Hippolyte Léon
Denizard Rivail (francês: [ʁivɑj];
Lyon, 3 de outubro de 1804 —
Paris, 31 de março
de 1869) foi um influente educador, autor e tradutor francês. Sob o pseudônimo de Allan Kardec
(francês: [kaʁdɛk]),[1]
notabilizou-se como o codificador[nota 1] do Espiritismo (neologismo por ele
criado), também denominado de Doutrina Espírita. Foi discípulo do reformador
educacional Johann Heinrich Pestalozzi e um dos pioneiros na pesquisa
científica sobre fenômenos paranormais (mais notoriamente a mediunidade),
assuntos cuja investigação costumava ser considerada inadequada.[2][3][4]
Adotou o seu
pseudônimo para uma diferenciação da Codificação Espírita em relação aos seus
anteriores trabalhos pedagógicos.
Nascido numa antiga
família de orientação católica com tradição na magistratura e na advocacia,
desde cedo manifestou propensão para o estudo das ciências e da filosofia.
Fez os seus estudos
na Escola de Pestalozzi, no Castelo de Yverdon, em Yverdon-les-Bains, na Suíça
(país protestante), tornando-se um dos seus mais distintos discípulos e ativo
propagador de seu método, que tão grande influência teve na reforma do ensino
na França e na Alemanha. Aos quatorze anos de idade já ensinava aos seus
colegas menos adiantados, criando cursos gratuitos. Aos dezoito, bacharelou-se
em Ciências e Letras.
Concluídos os seus
estudos, o jovem Rivail retornou ao seu país natal. Profundo conhecedor da
língua alemã, traduzia para esse idioma diferentes obras de educação e de
moral, com destaque para as obras de François Fénelon, pelas quais manifestava
particular atração. Conhecia a fundo os idiomas francês, alemão, inglês e
neerlandês, além de dominar perfeitamente os idiomas italiano e espanhol.
Era membro de
diversas sociedades acadêmicas, entre as quais o Instituto Histórico de Paris e
a Academia Real de Arras; esta última, em concurso promovido em 1831,
premiou-lhe uma memória com o tema "Qual o sistema de estudos mais de
harmonia com as necessidades da época?".[2][5]
A 6 de fevereiro de
1832 desposou Amélie Gabrielle Boudet. Em 1824, retornou a Paris e publicou um
plano para aperfeiçoamento do ensino público. Após o ano de 1834, passou a
lecionar, publicando diversas obras sobre educação, e tornou-se membro da Real
Academia de Ciências Naturais.[6]
Como pedagogo, o
jovem Rivail dedicou-se à luta para uma maior democratização do ensino público.
Entre 1835 e 1840, manteve em sua residência, à rua de Sèvres, cursos gratuitos
de Química, Física, Anatomia[7] comparada, Astronomia e outros. Nesse período,
preocupado com a didática, elaborou um manual de aritmética, que foi adotado
por décadas nas escolas francesas, e um quadro mnemônico da História da França,
que visou a facilitar ao estudante a memorização das datas dos acontecimentos
de maior expressão e as descobertas de cada reinado do país.
As matérias que
lecionou como pedagogo foram Química, Matemática, Astronomia, Física,
Fisiologia, Retórica, Anatomia Comparada e Francês.[8]
Das mesas girantes à
Codificação
Conforme o seu
próprio depoimento, publicado em Obras Póstumas, foi em 1854 que o Prof. Rivail
ouviu falar pela primeira vez do fenômeno das "mesas girantes",
bastante difundido à época, através do seu amigo Fortier, um magnetizador de
longa data. Sem dar muita atenção ao relato naquele momento, atribuindo-o somente
ao chamado magnetismo animal do qual era estudioso, só em maio de 1855 sua
curiosidade se voltou efetivamente para as mesas, quando começou a frequentar
reuniões em que tais fenômenos se produziam.
Durante este período,
também tomou conhecimento do fenômeno da escrita mediúnica - ou psicografia, e
assim passou a se comunicar com os espíritos. Um desses espíritos, conhecido
como um "espírito familiar", passa a orientar os seus trabalhos. Mais
tarde, este espírito lhe informa que já o conhecia do tempo das Gálias, com o
nome de Allan Kardec. Assim, Rivail passa a adotar este pseudônimo, sob o qual
publicou as obras que sintetizam a Doutrina Espírita.[6]
Convencendo-se de que
o movimento e as respostas complexas das mesas deviam-se à intervenção de
espíritos, Kardec dedicou-se à estruturação de uma proposta de compreensão da
realidade baseada na necessidade de integração entre os conhecimentos
científicos, filosóficos e moral, com o objetivo de lançar sobre o real um
olhar que não negligenciasse nem o imperativo da investigação empírica na
construção do conhecimento, nem a dimensão espiritual e interior do homem.
