“[…]
desilusão de quê? Se, sem ao menos sentir, eu mal devia estar tolerando minha
organização apenas construída? Talvez desilusão seja o medo de não pertencer
mais a um sistema. No entanto, se deveria dizer assim: ele está muito feliz
porque finalmente foi desiludido. O que eu era antes não me era bom. Mas era
desse não-bom que eu havia organizado o melhor: a esperança. De meu próprio mal
eu havia criado um bem futuro. O medo agora é que meu novo modo não faça
sentido? Mas por que não me deixo guiar pelo que for acontecendo? Terei que
correr o sagrado risco do acaso. E substituirei o destino pela probabilidade.”
(Clarice
Lispector)
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