A vida de
Yogananda, autor do clássico "Autobiografia de Yogi". Na década de
20, ele trouxe a espiritualidade hindu para o Ocidente, pregando a fuga da
opressão do ego humano e da ilusão do mundo material. Além de materiais de
arquivo, o filme, gravado ao longo de três anos, conta com a participação de 30
grupos ao redor do mundo para demonstrar a importância desta figura para yoga,
religião, ciência e, principalmente, para a humanidade.
Fonte:
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-231129/
Assistir on line grátis: https://www.netflix.com/watch/80013769
Paramahansa
Yogananda
Paramahansa
Yogananda (5 de janeiro de 1893 a 7 de março de 1952), foi um iogue e guru
indiano. É considerado um dos maiores emissários da antiga filosofia da Índia
para o Ocidente. Através da Self-Realization Fellowship (SRF), a organização
que fundou ao chegar aos Estados Unidos, foi
pioneiro ao promover a prática da meditação por meio das lições que os
estudantes recebiam em casa, pelo correio, para cumprir a sua missão mundial de
difundir as técnicas de Kriya Yoga. Paramahansa Yogananda teve sua singular
história de vida imortalizada no best-seller Autobiografia de um Iogue.
Conforme
contado por seu irmão, Sananda Lal Ghosh,[1] Paramahansa Yogananda nasceu com o
nome Mukunda Lal Ghosh no dia 5 de
Janeiro de 1893, na cidade de Gorakhpur,
na Índia, numa devota e abastada
família Bengali. Desde os primeiros anos, sua consciência e experiências
espirituais já eram reconhecidas por todos ao seu redor como muito além das
comuns, passando por lembranças de suas vidas passadas, brincadeiras em que
voluntariamente suspendia a vida do seu corpo deixando todos alarmados e
tentativas de fugas ao Himalaia interrompidas por seus familiares.
A morte da
mãe, a quem amava intensamente, foi comunicada a ele por uma aparição mística e
intensificou sua busca pessoal por Deus. Ansiando
encontrar um mestre iluminado para guiá-lo em sua busca espiritual, durante a
juventude Yogananda procurou a presença de muitos sábios e santos da Índia, que
sempre lhe diziam para aguardar o momento certo, quando seu guru, apontado por
Deus, surgiria.
Em 1910, com a idade de 17 anos, finalmente sua
busca pelo mestre cessou diante do encontro com Swami Sri Yukteswar. Segundo suas próprias
narrativas, foi no eremitério de Sri
Yukteswar que passou a melhor parte
do 10 anos seguintes, recebendo disciplina rígida, porém amorosa, enquanto
adquiria sobejas experiências da realidade do espírito.[2]
Após formar-se na Universidade de Calcutá em
1915, ele fez os votos formais e entrou na ordem monástica dos Swamis, ocasião em que recebeu o nome Yogananda
(uma junção dos termos yoga, "união", e ananda,
"bem-aventurança", significando, portanto, "bem-aventurança
através da união divina").[3]
Predestinado a uma Missão Mundial
Além do que
é relatado na Autobiografia, de acordo com diversos livros de amigos e
familiares, várias ocorrências invulgares desde o nascimento de Yogananda, já
anunciavam que a ele era destinada uma missão mundial. A sua trajetória estava
intimamente entrelaçada com a de três seres, cuja sabedoria e singularidade, Yogananda viria exaltar ao mundo: Mahavatar
Babaji, intitulado o Cristo Iogue da Índia Moderna e guru de Lahiri Mahasaya.
Lahiri, guru de seus pais e de Swami Sri Yukteswar. E seu próprio mestre, Sri
Yukteswar, que o preparou a pedido de Babaji para difundir a Kriya no Ocidente.
Prenúncios
de Lahiri Mahasaya
Quando era
um bebê, sua mãe levou-o numa visita a Lahiri Mahasaya. Apesar de oculta entre
a multidão de discípulos, o guru a chamou e fez a profecia:
“Mãezinha, seu filho será um iogue. Semelhante
a um motor espiritual, ele conduzirá muitas almas ao reino de Deus.”[4]
(Yogananda conta, na Autobiografia de um
Iogue, que, aos 8 anos, foi curado do cólera pelo auxílio invisível de Lahiri
Mahasaya.)
