Técnico-administrativos
em Educação da Unilab em greve fazem manifestação em prol da pauta de lutas da
categoria durante posse de novos servidores. O Reitor da Unilab estava presente
ao evento. A greve da Unilab foi deflagrada no último dia 1 de junho. A
universidade é conduzida por 280 técnico-administrativos que estão empenhados
na Campanha Salarial 2015, que já soma 63 universidades e institutos federais
em greve.
Técnico-administrativos
em Educação da Unilab em greve fazem manifestação em prol da pauta de lutas da
categoria durante posse de novos servidores. O Reitor da Unilab estava presente
ao evento. A greve da Unilab foi deflagrada no último dia 1 de junho. A universidade
é conduzida por 280 técnico-administrativos que estão empenhados na Campanha
Salarial 2015, que já soma 63 universidades e institutos federais em greve.
Leia,
abaixo, o relato publicado pelos servidores na página do Facebook Greve na
Unilab.
Durante a
solenidade de posse de novos servidores da Universidade da Integração
Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), nesta quinta-feira (18),
os técnico-administrativos em educação (TAEs), em greve desde o dia 1º de
junho, distribuíram carta aberta aos recém-chegados, leram o documento no
púlpito, exibiram cartazes e reforçaram ao reitor, Tomaz Mota Santos, que
aguardam o diálogo com a gestão.
Antes da
solenidade, o reitor conversou informalmente com os servidores e disse que não
havia recebido o documento com as pautas da categoria, protocolado no último
dia 12. Em seguida, afirmou que chegou a receber o documento, porém, não
encaminhou resposta, porque “não havia indicação de contatos”, ao que os
grevistas replicaram que constava, sim, o e-mail do Comando Local de Greve
(CLG) e que os TAEs, como toda categoria, têm um sindicato para mediar o
diálogo com a gestão, o Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais
no Estado do Ceará (Sintufce). O CLG aproveitou a ocasião para entregar a Tomaz
Mota Santos o mesmo documento que já havia sido protocolado. Em breve, o
Sintufce entrará em contato com a gestão da Unilab para marcar a reunião
sinalizada pelo reitor.
Após a
leitura da carta aberta aos novos servidores (leia abaixo), Tomaz Mota Santos
afirmou que não haverá perseguições aos grevistas.
Sobre as
reivindicações, disse que há muitas de âmbito nacional, que poderia apresentar
à Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino
Superior (Andifes), e que as pautas locais serão debatidas após “análise”. “Vou
analisar, dizer o que posso fazer, o que não posso e o que será estudado”,
declarou.
Confira a
carta aberta aos novos servidores e entenda os motivos da greve na Unilab:
80% das 63
universidades federais estão em greve. Chega de perdas salariais!
Caros e
caras novos servidores da Unilab,
É com muita
alegria que queremos dar-lhes as boas-vindas à nossa universidade e, ao mesmo
tempo, convidá-los a conhecer e participar do nosso movimento grevista, que
teve início no dia 1º de junho. A Unilab tem campi no Ceará e na Bahia,
totalizando mais de 250 servidores. Dentre os servidores do Ceará, 60% estão em
greve. Já na Bahia, o percentual atinge um empolgante 100%. 80% das 63
universidades federais estão em greve.
Por que
fazer greve?
Se nada for
feito por nós, trabalhadores, passaremos três anos sem reajuste. O último que
tivemos, em 2012, foi fruto de uma greve, apenas 15%, parcelado em três anos,
sequer acompanhou o ritmo acelerado da inflação. Isso implica numa precarização
salarial monumental. Nossa luta é, portanto, para tentar não perder mais do que
já perdemos em termos salariais. E a nossa arma mais potente para virar o jogo
é justamente o nosso trabalho, fazer com que a gestão sinta a falta dele e se
disponha a negociar, fato que ainda não ocorreu.
Essa greve
precisa ser incisiva e curta, pois perde força após agosto! Isso porque até 31
de agosto o governo votará o Plano Plurianual (PPA), que começa a valer em 2016
e vai até 2019. É urgente garantirmos, pelo menos, a reposição das perdas
salariais. Se perdermos o “timing” esperando pelo governo, já nos mandaram o
recado: sentar com servidores para negociar salário? Só em 2017, para reajustar
os ganhos apenas em 2018.
