Peças de
cristal, transportadas por navio que afundou na orla de Fortaleza há mais de 31
anos, são encontradas por pesquisadores. Em 1981, a carga do Amazona foi
saqueada, depois de se espalhar pelas praias da avenida Leste-Oeste
Uma equipe
de exploradores subaquáticos, coordenada pelo empresário Augusto César Bastos
Barbosa, encontrou um contâiner com parte da carga do navio Amazona, que afundou na orla de Fortaleza em 1981. Quando
aconteceu o naufrágio, nas proximidades do cais do Mucuripe, os ventos e a
correnteza levaram a carga para o sentido Oeste. Parte do material ficou
encalhado nas praias ao longo da avenida Leste-Oeste.
O
contêiner, localizado a cerca de cinco metros de profundidade, contém centenas das peças de cristal, como
cinzeiros, saladeiras, petisqueiras e plataformas para bolo. Além desse
material, navio transportava toras de madeira e chapas de compensado.
“Navio afunda na enseada do Mucuripe”, foi a
manchete do O POVO no dia 3 de novembro
de 1981, que acompanhou o caso nas edições seguintes. A disputa pela carga do naufrágio provocou
brigas de grandes proporções entre os saqueadores, que disputavam a socos e
pauladas o material, que boiou ou ficou encalhado nas praias. O jornal
registrou 200 feridos. Uma criança morreu ao entrar no mar, quando foi atingida
na cabeça por uma tora de madeira.
Um intenso comércio das peças estabeleceu-se
ao longo das praias ou nas franjas da avenida: caminhões transportavam as toras
de madeira negociadas com quem se apropriava delas, chapas de compensado eram
compradas de vendedores improvisados e senhoras disputavam as peças de cristal
das mãos dos atravessadores.
Pesquisa
Para fazer a pesquisa que levou à descoberta do
naufrágio, Augusto obteve autorização da Marinha do Brasil. Ele disse que seu objetivo seria recolher as peças do fundo
do mar e doá-las ao governo do Estado, pois gostaria de vê-las expostas no
aquário, que será construído na Praia de Iracema. Para o novo procedimento
- o recolhimento das peças - seria necessária outra autorização da Marinha.
Porém, devido à “complexidade da legislação”, Augusto diz ter desistido de
recuperar o material.
Adauto
Braz da Silva Junior, capitão dos Portos do Ceará, explica que, quando se trata de bens afundados, é
preciso seguir as etapas legais relativas ao assunto. Ele adverte que o
achamento de um bem submerso não dá direito automático ao interessado de
alterar o local ou de remover qualquer parte da carga. Seguidos os
procedimentos legais, o capitão dos Portos diz que “a exploração de bens
soçobrados” poderá ser concedida a particulares.
Fonte: http://www.opovo.com.br/app/opovo/cotidiano/2013/06/01/noticiasjornalcotidiano,3067147/carga-do-amazona-reaparece.shtml
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