A Internacional Comunista é o nome dado a vários movimentos
comunistas de cunho multinacional. O mais famoso foi a chamada "Terceira
Internacional" também chamado de "Comintern". A história da
Internacional Comunista remonta a 1864, quando foi criada a Associação
Internacional dos Trabalhadores (AIT), integrada por organizações operárias de
diversos países europeus. O mentor e principal líder da AIT era Karl Marx. A
repressão e as crescentes divergências internas enfraqueceram a organização,
que acabou sendo extinta em 1876.
Treze anos depois, em 1889, foi criada em Paris a Segunda
Internacional dos Trabalhadores. Sua direção seguia a doutrina marxista, mas
encontravam-se presentes em seu interior diferentes correntes do movimento operário.
Até a eclosão da Primeira Guerra Mundial em 1914, a luta contra a guerra foi
uma das principais bandeiras da Internacional. Com o desenrolar do conflito,
entretanto, as divergências vieram à tona e terminaram por enfraquecer a
unidade da associação.
Em 1919, logo após a vitória dos comunistas na Revolução
Russa, foi criada a Terceira Internacional, ou Internacional Comunista, ou
ainda Komintern. Seu principal objetivo era criar uma União Mundial de
Repúblicas Soviéticas. Dominada pelo Partido Comunista da União Soviética, a
Internacional emitia diretrizes que deveriam ser seguidas por todos os seus
filiados. Em 1943, em plena Segunda Guerra Mundial, a Internacional Comunista
foi dissolvida com a finalidade de tranquilizar os aliados ocidentais da União
Soviética.
Fonte: Wikipédia
“A Liga dos
Justos, após a publicação do Manifesto do Partido Comunista, tornou-se o
Partido dos Comunistas. Marx e Engels tentaram que a Liga dos Comunistas tivesse
um papel na Revolução de 1848, um papel que foi bastante restrito. Marx na Revolução
de 1848 se deslocou, novamente, para a Alemanha e tomou a direção de um jornal
democrático, a Nova Gazeta do Reno, a qual tentou transformá-la em um jornal da
Revolução. Mas não proclamando ‘este é um jornal comunista que tem a verdade
revelada’. [...] Em um jornal democrático, lutavam para que a Revolução fosse
até a última de suas consequências. Marx continuava a ser da Liga dos
Comunistas, sendo redator e chefe de um jornal democrático. A Alemanha
precisava de uma Revolução Democrática, e ia ser uma Revolução democrática pois
se tratava da constituição da nação alemã, que ainda não existia, e da derrubada
da monarquia, ou melhor, das monarquias alemãs, dos principados. Esta era a
primeira tarefa, a principal, e o proletariado devia estar na cabeça dessa
tarefa. Os comunistas olham com atenção para o que está acontecendo na Alemanha,
pois está para acontecer uma revolução democrática, ou seja, o fim do regime absolutista
e a unificação nacional. Mas essa revolução democrática na Alemanha vai
acontecer em condições totalmente diversas a da Revolução Francesa de 1789, Marx
sobressalta uma das diferenças, a existência do proletariado. Contudo, a Revolução
Democrática de 1848 na Alemanha fracassou e a Nova Gazeta do Reno fracassou, na
última edição, Marx publicou o último em vermelho, acusando a burguesia alemã
de não ter feito uma revolução democrática. Marx diz que o próximo passo só
pode ser feito pelo proletariado. [...]
A unificação
alemã acabou se dando por outros métodos, não revolucionários, mas militares.
Pela hegemonia da Prússia, não pela unificação democrática dos principados
alemães, mas pela hegemonia militarista da Prússia que, como se dizia na época,
não era um Estado que possuía um exército, mas um exército que possuía um
Estado. O que determinou que a unificação alemã se constituísse sobre uma base
antidemocrática, monárquica, autoritária, tensão que correria por toda a sua
história e desembocaria no Nazismo, derrotado na II Guerra Mundial.”
“O
proletariado teve a capacidade que Marx queria lhe dar através da Liga dos
Comunistas, para que diante da tentativa da pequena burguesia de levar adiante a
revolução democrática de modo inconsequente, o proletariado a substituísse na
tarefa. Mas não teve pois a da Liga dos Comunistas se transformou em 1850 numa seita,
em que Marx e Engels foram postos em minoria e onde impuseram sua maioria, alguns
dirigentes operários da Liga que pretendiam transformá-la numa espécie de organização
conspirativa, digamos assim, prototerrorista, numa seita. E Marx e Engels
falaram que isso não ia para lugar nenhum, pela primeira vez, deram um certificado
de função para seitas. A segunda foi com a I Internacional, que nasceu em 1864,
se estendeu pela Europa, teve um papel importante na Comuna de Paris (1871),
muito mais que o da Liga dos Comunistas em 1848, mas a Comuna de Paris também
fracassou, foi derrotada. No ano seguinte à I Internacional, em virtude dessa
derrota e da reação que aconteceu em toda a Europa, também tendeu a se
transformar numa seita. Onde tendeu a impor a hegemonia uma corrente adversária
de partido internacional encabeçada por Mikhail Bakunin, considerado o pai do
Anarquismo. Até que, finalmente, Marx e Engels propuseram deslocamento da direção
da Internacional para Nova York e, finalmente, a sua dissolução, porque tinha
se transformado numa seita onde intelectuais brigavam em nome dos princípios
puramente verbais e sem nenhum vínculo com o movimento real, daí dissolveram a
I Internacional ou Associação Internacional dos Trabalhadores, que, na época
ninguém chamava de primeira por não saberem que ia ter uma segunda e depois uma
terceira. E, já falecido Marx, em 1889 se criou a Internacional Socialista,
depois chamada de Segunda Internacional, mas com uma delimitação clara. Cuidado!
Uma condição de que os partidos façam luta política e isto implica, inclusive,
luta eleitoral, os anarquistas eram totalmente contrários a isto. Assim, as
delimitações do partido foram se modificando através da História.”
(Osvaldo
Coggiola. Curso Livre Marx e Engels - "Manifesto Comunista" e
"Crítica do Programa de Gotha" | Aula 2)
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