Por volta de
13 anos de idade, certo dia desobedeceu às instruções paternas de ir da escola
direto para casa e rumou com o irmão mais novo para a "boca do rio",
perto do Porto. No caminho, distraíram-se em traquinagens infantis colhendo
frutas, e já estava anoitecendo, quando alguém o chamou pelo nome de "Mukunda"
(Yogananda).
Os dois
garotos aproximaram-se do desconhecido notando a estranheza de uma luz que se
desprendia dele. Yogananda, num gesto de respeito inclinou-se tocando os pés do
homem, que o abraçou e beijou na cabeça dizendo:
“Mukunda, é desejo de Deus que hoje eu venha
a ti. Lembra o que te digo. Vieste à terra como representante de Deus para
cumprir seus desejos. Teu corpo é Seu templo, santificado pela oração e a
meditação. Não corras atrás dos prazeres ou satisfações materiais. Tu mostrarás o caminho que conduz à
felicidade verdadeira, e mediante teus conhecimentos espirituais libertarás aos
que estão sofrendo, sumidos na ignorância. Nunca esqueças que és um com Maha Purusha, a quem somente
alcançam aqueles que são supremamente realizados na meditação. Teu corpo, tua mente e tua vida jamais
deverão desviar-se de pensar em Deus, nem sequer por um momento. As bênçãos do Pai Infinito estão sobre ti.
Tua fé Nele deve ser absoluta. Ele te protegerá de todos os perigos. Somente
Ele é eterno neste mundo, tudo o mais é efêmero e incerto. Um dia, teus
ideais yóguicos inspirarão a toda humanidade. Mukunda, continua avançando!”[1]
Ao chegarem em casa, Yogananda conduziu o irmão
até a foto de Lahiri Mahasaya, mostrando que misterioso santo que lhes aparecera,
era o guru de seus pais, falecido há 11 anos.
Prenúncios
de Sri Yukteswar sobre a Self-Realization Fellowship
No capítulo
12 da Autobiografia, Yogananda relata um episódio profético, quando Sri
Yukteswar estava interpretando as escrituras e interrompeu-se para chamar sua
atenção, advertindo-o que seus pensamentos deveriam concentrar-se integralmente
nas explicações. Diante da réplica de Yogananda afirmando estar atento, seu
guru respondeu:
“Sua objeção
me obriga a declarar que, nas profundezas de sua mente, você criava três
instituições. Uma era um retiro em meio aos bosques de uma planície, outra no
cimo de um monte, e a terceira junto ao oceano.”
“Aqueles
pensamentos vagamente formulados haviam se apresentado, de fato, quase
subconscientemente. Olhei-o com ar de desculpa.”
“Seus sonhos arquiteturais se materializarão
mais tarde. Agora é tempo de estudarǃ”
“Assim,
incidentalmente, em seu estilo simples, meu Mestre revelou conhecer o advento
de três importantes acontecimentos em minha vida. Desde o alvorecer de minha
juventude, eu tivera vislumbres enigmáticos de três edifícios, cada um em
paisagem diferente. Na sequência exata em que Sri Yukteswar os mencionou, estas
visões acabaram por se concretizar. Em primeiro lugar, veio a fundação de minha
escola de ioga para meninos numa planície em Ranchi; depois, a sede americana
no cimo de um monte em Los Angeles; e afinal, o retiro de Encinitas, na
Califórnia, defronte ao vasto Pacífico. ”
Assumindo
compromisso com organizações
Um dia, Sri
Yukteswar questionou porque Yogananda se opunha à ideia de organizações.
