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segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Da Liga dos Justos à Internacional Comunista

A Internacional Comunista é o nome dado a vários movimentos comunistas de cunho multinacional. O mais famoso foi a chamada "Terceira Internacional" também chamado de "Comintern". A história da Internacional Comunista remonta a 1864, quando foi criada a Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT), integrada por organizações operárias de diversos países europeus. O mentor e principal líder da AIT era Karl Marx. A repressão e as crescentes divergências internas enfraqueceram a organização, que acabou sendo extinta em 1876.
Treze anos depois, em 1889, foi criada em Paris a Segunda Internacional dos Trabalhadores. Sua direção seguia a doutrina marxista, mas encontravam-se presentes em seu interior diferentes correntes do movimento operário. Até a eclosão da Primeira Guerra Mundial em 1914, a luta contra a guerra foi uma das principais bandeiras da Internacional. Com o desenrolar do conflito, entretanto, as divergências vieram à tona e terminaram por enfraquecer a unidade da associação.
Em 1919, logo após a vitória dos comunistas na Revolução Russa, foi criada a Terceira Internacional, ou Internacional Comunista, ou ainda Komintern. Seu principal objetivo era criar uma União Mundial de Repúblicas Soviéticas. Dominada pelo Partido Comunista da União Soviética, a Internacional emitia diretrizes que deveriam ser seguidas por todos os seus filiados. Em 1943, em plena Segunda Guerra Mundial, a Internacional Comunista foi dissolvida com a finalidade de tranquilizar os aliados ocidentais da União Soviética.


Fonte: Wikipédia
“A Liga dos Justos, após a publicação do Manifesto do Partido Comunista, tornou-se o Partido dos Comunistas. Marx e Engels tentaram que a Liga dos Comunistas tivesse um papel na Revolução de 1848, um papel que foi bastante restrito. Marx na Revolução de 1848 se deslocou, novamente, para a Alemanha e tomou a direção de um jornal democrático, a Nova Gazeta do Reno, a qual tentou transformá-la em um jornal da Revolução. Mas não proclamando ‘este é um jornal comunista que tem a verdade revelada’. [...] Em um jornal democrático, lutavam para que a Revolução fosse até a última de suas consequências. Marx continuava a ser da Liga dos Comunistas, sendo redator e chefe de um jornal democrático. A Alemanha precisava de uma Revolução Democrática, e ia ser uma Revolução democrática pois se tratava da constituição da nação alemã, que ainda não existia, e da derrubada da monarquia, ou melhor, das monarquias alemãs, dos principados. Esta era a primeira tarefa, a principal, e o proletariado devia estar na cabeça dessa tarefa. Os comunistas olham com atenção para o que está acontecendo na Alemanha, pois está para acontecer uma revolução democrática, ou seja, o fim do regime absolutista e a unificação nacional. Mas essa revolução democrática na Alemanha vai acontecer em condições totalmente diversas a da Revolução Francesa de 1789, Marx sobressalta uma das diferenças, a existência do proletariado. Contudo, a Revolução Democrática de 1848 na Alemanha fracassou e a Nova Gazeta do Reno fracassou, na última edição, Marx publicou o último em vermelho, acusando a burguesia alemã de não ter feito uma revolução democrática. Marx diz que o próximo passo só pode ser feito pelo proletariado. [...]
A unificação alemã acabou se dando por outros métodos, não revolucionários, mas militares. Pela hegemonia da Prússia, não pela unificação democrática dos principados alemães, mas pela hegemonia militarista da Prússia que, como se dizia na época, não era um Estado que possuía um exército, mas um exército que possuía um Estado. O que determinou que a unificação alemã se constituísse sobre uma base antidemocrática, monárquica, autoritária, tensão que correria por toda a sua história e desembocaria no Nazismo, derrotado na II Guerra Mundial.”
“O proletariado teve a capacidade que Marx queria lhe dar através da Liga dos Comunistas, para que diante da tentativa da pequena burguesia de levar adiante a revolução democrática de modo inconsequente, o proletariado a substituísse na tarefa. Mas não teve pois a da Liga dos Comunistas se transformou em 1850 numa seita, em que Marx e Engels foram postos em minoria e onde impuseram sua maioria, alguns dirigentes operários da Liga que pretendiam transformá-la numa espécie de organização conspirativa, digamos assim, prototerrorista, numa seita. E Marx e Engels falaram que isso não ia para lugar nenhum, pela primeira vez, deram um certificado de função para seitas. A segunda foi com a I Internacional, que nasceu em 1864, se estendeu pela Europa, teve um papel importante na Comuna de Paris (1871), muito mais que o da Liga dos Comunistas em 1848, mas a Comuna de Paris também fracassou, foi derrotada. No ano seguinte à I Internacional, em virtude dessa derrota e da reação que aconteceu em toda a Europa, também tendeu a se transformar numa seita. Onde tendeu a impor a hegemonia uma corrente adversária de partido internacional encabeçada por Mikhail Bakunin, considerado o pai do Anarquismo. Até que, finalmente, Marx e Engels propuseram deslocamento da direção da Internacional para Nova York e, finalmente, a sua dissolução, porque tinha se transformado numa seita onde intelectuais brigavam em nome dos princípios puramente verbais e sem nenhum vínculo com o movimento real, daí dissolveram a I Internacional ou Associação Internacional dos Trabalhadores, que, na época ninguém chamava de primeira por não saberem que ia ter uma segunda e depois uma terceira. E, já falecido Marx, em 1889 se criou a Internacional Socialista, depois chamada de Segunda Internacional, mas com uma delimitação clara. Cuidado! Uma condição de que os partidos façam luta política e isto implica, inclusive, luta eleitoral, os anarquistas eram totalmente contrários a isto. Assim, as delimitações do partido foram se modificando através da História.”

(Osvaldo Coggiola. Curso Livre Marx e Engels - "Manifesto Comunista" e "Crítica do Programa de Gotha" | Aula 2)

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