CONFRATERNIZAÇÃO
DA TRANSCENDÊNCIA
JORGE
PAIVA FAZ 76 ANOS E
SUA
“CLANDESTINIDADE” EM FORTALEZA COMPLETA 45 ANOS
SALVE,
JORGE!
Ele é
mineiro. Desde dezembro de 1973 virou cearense. Nossa festa de confraternização
se realiza comemorando o seu aniversário de 76 anos de vida e 45 de
cearensidade.
Antes
da ditadura já manifestava sua rebeldia. Nas batalhas nos anos de chumbo
insistia na leitura de que a Ditadura era a expressão política do capitalismo,
sendo voz quase totalmente isolada.
Juntamente
com Célia Zanetti, deu uma contribuição inestimável para a reorganização do
Movimento Estudantil pós-68. Isso contribuiu para que fosse escolhido
representante do estado de São. Paulo, onde atuava, para o XXXI Congresso da
UNE realizado em 1971 na clandestinidade, sendo eleito para a diretoria da
entidade que teve como presidente Honestino Guimarães.
Sempre
acha graça ao comentar sobre a mudança de estudante de Física para “educação
física” para fugir da perseguição do Regime Civil-Militar.
Nesse
período seu nome constava da lista da repressão para ser eliminado. Em razão
disso, permaneceu por mais de 10 anos na clandestinidade.
E foi
nessa condição que chegou ao Ceará, onde, com Rosa Fonseca, após sair da
prisão, Maria Luiza Fontenele, Célia Zanetti e outros(as) militantes criou o
grupo que contribuiu de forma significativa para a reorganização dos movimentos
sociais em nosso estado e país e que veio a se constituir posteriormente no
atual Grupo Crítica Radical.
Relembra
constantemente e tem em alta consideração os companheiros e companheiras que,
pela entrega aos seus ideais, foram perseguidos, presos, torturados,
assassinados e desaparecidos pela Ditadura Civil-Militar.
Não tem
raiva dos que deram informações a seu respeito para a repressão, o que lhe
valeu, em 1974, uma fuga cinematográfica. Nem dos que quiseram tirar a sua
vida. Muito menos dos que o expulsaram de fileiras partidárias.
Sua
habilidade e determinação para viabilizar a candidatura de Maria Luiza para a
Prefeitura de Fortaleza em 1985 e coordenar sua campanha foram extraordinárias.
Assim como em relação também à candidatura e eleição de Rosa Fonseca como
vereadora em 1992.
Pesquisador
incansável e observador atento dos fenômenos sociais, culturais, científicos,
ambientais em curso, criou nova vida ao descobrir uma nova abordagem contendo
uma conspiração radical na prospecção de um outro Marx nos Grundrisse. Isso
complementou seu entusiasmo por Debord e os Situacionistas.
Sua
contribuição teórica e prática tem sido inestimável em toda a nossa trajetória.
Particularmente na nossa virada de visão e de ação para uma nova crítica
radical com sua prática emancipatória, que são instrumentos capazes e
indispensáveis para alcançarmos a suplantação do moderno sistema fetichista
patriarcal produtor de mercadorias e construirmos a emancipação humana e
ambiental. Isso se concretizou na nossa saída das organizações imanentes ao
sistema, mas mantendo a solidariedade às lutas, e na busca incessante da
transcendência ao capitalismo.
Após a
descoberta dos Grundrisse, jogou um papel decisivo nos contatos e realização de
inúmeros seminários e outras atividades afins que, ao contarem com as reflexões
profundas de diversos intelectuais de vários países, incluindo o Brasil,
sacudiram Fortaleza.
Suas
abordagens teóricas, expressas nos inúmeros textos por nós divulgados, daria
com certeza a publicação de vários volumes, coisa que devemos pensar em
realizar.
Para
ele não tem tempo ruim. Se os obstáculos são muitos e complexos, grandiosas
devem ser as batalhas para suas respectivas superações. Daí estar sempre
chamando a atenção para o verso de Rilke - Quando não há caminhos traçados, nós
voamos – com o qual se identifica.
