Sindicatos de todo o mundo estão reunidos em
Pequim (China) desde a última quarta-feira (24) para participar do Seminário
Internacional Globalização Econômica e os Sindicatos que leva como tema
"Reforma, Desenvolvimento e Sonho".
As
atividades terminaram nesta quinta-feira (25) e contaram com a participação
brasileira dos secretários-gerais da seção estadual da CTB em São Paulo e da
União Internacional de Sindicatos da Metalurgia e Mineração (UIS MM), Paulo
Nobre e Francisco Sousa, respectivamente.
Em sua
intervenção, o secretário-geral da Federação Sindical Mundial (FSM), George
Mavrikos, destacou o desemprego como
"uma das piores situações enfrentadas pela classe trabalhadora
mundial". Esta situação será denunciada no dia 3 de outubro, Dia
Internacional de Ação, promovido pela organização internacional, no qual em
várias partes do mundo os trabalhadores manifestam suas reivindicações.
Este é o
nono ano consecutivo que ocorre o encontro organizado conjuntamente pela
Federação Nacional dos Sindicatos da China (Acftu, por sua sigla em inglês),
FSM, Organização da Unidade Sindical Africana (Ousa) e Confederação
Internacional dos Sindicatos Árabes (Cisa).
Leia a
íntegra do discurso de Mavrikos:
"Estimados
Colegas,
A situação
da classe trabalhadora mundial é muito difícil. São muitos e graves os
problemas não resolvidos. Podemos destacar como o mais importante e mais
urgente deles o desemprego prolongado, que continua crescendo. Em todos os
continentes, em todos os países, a situação dos trabalhadores é crítica. As
mulheres, jovens e idosos têm as maiores taxas de desemprego. Os dados oficiais
falam por si desta situação ruim. A OIT,
baseada em dados divulgados pelos governos, elevou o número de trabalhadores
desempregados a nível mundial em 2012 para 197 milhões. Mas este número não
inclui os não registrados e o trabalho informal.
Levando em
conta esta realidade, o sonho de milhões de famílias em todo o mundo é ter um
trabalho e que seja em tempo integral, com uma remuneração adequada de modo que
cada trabalhador seja capaz de satisfazer suas necessidades atuais.
Nossa
estimativa como FSM é que é desemprego vai aumentar. Os recentes acontecimentos
na Ucrânia, a intervenção estrangeira contra a Síria, a guerra civil na Líbia,
a agressão de Israel contra Gaza, geram milhões de novos de novos
desempregados, imigrantes e refugiados. O sonho de todos esses trabalhadores e
dos povos é que a agressão dos imperialistas acabe, para que os povos possam
decidir livremente sobre seu presente e futuro.
A FSM está
muito preocupada pelo crescimento da epidemia de Ebola na África. A pobreza e o
desemprego, o sangue dos recursos naturais e econômicos aguçam os problemas das
pessoas comuns, dos pobres. Ao mesmo tempo, reaparecem doenças que há poucos
anos eram consideradas completamente extintas. A tuberculose, a malária e
outras enfermidades continuam matando gente no século 21.
Como FSM
acreditamos que as organizações internacionais, infelizmente, não cumprem com
seus objetivos fundacionais, seus estatutos e sua função. O exemplo da
Palestina é o mais típico. Desde 1948 até o dia de hoje, não se aplicam as
dezenas de resoluções da ONU. Portanto, o sonho e o direito do povo palestino à
sua própria pátria independente ainda continua sendo um sonho impossível até o
dia de hoje.
Fonte: http://www.vermelho.org.br/noticia/250211-8
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