Terceiro dia do evento em Goiás
também abordou as consequências do assédio moral e a oratória como ferramenta
de liderança sindical
Os debates continuaram intensos
no terceiro dia do Congresso Estadual de Goiás, nesta quinta-feira (13).
Delegados, observadores e convidados do evento tiveram a chance de discutir
questões fundamentais relacionadas às ações coletivas, além da importância da
parceria entre o Ministério Público do Trabalho e o movimento sindical.
A crise econômica tem aumentado o
número de casos de assédio moral no trabalho, e isso tende a se agravar diante
das altas taxas de desemprego estrutural, intensificação do ritmo de trabalho,
crescimento do trabalho temporário e de tempo parcial, concorrência acirrada e
grande pressão por metas.
Esta é uma das análises que
Clóvis Renato Costa Farias, professor universitário e especialista no tema, fez
em sua apresentação. Para o palestrante,
num quadro de desemprego estrutural, os fenômenos sociais espelham um ambiente
de trabalho pouco saudável. Com isso, é necessário que o sindicalista
compreenda a complexidade dos casos de assédio moral e estimule a humanização
no trabalho.
“Já vemos mais pessoas vivendo
nas ruas e o crescimento de síndromes psíquicas em decorrência de casos de
ambiente de trabalho”, disse. Farias citou, por exemplo, pressões nas empresas
que levam ao alcoolismo e à drogadição. De acordo com a Organização
Internacional do Trabalho (OIT), o assédio moral ou “risco invisível” já
atingia 42% dos trabalhadores brasileiros em 2014. “A reforma trabalhista pode
implicar em mais casos dessa natureza, já que estimula que o trabalhador seja
avaliado pelo valor que é remunerado”, lamenta.
Costa Farias ponderou que não há
como ignorar a cultura capitalista, na qual o sucesso está muito vinculado ao
trabalho, que passa a ser a identidade da pessoa. Esse contexto já resulta numa
situação muito difícil para o trabalhador deixar o posto no caso de sofrer um
abuso como este, que muitas vezes acarreta em caos social, problemas
financeiros e de ordem familiar e psíquico. Por isso, muita gente se submete à
humilhação do assédio moral. “O assédio moral fere a dignidade humana. É assim
que o Direito o vê”, esclarece.
O professor considerou que o
papel dos líderes sindicais é o de oferecer uma perspectiva humana para os
trabalhadores, que não vise ao lucro. A hierarquia não deve implicar que
existam saberes maiores. Clóvis Rento citou o educador Paulo Freire, que
afirmou que “não há saber maior ou menor, há saberes diferentes”. “Os líderes
sindicalistas devem combater com ações, fazer mediações, revalorizar
situações”, finaliza.
Vídeo da apresentação: https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=772479822876662&id=404925356298779&_rdr#772504629540848
Palestra: http://csb.org.br/blog/2017/07/24/palestra-de-clovis-renato-costa-farias-congresso-estadual-csb-goias-13-de-julho-2017/
Fonte: dirigentes-goianos-debatem-a-importancia-das-acoes-coletivas-e-do-estatuto-sindical-em-congresso-estadual
Fonte: dirigentes-goianos-debatem-a-importancia-das-acoes-coletivas-e-do-estatuto-sindical-em-congresso-estadual
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