(Yogananda argumentava que elas se assemelhavam à "caixas de
marimbondos"). Sri Yukteswar replicou:
“Poderia
você, ou alguém, atingir a comunhão com Deus através da ioga, se uma linhagem
de mestres de coração generoso não tivesse condescendido em transmitir seu
conhecimento aos outros? Deus é o Mel,
as organizações são as colmeias; ambos são necessários. Qualquer forma é
inútil, naturalmente, sem o espírito, mas por que você não dá início a colmeias
operosas, repletas de néctar espiritual? ”
Foi a partir
desse diálogo que Yogananda decidiu que compartilharia com quantos fosse
possível, as "verdades libertárias" que aprendera junto ao seu guru,
iniciando, em seguida, a fundação de uma escola na Índia e a Self-Realization
Fellowship nos Estados Unidos.[5]
Prenúncios
de Babaji
Sri
Yukteswar conta sobre seu primeiro encontro com Babaji, ocasião em que este lhe
revelou a missão de Yogananda:
“Percebi que
você está tão interessado no Ocidente quanto no Oriente. Senti as angústias de
seu coração, amplo bastante para pulsar por todos os homens. Foi por isso que o
chamei aqui.”
“Oriente e
Ocidente devem marchar por uma mesma estrada de atividade e espiritualidade
combinadas. A Índia tem muito a aprender do Ocidente quanto ao desenvolvimento
material; em troca, a India pode ensinar os métodos universais que possibilitarão
ao Ocidente basear suas crenças religiosas nos alicerces inabaláveis da ciência
da ioga. ”
“Você,
Swamiji, tem um papel a desempenhar no intercâmbio harmonioso que se efetuará
entre o Oriente e o Ocidente. Daqui a alguns anos, vou lhe enviar um discípulo
que você treinará para a disseminação da ioga no Ocidente. As vibrações de
muitas almas, sedentas de espiritualidade, chegam de lá até mim, como um
dilúvio. Percebo santos potenciais na América e na Europa, esperando ser
despertados. ”
“Neste ponto
de sua história, Sri Yukteswar mergulhou seu olhar inteiramente no meu.
"Meu filho" - disse ele, sorrindo sob o resplandecente luar - "é
você o discípulo que, há anos atrás, Babaji prometeu me enviar."[6]”
Pouco antes
de partir para a América, Yogananda relata seu próprio encontro com Babaji,
quando sentia muita apreensão diante da súbita mudança:
“Naquele
momento, ouvi uma batida na porta de minha casa de Gurpar Road. Atendendo ao
chamado, vi um jovem vestido com o traje escasso do homem de renúncia. Ele
entrou. ”
“Deve ser
Babaji!" - pensei, ofuscado, porque o homem diante de mim tinha o aspecto
de um jovem Lahiri Mahasaya. Ele respondeu ao meu pensamento:”
“Sim, sou
Babaji. Nosso Pai Celestial ouviu sua prece. Ele me ordena que lhe diga:
"Obedeça a seu guru e vá à América. Nada receie: será protegido. ”
“Eu o
escolhi para difundir a mensagem de Kriya Yoga no Ocidente. Há tempos atrás
encontrei seu guru Yukteswar numa Khumba Mela e lhe disse que enviaria um
discípulo ao seu ashram para receber treinamento com esse fim. Kriya Yoga, a
técnica científica para alcançar consciência de Deus, terminará por difundir-se
em todas as terras e ajudará a harmonizar as nações através da percepção
pessoal e transcendente que, do Pai Infinito, o homem alcançará.[7]”
Concretizando
a Missão Mundial
A Escola de Ranchi
Yogananda começou a missão de sua vida com a
fundação, em 1917, de uma escola da "Arte do Viver" (Yogoda Satsanga
Brahmacharya Vidyalaya em Ranchi) para meninos, na qual os modernos métodos educacionais eram
combinados com treinamento em yoga e nos ideais espirituais, além de manter um
serviço médico ao ar livre de ajuda medicinal e cirúrgica para atendimento à
pobres de todas as regiões. Em uma
visita à escola em 1925, Mahatma Gandhi escreveu, no livro destinado aos
visitantes: "Essa instituição deixou uma profunda impressão em minha mente".[8][9]
Ida para os
Estados Unidos
Em 1920, foi convidado para participar como
representante da Índia em um Congresso de líderes religiosos que aconteceu em
Boston. Inseguro porque não falava bem o inglês, Yogananda perguntou a Sri
Yukteswar se deveria ir.