Esbanja
alegria. Olha nos olhos. É franco e sincero, o que lhe custa às vezes
desafetos. Seu abraço é de “quebrar costelas”. Mantém-se atento e aberto e
sempre polêmico com as leituras distintas da dele. Com ele a “putaria” anda
solta a toda hora e todo dia.
Dá
gosto perceber sua multiplicação de alegria com a vinda de Benjamin, seu neto
querido. Assim como seu entusiasmo com a pós-graduação de Robson, seu genro,
abordando um tema sobre literatura e forma-sujeito e a gestação da tese da pós-graduação
de Juliana, sua filha, abordando a relação entre trabalho e utopia. Se emociona
muito, mas se controla ao falarmos sobre Célia, sua companheira durante 50
anos. Fala das saudades de seus familiares e de sua pequena Heliodora (MG) ao
mesmo tempo em que aprofunda sua paixão por todos nós e por nossa cidade.
Agora,
ele completa 76 anos, 45 dos quais em Fortaleza. Nesse tempo, jamais teve
“férias”. Vive uma vida simples, mas intensa. Não tem aposentadoria e nem plano
de saúde. E não solicitou indenização através da Anistia. Totalmente dedicado à
causa emancipatória, vive com a contribuição generosa de amigos e familiares.
Não
abre mão da exigência com a teoria e a nossa atuação prática. A ponto de,
muitas vezes, o acharmos chato quando insiste nessas exigências. Entendemos que
isso está relacionado com a percepção de que estamos diante de uma oportunidade
histórica que se avizinha para travarmos batalhas para enfrentarmos e
superarmos o obscurantismo que toma posse e se instala no Brasil em 2019 como expressão
política da fronteira histórica do capitalismo.
É
refratário aos nossos comentários elogiosos à sua dedicação à reflexão e à
luta. Quando isso acontece, manifesta a opinião de que tem muitos defeitos e
que precisa da gente para ajudá-lo a superá-los. E sofre por ainda estar – como
todos nós - muito amarrado na condição de sujeito, o que dificulta a vinda do
antissujeito da emancipação humana e ambiental.
Mas,
agora, que a Crítica Radical colocou na ordem do dia sua contribuição para a
ultrapassagem do capitalismo, ele ganha uma energia desmedida.
Antes
caracterizado como “Profeta do Caos”, agora, com a realidade se aproximando do
pensamento da Crítica Radical, almeja e
está na expectativa de encontrar amig@s e companheir@s para um debate franco e
aberto sobre a construção de um amplo movimento transnacional pela emancipação
das relações patriarcais capitalistas e conquista de uma sociedade humanamente
diversa e desfetichizada, socialmente igual e criativa, ecologicamente
exuberante e bela, prazerosa no ócio produtivo e completamente livre. Nessa
perspectiva é um dos mais entusiastas participantes do projeto ousado e
inovador do Sítio Brotando a Emancipação, em Cascavel, Ceará
Venha
para nossa Confraternização compartilhar conosco as ideias, as propostas e as
energias emancipatórias e comemorar a vida e a trajetória do nosso companheiro
Jorge Paiva, de Robert Kurz (in memorian) e demais aniversariantes do mês:
Suely, Rildson Martins, Lóis Jerônimo...
Um
abraço!
Uma
contribuição de Rosa Fonsêca,
integrantes
e amig@s da Crítica Radical
para a
história não contada de Jorge Paiva
CONFRATERNIZAÇÃO
DA TRANSCENDÊNCIA
IDEIAS,
MÚSICA, POESIA, ENCONTRO, EMOÇÃO, ALEGRIA,
HOMENAGEM
À COMPANHEIRA CÉLIA ZANETTI,
DEPOIMENTOS,
EXPOSIÇÃO E A GOSTOSA CAIPIRINHA
27 DE
DEZEMBRO DE 2018 – QUINTA – 18H30M
ADUFC -
Av. da Universidade, 2346
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