Tendo iniciado a
publicação das obras de Codificação em 18 de abril de 1857, quando veio à luz O
Livro dos Espíritos, considerado como o marco de fundação do Espiritismo, após
o lançamento da Revista Espírita (1 de janeiro de 1858), fundou, nesse mesmo
ano, a primeira sociedade espírita regularmente constituída, com o nome de
Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas.
Lyon
Lião,[2] ou Lion (em
francês: Lyon) é a terceira maior cidade da França. Está localizada na parte
central do leste do país na confluência dos rios Ródano e Saône,[3] a cerca de
470 km a sul de Paris, 320 km ao norte de Marselha e 55 km a leste de
Saint-Étienne. Os habitantes da cidade são chamados de lyonnais.
Lyon tinha uma
população de 513 275 habitantes em 2015.[4] É a capital da Metrópole de Lyon e
da região de Auvergne-Rhône-Alpes. A área metropolitana de Lyon tinha uma
população de 2.265.375 pessoas em 2014, a segunda maior área urbana da França.
A cidade é conhecida por sua gastronomia e marcos históricos e arquitetônicos;
parte dela é registrada como Patrimônio Mundial pela UNESCO. Lyon era
historicamente uma área importante para a produção e tecelagem da seda. A
cidade desempenhou um papel significativo na história do cinema: é onde Auguste
e Louis Lumière inventaram o cinematógrafo. Também é conhecida pelo seu
festival de luz, o Fête des Lumières, que começa a cada 8 de dezembro e dura
quatro dias, o que fez com que a cidade ganhasse o apelido de "Capital das
Luzes".
Economicamente, Lyon
é um importante centro financeiro, bem como para as indústrias química,
farmacêutica e biotecnológica. A cidade contém uma importante indústria de
software com foco especial em videogames e, nos últimos anos, promoveu um
crescente setor de startups local.[5] A cidade é sede da sede internacional da
Interpol, da Euronews e da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer. Em
2014, Lyon ficou em 19º nível mundial e segundo na França pela inovação.[6] Ela
ficou em segundo lugar na França e 39º na classificação das Cidades Mais
Habitáveis do Mundo em 2015.
Lyon foi fundada
sobre a colina Fourvière como uma colônia romana em 43 a.C. por Munatius
Plancus, um tenente de Júlio César, num assentamento de uma colina gaulesa
chamada Lug [o] dunon, do deus celta Lugus ("Luz", do velho irlandês
Lugh, irlandês moderno Lú) e dúnon ("colina" ou "forte").
Lyon foi primeiramente denominada Lugduno significado de "monte de
luzes" ou "o monte de corvos". Lug foi igualado pelos romanos a
Mercúrio.[carece de fontes]
Agripa reconheceu que
a posição de Lyon na rota natural do norte para o sudeste da França tornou uma
natural via a esta cidade e a fez o ponto de encontro das principais estradas
de toda Gália romana. Ela então se tornou a capital da Gália, em parte graças à
sua localização conveniente na convergência dos dois rios navegáveis, e
rapidamente se tornou a principal cidade de Gália. Dois imperadores nasceram
nesta cidade: Cláudio e Caracala. Hoje, o arcebispo de Lyon ainda é referido
como "le Primat des Gaules" a cidade e muitas vezes referida como a
"capital des Gaules".[carece de fontes]
Os cristãos em Lyon
foram perseguidos por causa da sua religião sob os reinados dos vários
imperadores romanos, mais notadamente Marco Aurélio e Septímio Severo. Santos
locais a partir deste período incluem Blandina, Potino e Epipódio, entre
outros. O grande bispo cristão de Lyon, no século II foi Ireneu de Lyon.
Borgonheses refugiados da destruição de Worms pelos Hunos, em 437 foram reinstalados
pelo comandante militar do Oeste, Flávio Aécio, em Lyon, que foi formalmente a
capital do novo reino borgonhês em 461.[carece de fontes]
Em 843, pelo Tratado
de Verdun, Lyon, com o território além do Saône, foi para Lotário I, e mais
tarde tornou-se uma parte do reino de Arles. Lyon só tornou-se parter do Reino
de França no século XIV.
Fonte: Wikipédia
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