“Todas as portas estão abertas para você. É
agora ou nunca!”
Chegando à América, seu discurso com o tema
"A Ciência da Religião", foi recebido com tanto entusiasmo que ele
foi convidado a dar uma série de outras palestras em diversas cidades
americanas.
Fundando a
Self-Realization
Ainda em 1920, Yogananda fundou sua organização,
que chamou de Self-Realization Fellowship (SRF) (Associação da
Autorrealização), destinada
a representá-lo e a disseminar seus ensinamentos e a filosofia do ioga para o
mundo. Atraiu, em torno de si, discípulos que dedicaram-se ao monastério da SRF
e desempenharam importante papel no auxílio de seus ideais de difusão de Kriya
Yoga. Muitos desses primeiros discípulos permaneceram até o fim de suas vidas
na Self-Realization Fellowship e alguns ainda são vivos e atuantes no Conselho
da organização.[10][11]
Difusão dos
ensinamentos
Pelos próximos anos, Yogananda viajou
extensivamente e fez inúmeras palestras para auditórios super lotados. O Los Angeles Times
registrou:
“O
Philharmonic Auditorium apresentou uma lotação espetacular com milhares de
pessoas, muitos ficaram de fora sem conseguir entrada já uma hora antes do
início da palestra, com os 3 mil lugares do teatro cheios até o limite de sua
capacidade.”[12][13]
Em 1924, embarcou em uma viagem transcontinental
que o levou até o Alasca, para divulgar sua mensagem e ao retornar estabeleceu
a sede central da Self-Realization Fellowship em Los Angeles, que se tornou o
centro espiritual e administrativo de seu trabalho até os dias de hoje.
Reconhecimento
pelos famosos
Entre os
seguidores de Paramahansa Yogananda, figuravam muitos nomes importantes no
campo da ciência, negócios e artes, incluindo o cientista Luther Burbank, a
cantora lírica Amelita Galli-Curci, George Eastman (o inventor da câmera
Kodak), o nobel Thomas Mann, a atriz Greta Garbo e o maestro Leopold Stokowski.
Posteriormente à sua morte, seus ensinamentos atraíram famosos como Elvis
Presley, George Harrison, o ator Dennis Weaver,[14] o PhD em filosofia e
matemática, Bob Moses, e outros.[15][16] Em 1927, Yogananda também foi
oficialmente recebido na Casa Branca pelo Presidente Calvin Coolidge, que havia
se interessado por suas atividades narradas pela maioria dos jornais
americanos.[13]
Visita à
Índia (1935-1936)
Em 1935, Yogananda partiu em uma viagem de dezoito
meses pela Europa, Palestina e Índia. Ocasião em que encontrou-se com diversas
personalidades reconhecidas e relatadas em sua Autobiografia.
Nesse mesmo ano, seu guru Sri Yukteswar lhe
conferiu o mais elevado título espiritual da índia: Paramahansa (Supremo Cisne)
que significa "aquele que manifesta o estado maior de comunhão
ininterrupta com Deus". E em 1936, enquanto Yogananda percorria outras
cidades, Sri Yukteswar entrou em mahasamadhi (a saída consciente final do corpo
realizada por certos mestres) em Puri.[17]
Durante essa
viagem, Yogananda também visitou discípulos de Lahiri Mahasaya, sua esposa e
familiares, levantando dados para escrever sobre a vida dele, que alguns anos
depois o tornaria largamente conhecido no mundo, cumprindo mais uma profecia
citada por por Lahiri antes ainda do nascimento de Yogananda:
“Aproximadamente cinquenta anos após a minha
morte, escrever-se-á um relato de minha vida, em virtude do grande interesse
que, pela Ioga, há de nascer no Ocidente. A mensagem da Ioga circundará o
globo. Ajudará a estabelecer a fraternidade e a unidade dos homens, com base na
percepção direta que terão do Pai único.”