É necessário
que a greve seja o mais coletiva possível! O pleito de reposição salarial só
será alcançado se houver uma adesão massiva, nacional, que junte
técnico-administrativos em educação (TAEs), os professores e alunos. Em um
cenário ainda melhor, seria uma grande greve do funcionalismo público,
abrangendo diversos setores, além da educação.
Sabemos que
o papel da Unilab, uma universidade cravada no interior cearense, não é de
protagonista, mas que pode, sim, dar sua contribuição para a luta nacional.
Para isso é preciso coesão, compreensão coletiva. Você, hoje, está feliz por
mais uma conquista suada e merecida, mas saiba que, além de seu esforço
individual, ela só foi possível graças aos servidores da Unilab, que fizeram
uma forte greve em 2012 e exigiram concurso público.
Hoje, todos
te parabenizam: sua família, amigos e companheiro/a estão radiantes e não é
para menos. Mas é preciso dizer que os servidores federais vivem uma constante
tentativa de precarização por parte do governo. Ninguém imagina, por exemplo,
que o auxílio-creche de um servidor da Unilab é de vergonhosos 75 reais, que ainda
sofrem desconto. Ninguém acredita que nem todo mundo recebe auxílio-transporte,
que não temos um ônibus institucional para fazer o traslado dos servidores e
que gastamos uma quantia considerável todo mês para garantir nossa presença na
universidade. Quem diria também que o nosso Restaurante Universitário não
atende a contento? Entre outras inúmeras questões que precarizam nossas
condições de trabalho.
Companheiros
e companheiras, há muito por que lutar! Deixamos mais uma vez os nossos
parabéns e reforçamos calorosamente o convite: venha para a luta conosco e
vamos fazer da Unilab uma universidade que realmente receba os servidores de
braços abertos, com democracia, com eleições paritárias, jornada reduzida para
30 horas e condições decentes de trabalho.
Questões
jurídicas
Estamos
combinando com o Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais no
Estado do Ceará (Sintufce) uma reunião de esclarecimento aos novos servidores
sobre questões importantes, como estágio probatório, serviços essenciais e
inadiáveis, assédio moral das chefias contra os grevistas e outros temas de
interesse da categoria. Breve divulgaremos o evento. Dúvidas urgentes podem ser
mandadas ao advogado pelo e-mail clovisrenatoj@yahoo.com.br.
Confira a
pauta da greve
Nacional
● 27,3% de
reajuste no piso da tabela.
●
Aprimoramento da Carreira com correção das distorções, levando em consideração
a racionalização dos cargos, piso de três salários mínimos e step de 5%;
reposicionamento dos aposentados e pensionistas, e concurso público via RJU
para todos os níveis de classificação.
● Turnos
contínuos com redução da jornada de trabalho para 30 horas, sem ponto
eletrônico e sem redução de salário.
● Paridade
nos processos eleitorais paritário para a escolha de gestores no âmbito das
universidades públicas, de forma autônoma, com lista uninominal.
● Exigir o
fim dos cortes na educação (mais de 9 bilhões).
● 10% do PIB
para a educação já.
●
Democratização das Instituições.
● Fim da
terceirização.
Veja mais no
site da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em
Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra):
www.fasubra.org.br.
Específica
da Unilab
● Turnos
ininterruptos (30h) como benefício para a comunidade universitária.
● Paridade
nas eleições e órgãos colegiados.
● Efetivação
da política de capacitação e qualificação dos servidores.
●
Transporte: auxílio transporte para todos, sem burocracia, equiparado com as
despesas efetivas dos servidores ou ônibus da universidade com duas rotas
saindo de Fortaleza.
● Condições
adequadas para o efetivo deslocamento inter-campi.
●
Restaurante Universitário (RU) de qualidade e que respeite a diversidade
cultural.
● Melhoria
da infraestrutura e ergonomia para as atividades laborais.
“Do rio que tudo arrasta se diz que é
violento. Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem”
Bertolt
Brecht (Da violência)
Fonte: http://www.sintufce.org.br/index.php/noticias/item/1226-grevistas-se-manifestam-em-solenidade-de-posse-e-reitor-afirma-que-nao-havera-perseguicoes
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