelo
vírus da Aids, que se tornou epidemia na época.
No Brasil, a droga chegou no início da década de
1990 e se disseminou inicialmente em São Paulo. “O consumo do crack se alastrou
no País por ser uma droga de custo mais baixo que o cloridrato de coca, a
cocaína refinada (em pó). Para produzir o crack, os traficantes utilizam menos
produtos químicos para fabricação, o que a torna mais barata", explica Oslain Santana,
diretor de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal.
Segundo
estudo dos pesquisadores Solange Nappo e Lúcio Garcia de Oliveira, ambos da
Universidade Federal de são Paulo (Unifesp), o primeiro relato do uso do crack em São Paulo aconteceu em 1989. Dois anos depois, em 1991, houve a primeira
apreensão da droga, que avançou rapidamente: de 204 registros de apreensões em
1993 para 1.906 casos em 1995. Para
popularizar o crack e aquecer as vendas, os traficantes esgotavam as reservas
de outras drogas nos pontos de distribuição, disponibilizando apenas as pedras.
Logo, diante da falta de alternativas, os usuários foram obrigados a optar e
aderir ao uso.
Hoje, a droga está presente nos principais
centros urbanos do País. Os dados mais recentes sobre o consumo do crack estão
sendo coletados e indicarão as principais regiões afetadas, bem como o perfil
do usuário. Segundo, no entanto, pesquisa domiciliar realizada pela
Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas – SENAD, em parceria com o Centro
Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) em 2005, 0,1% da população brasileira
consumia a droga.
Fonte:
http://www2.brasil.gov.br/crackepossivelvencer/a-droga/como-surgiu
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