A morte de Lahiri ocorreu em 1895. Em 1945,
exatamente 50 anos depois, Yogananda lhe rendia destacada homenagem na
Autobiografia de um Iogue.[18]
Um balanço
da Missão Mundial
Em 1923,
três anos depois de chegar aos Estados Unidos, Paramahansa Yogananda publicou
um livro chamado Praecepta, sobre o sistema psicofísico denominado Yogoda que
ele descobriu e passou a ensinar aos seus discípulos, tanto nos Estados Unidos
como na Índia. Ele afirmava que eram essas as técnicas mais elevadas de
concentração para se alcançar a a perfeição física pelo poder da vontade. Ao regressar de sua viagem à India,
Paramahansa Yogananda solidificou os alicerces para seu trabalho humanitário e
espiritual na Self-Realization Fellowship, e concluiu uma abrangente série de
Lições para serem estudadas em casa, com a técnica de Kriya Yoga. Retirou-se
gradualmente das atividades públicas para escrever os livros que iriam
preservar seus ensinamentos para as gerações futuras. Em 1946 lançou sua
Autobiografia de um Iogue com expressivo sucesso e, em 1951, publicou uma
edição atualizada com novas narrativas, incluindo um detalhado relato sobre a
Self-Realization Fellowship.
Mahasamadhi
- A Saída Final Consciente do Corpo realizada por um Iogue
Conforme
relatado por vários de seus discípulos, em diversas ocasiões pouco antes da sua
morte, Yogananda deu uma série de indicações que havia chegado a hora de deixar
o mundo, mas nenhum deles compreendeu na época. E nos dias que antecederam sua
partida, realizou uma detalhada agenda de visitas, cartas, contatos e
instruções pessoais, numa clara alusão de despedida como se verificou
depois.[19]
Em 7 de
março de 1952, Yogananda participou de um jantar homenageando a visita do
embaixador indiano nos Estados Unidos Binay Ranjan Sen e de sua esposa no
Biltmore Hotel, em Los Angeles. Duzentos e quarenta convidados estavam
presentes, incluindo-se 35 estudantes da SRF, vindos de Los Angeles e cidades
vizinhas. Após a conclusão do banquete, Yogananda falou a respeito da
Self-Realization Fellowship e sua influência sobre a paz e a boa vontade entre
as nações, sobre as contribuições da Índia e da América para a solidariedade
mundial e o progresso humano, expressando sua esperança de um "Mundo
Unido", "um lar espiritual de Deus". Concluiu seu discurso com
as a estrofe final de seu poema "Minha Índia":[19]
“Onde o
Ganges, os bosques, as grutas do Himalaya e os homens sonham com Deus; Eu sou
abençoado, meu corpo tocou este solo. ”
e caiu ao
chão com um sorriso no rosto.
Incorruptibilidade
corporal
Na revista
Time Magazine, em 4 de Agosto de 1952, foi publicado o depoimento do sr. Harry
T. Rewe, diretor do Cemitério de Forest Lawn de Los Angeles, que descreveu em
uma carta enviada à SRF, sua experiência inusitada com a incorruptibilidade do
corpo de Yogananda, conforme trecho abaixo:
“A ausência de quaisquer sinais visíveis de
decomposição no cadáver de Paramahansa Yogananda constitui o mais
extraordinário caso de nossa experiência. Nenhuma desintegração física era
visível no corpo, mesmo vinte dias após a morte. Nenhum indício de bolor
revelava-se em sua pele e nenhum dessecamento (secagem) ocorreu nos tecidos
orgânicos. Tal estado de preservação perfeita de um corpo, até onde vão nossos
conhecimentos dos anais mortuários, é algo sem paralelo. Nenhum odor de
decomposição emanou de seu corpo em qualquer tempo. A aparência física de
Yogananda em 27 de março, pouco antes de colocar-se a tampa de bronze no
ataúde, era a mesma de 7 de março. Ele parecia, em 27 de março, tão cheio de
frescor e intocado pela corrupção, como na noite de sua morte.”[19][20]
Ensinamentos
e Kriya Yoga
Yogananda
ensinou a unidade das religiões e a reverência por todos os seres
elevados que estiveram na Terra para resgatar a essência da divindade no homem.
