A greve do
servidores públicos municipais do Sistema Único de Saúde (SUS) de Curitiba
continua nesta terça-feira (03). Segundo a Prefeitura, nesta segunda-feira
houve ausência de 4,57% dos servidores nas unidades de saúde da capital.
Adriana Claudia Kalckmann, coordenadora de comunicação do Sismuc (Sindicato dos
Servidores Públicos Municipais de Curitiba), informou que das 106 unidades de
saúde, 72 tiveram algum tipo de paralisação, especialmente nas regionais do Boa
Vista, Pinheirinho e Cajuru.
Kalckmann afirma
que houve unidades com 100% de adesão, mas sem prejuízo no atendimento a
emergências e urgências nas UPA’s (Unidades de Pronto Atendimento). O Sindicato
acusa a a prefeitura de descaso com a categoria.
Os
servidores fizeram uma manifestação em frente da Câmara dos Vereadores da
capital na manhã desta segunda. O protesto resultou em uma reunião entre a
vice-prefeita Mirian Gonçalves e representantes da categoria.
A proposta
da Prefeitura é realizar o pagamento do reajuste em quatro parcelas a partir de
março. As 3.300 horas extras devidas, segundo a gestão
municipal, seriam pagas em 6 parcelas a partir de abril. “A administração não nega o descumprimento do acordo de reajuste. A
dificuldade está no caixa da Prefeitura”, declarou Mirian Gonçalves.
“A dívida vem da gestão passada e estamos fazendo um esforço para não atrasar
muito as contas da Prefeitura de modo geral”, justificou. Segundo o Sismuc.
as dívidas (horas extras e reajuste) ultrapassam R$ 1,5 milhão.
Uma nova
manifestação está prevista para esta terça-feira. A concentração terá início às
9:00, em frente ao prédio da Prefeitura e, segundo os trabalhadores, continua
até que Gustavo Fruet receba os servidores com uma solução para o calote.
De acordo
com a coordenadora do Sismuc Irene Rodrigues, a principal reivindicação dos
trabalhadores diz respeito a um possível
calote da administração municipal, provocado por decreto assinado pelo prefeito
Gustavo Fruet em dezembro de 2014. “Em negociações ainda em 2013, a prefeitura assinou diversos acordos com a categoria e não cumpriu. Já
em 2014 foram aprovadas leis municipais que trariam salários novos para todos e
isso também não foi cumprido”, explica Irene Rodrigues, coordenadora
do Sismuc.
A prefeitura
afirma que “o decreto em questão não revogou reajuste salarial previsto em lei
e garante o seu pagamento no mês de março, de forma retroativa a partir de
janeiro, inclusive com correção monetária”, diz nota da administração muncipal.
Segundo
Irene, os motivos que levam à greve dos trabalhadores são vários, dentre eles:
a sobrecarga por falta de novos concursos públicos; ameaça
de banco de horas e do não pagamento de horas trabalhadas; possibilidade de
arrocho salarial na Estratégia de Saúde da Família; não enquadramento de
auxiliares em técnicos de enfermagem; não reajuste dos dentistas; e falta de
condições mínimas de trabalho em todas as unidades.
Em nota, a
Prefeitura de Curitiba diz que já foram atendidas as reivindicações e não vê
motivos para a paralisação. “Horas extras serão pagas no fim deste mês, como
pode inclusive ser verificado nos contracheques on-line dos trabalhadores. A
Prefeitura lançou edital do processo seletivo para os serviços de urgência e
emergência da saúde, cuja prova ocorrerá no próximo dia 31, e há perspectiva da
realização de concurso público para reforçar o quadro de servidores da Saúde
ainda no primeiro semestre deste ano”, diz a nota.
Fonte:
http://pr.ricmais.com.br/dia-a-dia/noticias/servidores-da-saude-prometem-greve-em-curitiba-nesta-segunda-feira/
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