Em meio a uma grave crise
financeira e com uma inflação que chega a 1.000.000% ao ano, a população da Venezuela tem enfrentado
problemas que incluem a falta de alimentos, higiene pessoal e até de itens de
saúde.
Sem dinheiro para sustentar os
filhos, muitas mães têm optado por entregar as crianças a famílias mais
abastadas. “Eu pensei que, fazendo isso, conseguiria alimentar meus outros
filhos e que minha bebê teria um futuro melhor. Me sinto arrasada por não tê-la
comigo”, afirma Judith, em entrevista à BBC. Em outros casos, as crianças são
entregues às autoridades para que sejam assistidas corretamente, mas muitas
delas acabam indo parar nas ruas.
Dados da ONU apontam que 87% dos
venezuelanos vivem na pobreza, bem mais do que os 48% registrados em 2014. De
acordo com a FAO, a agência das Nações Unidas especializada em agricultura e
alimentação, entre 2011 e 2018 o número de cidadãos desnutridos no país saltou
de 3,6% para 11,7%. No ano passado, os venezuelanos perderam 11 kg em média por
causa da fome.
Entenda
A queda dos preços do petróleo,
responsável por mais de 90% da renda no país, agravou as dificuldades
enfrentadas pelos cidadãos e gerou um rombo nos cofres públicos, o que fez com
que a inflação atingisse níveis alarmantes e sem nenhuma perspectiva de
melhora. Diante do cenário, o governo decidiu cortar uma série de benefícios
sociais, o que piorou a situação.
Nova moeda
No final de agosto, o governo
implantou uma nova moeda, junto com uma série de medidas para tentar conter a
inflação no país, o que foi chamado de
“Programa de Recuperação Econômica, Crescimento e Prosperidade da
Venezuela”, mas as mudanças parecem não ter dado resultado.
Atualmente, um quilo de carne está
custando um terço do salário mínimo, de US$ 30, pouco mais de R$ 110. Vendedores
reclamam que a falta de clientes, os cortes de energia e o calor local têm
feito com que boa parte dos alimentos apodreçam. Mesmo assim, a carne ainda é
vendida, por cerca de 1% do valor total.
Crescimento
Nesta quarta-feira, 17, a Comissão
Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) divulgou as estimativas de
crescimento da região. A expectativa é de que a atividade econômica suba 1,3%,
e não os 1,5% registrados anteriormente. Parte da queda acontece por conta da
Venezuela, que deve registrar uma derrocada de 15% em sua economia.
O presidente Nicolás Maduro tem
afirmado que a culpa da crise no país é dos Estados Unidos e outros países que,
segundo ele, participam de uma “agressão financeira contra o povo”. No último
fim de semana, o Ministério da Comunicação emitiu um comunicado condenando “a
realização de uma insólita reunião da qual participaram os ministros das
Finanças de Alemanha, Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, França,
Guiana, Itália, Japão, México, Panamá, Paraguai e Reino Unido, convocados pelo
secretário do Tesouro dos Estados Unidos, a fim de aumentar a agressão
financeira contra o povo venezuelano”.
Fonte:
https://br.financas.yahoo.com/noticias/venezuela-sem-dinheiro-maes-estao-dando-seus-filhos-familias-mais-ricas-185504370.html
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