Ele declarava a necessidade da experiência direta da verdade em
oposição à fé cega:
“A verdadeira base da religião não é a fé, mas a experiência intuitiva. A intuição é a força da alma no conhecimento de Deus. Para conhecer profundamente
a religião, é necessário conhecer Deus.”[21]
Em ressonância ao tradicional ensinamento
hindu, argumentava que todo o universo é um filme cósmico de Deus, e que os
indivíduos são meros atores do drama divino, a desempenhar papéis que mudam através
da reencarnação. Que o profundo
sofrimento da humanidade está enraizado na identificação estreita com a
representação dos papéis, e o sofrimento cessa pela identificação com o diretor
do filme, ou Deus.
Para isso,
promoveu o ensino da meditação em Kriya
Yoga, como um meio para auxiliar as pessoas a alcançar esse entendimento, que
ele definiu como autorrealização:
“O mistério da vida e da morte, cuja solução é o único objetivo da
passagem do homem pela Terra, está intimamente entrelaçado com a respiração. Um ser humano identifica-se falsamente com sua forma física porque as
correntes vitais da alma são transportadas pela respiração para o interior da
carne, com tamanha intensidade, que o homem toma o efeito pela causa, e supõe,
idolatramente, que o corpo tem vida própria.”
“Para despertar a memória de sua própria divindade, o homem comum de
nada mais precisa que a técnica de Kriya Yoga, a observância diária dos
preceitos morais e a aptidão de clamar sinceramente o anseio por conhecer a
Deus. Usando a chave de Kriya, as pessoas que não podem crer na
divindade de homem algum, contemplarão, por fim, a plena divindade de si
mesmas.”
“Deus é Amor; logo, Seu plano para a criação só pode ter raiz no amor.
Não oferece este simples pensamento mais consolo ao coração humano que todos os
raciocínios dos eruditos? Todo santo que penetrou no âmago da Realidade deu
testemunho de que existe um planejamento divino do universo, pleno de beleza e
de alegria.”
A
Self-Realization Fellowship e o Futuro da Missão de Paramahansa Yogananda
A Self-Realization Fellowship foi fundada por
Paramahansa Yogananda em 1920 com a intenção de disseminar e manter puros seus
ensinamentos. A SRF é uma organização religiosa e educacional, não sectária,
sem fins lucrativos, e sua filial na Índia é a Yogoda Satsanga Society (YSS),
fundada em 1917.
Após o
mahasamadhi de Paramahansa Yogananda, seu discípulo Rajarsi Janakananda (James
J. Lynn) assumiu a presidência e liderança espiritual da organização. Dono de
grande empresa e multimilionário, James J. Lynn conheceu Yogananda em 1932. Sua
vida mudou e continuando a liderar seus negócios em Kansas City, se dedicou ao
caminho espiritual da Self-Realization Fellowship. Um exemplo de equilíbrio
entre eficiência material e dedicação a Deus, ele alcançou a libertação final
no Espírito, segundo Yogananda. Ele faleceu em 22 de fevereiro de 1955.
De 1955 a
2010, a presidente da SRF foi Sri Daya Mata, que havia sido treinada
pessoalmente pelo próprio Guru para assumir tal responsabilidade. Através do
serviço e exemplo de Sri Daya Mata, assim como dos vários outros discípulos
monásticos também treinados pessoalmente por Paramahansa Yogananda, a SRF
cresceu, se expandiu e agora é uma organização que possui Ashrams, Templos e
Grupos de Meditação em mais de 60 países, onde devotos se reúnem para
praticarem juntos as técnicas de meditação ensinadas por Yogananda. Sri Daya Mata
faleceu com 96 anos em 30 de novembro de 2010.
Desde 7 de
Janeiro de 2011, Sri Mrinalini Mata tem sido a presidente e líder espiritual
desta organização. Mrinalini Mata é um dos discípulos mais próximos de
Paramahansa Yogananda e mesmo tendo conhecido Yogananda com apenas 14 anos, ela
foi escolhida e treinada pessoalmente por ele para ajudar a guiar sua
organização depois de seu mahasamadhi. Ela tem servido abnegadamente a obra do
Guru por mais de 60 anos; e, de 1966 a 2010, liderou a organização como vice-presidente
junto de Sri Daya Mata.
A Ordem
Monástica da Self-Realization Fellowship
No coração
da organização de Yogananda está a Ordem monástica da Self-Realization, também
fundada por Paramahansa Yogananda. Residindo nos ashrams da SRF, após um período
adequado de treinamento, devotos qualificados podem se tornar monges e monjas
da Ordem. Fazem votos de simplicidade (desapego às posses),
celibato, obediência (disposição voluntária para seguir as regras de vida
prescritas por Paramahansa Yogananda) e lealdade (dedicação ao serviço da
Self-Realization Fellowship). Estes monges e monjas dedicam suas
vidas à meditação profunda, a desenvolver cada vez mais profundo amor a Deus e
ao serviço à humanidade através das várias atividades humanitárias e espirituais
desta organização.
Contudo,
existem muitos que, deixando a ordem monástica, falam que a mesma é ao mesmo
tempo muito correta e muito limitadora. É mencionado, pela maioria dos
dissidentes, que normas e regras excessivas acabam tirando a espontaneidade
espiritual necessária para o progresso sadio.
É mencionado
também que os conselheiros mais antigos colocam para os novos monásticos
(postulantes) uma imagem do mundo exterior como algo prejudicial à evolução
espiritual. Essa concepção vai se avolumando dentro da mente dos jovens como
uma aversão ou mesmo medo do mundo exterior. Todavia, esses monges e monjas ao
saírem do monastério julgam esse tabu como falso. Alguns inclusive acreditam
encontrar mais espiritualidade fora do monastério que dentro.
Comunidades
intencionais não celibatárias
Alguns dos
discípulos de Paramahansa Yogananda fundaram comunidades intencionais não
celibatárias para adeptos de suas doutrinas:
John Oliver
Black fundou a "Comunidade Clear Light", em Vanderbilt, em Michigan,
nos Estados Unidos, adjacente a um centro de retiro, que é um local onde os
discípulos de Paramahansa Yogananda podem arrendar lotes e construir casas para
viver perto de outros discípulos[22] [23];
Em 1969,
Norman Paulsen fundou a "Comunidade Sunburst" em Santa Bárbara
(Califórnia)[24] [25]. No início foram adquiridos 65 hectares, a comunidade se
expandiu e, em 1976 foi adquirida uma nova propriedade, de 1 200 hectares, onde
foi instalada a maior fazenda orgânica no país. Naquela época a comunidade
possuía quatro locais de venda de seus produtos em Santa Barbara, dois
restaurantes, uma padaria e tinha mais de 300 membros.
No final da
década de 1970, Paulsen e outro líderes da comunidade passaram a viver em
condições luxuosas, o que gerou diversos conflitos e o declínio da comunidade.
Em 1980, a Comunidade enfrentava dificuldades financeiras e vendeu suas terras
em Santa Bárbara, e comprou 200.000 hectares em Nevada onde havia uma criação
de gado. A atividade em Nevada não prosperou e a comunidade teve que desistir da
compra de maior parte das terras em Nevada. Eles estabeleceram um posto de
gasolina na estrada, um mini-mercado e uma cafeteria em Nevada e parte dos
integrantes se mudou para Salt Lake City (Utah) onde abriram dois mercados de
alimentos saudáveis e, mais tarde, uma empresa
de demolição. Na década de 1980 a comunidade deixou de ter uma plena partilha
de despesas e seus integrantes passaram a receber pequenos salários.
Em 1989,
Paulsen ainda era criticado por pregar o ascetismo e viver no luxo, pois enquanto
a maioria de seus seguidores vivia em Utah em comunidades intencionais onde
trabalhavam muitas horas por dia em troca de baixos salários, ele vivia em um
condomínio a beira-mar com acesso a uma escuna de 23 metros, pertencente a
congregação que ele liderava. Comunidades semelhantes foram criadas em[26].
Em 1968,
Swami Kriyananda e alguns amigos fundaram uma comunidade em uma área de 27
hectares no sopé da Serra Nevada na Califórnia. Em 2009, a Comunidade contava
com mais de 200 residentes em área de 400 hectares, 85 casas, escolas, empresas
privadas e comunitárias, permacultura e um centro de retiro. Comunidades
semelhantes foram criadas em Sacramento e Palo Alto (Califórnia), Portland
(Oregon), Seattle (Washington), Assis (Itália) e Gurgaon e Pune (Índia). Com
cerca de 1.000 residentes ao todo[27].
Referências
Sananda Lal Ghosh Mejda: A Família, infância e
juventude de Paramahansa Yogananda - ISBN 950-17-1608-2
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↑ Autobiografia de um
Iogue, cap: 12 e 14 - "Anos no eremitério de meu mestre" e
"Uma experiência em Consciência Cósmica"
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↑ Autobiografia, cap. 24
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↑ Autobiografia de um
Iogue, cap.2
Ir para cima
↑ Autobiografia cap.27
Ir para cima
↑ Autobiografia Cap.36 -
Interesse de Babaji pelo Ocidente
Ir para cima
↑ Autobiografia de um
Iogue, cap.37ː "Vou à América".
Ir para cima
↑ Autobiografia de um Iogue
cap.44
Ir para cima
↑ «Gandhi e sua visita à Escola de Ranchi» (em português português).
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↑ «Discípulos Diretos Yogananda
SRF».
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↑ «Liderança SRF».
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↑ «Imagens dos auditórios nas palestras de
Yogananda».
↑ Ir para: a b «Los Angeles
Times-Palestras».
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↑ «Dennis Weaver e Yogananda».
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↑ «Los Angeles Times Histórico Yogananda e SRF».
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↑ «Bob Moses e Yogananda».
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↑ Autobiografia de um Iogue
cap. 40
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↑ Autobiografia de um
Iogue, cap. 32
↑ Ir para: a b c «In Memoriam Paramahansa
Yogananda em portugues/br».
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↑ «Time Magazine
Incorruptibilidade corpo Yogananda».
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↑ A Eterna Busca do Homem -
ISBN 087612234
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↑ The Clear Light
Community, em inglês, acesso em 26 de novembro de 2015.
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↑ The Clear Light Community,
em inglês, acesso em 26 de novembro de 2015.
Ir para cima
↑ Norman Paulsen and
Sunburst, em inglês, acesso em 26 de novembro de 2015.
Ir para cima
↑ Norman Paulsen, em inglês, acesso em 26 de
novembro de 2015.
Ir para cima
↑ 20 Years Later, Some Followers
of Guru Still Keep the Faith, em inglês, acesso em 26 de novembro de 2015.
Ir para cima
↑ Spiritual Communities, em
inglês, acesso em 27 de novembro de 2015.
Bibliografia
Autobiografia
de um Iogue
A Eterna
Busca do Homem — Coletânea de palestras e ensaios - Volume 1
O Romance
com Deus - Coletânea de palestras e ensaios - Volume 2
Meditações
Metafísicas
Afirmações
Cientificas de Cura
No Santuário
da Alma
Viva sem
Medo
Para Ser
Vitorioso na Vida
A Ciência da
Religião
Onde Existe
Luz
Assim Falava
Paramahansa Yogananda
A Yoga de
Jesus
A Yoga do
Bhagavad Gita
Paz Interior
Medja - The Family and the Early Life of Paramahansa
Yogananada
A Lei do
Sucesso
Coleção
Oficial e Completa dos Livros de Paramahansa Yogananda em Português
Um comentário:
Olá, boa tarde! Os livros originais e em português, do mestre indiano, podem ser encontrados aqui: www.omnisciencia.com.br. Namastê
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